31.5.24

Suco para gato debilitado que não aceita comida

Atualizado às 19h45

O estágio avançado da doença renal exige um equilíbrio delicado: se a gente tenta empatar nas seringadas a quantidade de comida diária de um animal saudável, o gato debilitado acaba vomitando. Se fica com pena de alimentar desse jeito, o resultado é o mesmo, porque barriga vazia e desidratação aumentam o enjoo ― rins que não filtram direito deixam passar mais ureia para o sangue (uremia), causando náusea e úlceras no estômago (gastrite).

Chocolate já estava nos últimos dias (17 anos e meio!) quando começou a travar os dentes para o sachê batido no blender ― melhor forma de conseguir uma textura lisinha para passar na seringa. Maru, uma das vets dos bigodes, sugeriu então o suco de maçã. Não, não dá para manter um animal saudável à base de suco de frutas, mas, no caso da Choco, ajudaria a forrar o estômago e segurar a hidratação, com um sabor docinho que ela adorou ― como bônus, maçã tem fibras, minerais, vitamina C e pouca frutose.


A receita é básica: eu batia também no blender (salvador!) uma maçã sem casca por vez, já que o gosto se altera rápido e a pequena tomava de pouquinho, acrescentando apenas a quantidade de água para formar um purê ― mais fácil de engolir e com mais nutrientes.




A ranhetinha aproveitou por 11 dias e se despediu.

*

Importante: no estômago de um bichano cabem, confortavelmente, 20 ml, ele demora cerca de 40 minutos para esvaziar e a quantidade diária de líquido deve equivaler a 50 ml por quilo de peso do animal. Mas, nessa fase de partida, a gente só dava os 3,5 ml da seringa por vez, encurtando os intervalos. E o que ela conseguisse tomar já ajudava a minimizar o mal-estar.


Outras infos essenciais:

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:: 7 dicas que podem salvar seu amigo
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:: 9 sinais de doença que a gente não percebe
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:: Luto: gatos sentem a morte do amigo? O que fazer?

24.5.24

A primeira ioga do Intrú

Em algum momento, não importa o horário ou local, um gato desta casa vai atrapalhar nossa ioga. E Intrú teve sua chance no dia 24 de abril (sim, estou atrasada com as notícias), quando o sol castigava o gramado do gatil e resolvemos aproveitar a sombra do contêiner. Assim que viu meu braço dando sopa, se aconchegou ― sim, a criatura que me atacou dez vezes antes de ceder!


Depois, foi se esticando, se esticando, se esticando, até me jogar para fora do tapetinho.


E seguiu a prática com o Leo, enquanto fui ser desrespeitada pelas frajolas que moram do lado de dentro da porta de vidro da lavanderia.



Epopeia do Intruso

:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)

22.5.24

Aniversariantes do mês – maio de 2024

Vocês não fazem ideia do inception de plot twists que ocorreram nos últimos meses para que a gente chegasse ao dia de hoje nesta configuração de Gatoca. Caçando qualquer coisa que se move no jardim, Pimenta sofreu uma provável reação alérgica a picada e acabou antecipando nosso luto porque os rins, já gastos pelos 17 anos de jornada, arriaram de vez.


Eu deveria ter suspendido a alimentação forçada na primeira semana de tratamento fracassado ― o cheiro na boca era de morte, o olhar opaco, as vértebras à mostra, a apatia frustrante. Mas existe uma pequenina parte no meu cérebro capricorniano, em formato de gato, que desobedece a razão. E, duas semanas depois, encontrei o lagartinho com que só a frajola brinca tomando sol no gatil.

Ao final da terceira semana, como se restasse alguma dúvida, ela saltou do meu colo em disparada para perseguir um lagartinho de verdade no corredor. Ainda não come sozinha, os rins seguem cronicamente doentes, ninguém espera um desfecho Benjamin Button. Mas, neste 22 de maio, comemoramos sua segunda chance.


Após ganhar o apelido de Cocreta pelo vício em procurar croquetes no parquinho vertical, Keka decidiu testar 50 tons de vômito e alcançou o menor peso possível para um bichano funcional. Quanto mais opções de sachê eu tentava, mais sangue a gastrite botava para fora de madrugada. Até que o estômago de 17 anos resolveu rejeitar o último sabor restante, de peixe branco, da única marca que a magrela ainda comia sozinha, batido no blender.


Apelei às seringadas, submetida ao sono picado, à tendinite e à musculação involuntária de tanto abaixar e levantar ― quando Pimenta caiu também, confesso, surtei. Mas no domingo a frajola lambeu o bico da seringa com mais urgência do que o patê dava conta de sair e depois a colher e os sabores de frango, atum, peru. Neste 22 de maio, comemoramos sua terceira (ou quarta) chance ― era para ela ter morrido antes da Chocolate!


Em terra de renais, quem tem uma gata com mais de 3 kg é rainha. E Jujuba se tornou aquela filha que tira boas notas na escola, arruma a cama sem ninguém pedir, não dá dor de cabeça ― apesar de que a cabeça de 17 anos da malhada não anda tão boa assim. Do nada, ela se desorienta na própria casa, emendando miados urgentes de angústia.


Mas ainda reconhece meu chamado, se acalma com o carinho e morde a mão que insiste em usar o mouse em vez de contribuir para o ronronar ― sim, a gata que me rendeu uma escarificação na mudança para o apertamento em São Bernardo! Neste 22 de maio, comemoramos como se fosse a primeira vez. E talvez seja a última também ― da família Guda já partiram a mãe, Pipoca e Pufosa.


Hoje, porém, não vou chorar.


*Novelinha: conheça a história das Gudinhas

Outros aniversários: 2023 | 2022 | 2021 | 2020 | 2019 (especial Dia do Abraço) | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009

15.5.24

Três Rs: o jeito infalível de brincar com gato | EG #29

Se você não for tutor da Pimenta, que caça os brinquedinhos da caixa sozinha e guarda tudo embaixo do sofá, provavelmente já entendeu que precisa participar ativamente das brincadeiras para despertar a gatitude do seu amigo ― e ajudar a estabelecer uma rotina livre de tédio, sinfonia de madrugada, casa destruída.

Brincar de forma estruturada significa separar um tempinho por dia para estimular o peludo a praticar o ritual ancestral do Gato Essencial: caçar, apanhar, matar e comer (CAMC). Para isso, a gente precisa primeiro identificar sua presa favorita (voadora, rastejante, saltadora) e o estilo de caça preferido (emboscada em campo aberto, esconderijo para ataque surpresa, tocaia em buracos ou tocas).


Simular, então, o movimento do animal, em vez de mexer aleatoriamente a varinha, torna a interação muito mais sedutora. Um passarinho, por exemplo, pode passar voando em um rasante, se permitir ser apanhado e, quando o bichano se afasta, ir se esconder devagar atrás do vaso. As pupilas dilatadas e a balançadinha de bumbum indicam que o pequeno entrou no personagem: ele dá o bote, mas a ave levanta voo de novo, até você decidir que é hora de "morrer".

Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, lembra ainda que a "perseguição" é tão importante quanto o "ataque" e o "abate", porque deixa o peludo 100% concentrado ― a exaustão da caça acontece mesmo quando ele não se move. Sim, todos os gatos brincam, até os velhinhos que esperam a presa chegar bem perto para dar duas patadas. E está valendo!

Respeitar o ritmo do bichano também se faz essencial. Tem animal que funciona como um carro esporte: você mostra o brinquedo e ele sai em disparada. E há os modelos a álcool, que demoram para embalar, mas depois ninguém segura. Não adianta, aliás, esperar que um gato corra 15 minutos sem parar. Eles são caçadores de velocidade (com explosões curtas, seguidas por breves períodos de descanso), não de distância.

E não esqueça de recompensar o esforço com petiscos para a experiência ficar completa.

:: Tipos de brinquedos

Interativo: varinha com penas ou qualquer brinquedinho amarrado a uma corda, que permita exercitar os três Rs (rotina, ritual e ritmo) da caçada, estimulando o desejo pela presa ― a ferramenta mais crucial.

Remoto: bolinhas e ratinhos de pelúcia, que a gente joga na esperança de que a criatura trará de volta e acabam embaixo da geladeira, até a próxima faxina ― não devem ser a única opção.

Automático: escolha do preguiçoso, funciona a pilha e seus movimentos previsíveis não despertam tanta emoção ― válido para os dias em que chegamos exaustos do trabalho.

:: Alerta!

A famosa caneta a laser pode abrir os trabalhos, mas nunca ser um fim em si, porque não dá para pegar (e morder) efetivamente a luzinha ― em algum momento, você deve apontá-la para um brinquedinho "matável".


(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer se tornar apoiador também? Dá uma fuçada nas recompensas da campanhaaqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 16 anos e meio de projeto. ❤)


CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem estragos (estreia no dia 18 de outubro!)

10.5.24

Como se preparar para uma emergência tendo gatos

Preparado para deixar para trás, às pressas, a história de uma vida inteira acho que ninguém está. Mas a gente pode minimizar o impacto da tragédia seguindo as recomendações de especialistas. Eu cheguei a escrever sobre incêndio e animais, numa época em que provavelmente fracassaria tentando salvar dez gatos, e achei importante retomar o assunto agora, quando mais de 9 mil bichos afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul ainda esperam por resgate.


ANTES

Jackson Galaxy, o mestre do comportamento felino, tem um checklist para gateiros:

Mantenha as caixas de transporte no ambiente
Assim os bichanos não estranharão o cheiro diferente e entrarão sem resistência. Fora que ninguém merece ficar procurando as ditas cujas no fundo do armário mais alto com o prédio pegando fogo ou alagando!

Bloqueie espaços inacessíveis
Isso vale para qualquer lugar de onde você não consiga tirar o peludo em caso de emergência.

Adote a alimentação por refeições
Acostumar seu amigo a ter horários para comer cria uma rotina que facilita o manejo em situações de estresse.

Identifique o gato
Galaxy recomenda o microchip, para que qualquer pessoa ao encontrá-lo acesse suas informações indo a uma clínica veterinária com leitor. Mas essa prática ainda não é popular no Brasil, então sugiro a boa e velha coleira com plaquinha de identificação ― escolham um modelo de elástico, que solte se bicho se prender, evitando o enforcamento.

Tire uma foto da carinha dele
Se precisar fazer um cartaz de "procura-se", ter as características bem destacadas facilitará o reconhecimento.

Separe uma pasta com documentos importantes
Receitas médicas, exames impressos e carteira de vacinação precisam estar à mão ― seus documentos também, né? rs


DURANTE

Galaxy sugere que se cubra a caixa de transporte com um cobertor para restringir a visão do caos, evitando a superestimulação, e explica o que colocar em um kit de emergência:

Objetos com cheiros familiares
O cobertorzinho do gato e uma blusa usada sua, por exemplo, já ajudam o pequeno a se sentir menos inseguro no lugar para onde vocês forem.

Petiscos
Se ele parar de comer, ter sua guloseima favorita pode quebrar o jejum ― e a evolução para um quadro de lipidose hepática.

Brinquedinhos
Em situações adversas, brincar com seu amigo é uma estratégia para mudar o foco.

Feromônios sintéticos
Na verdade, Galaxy indica seus produtos holísticos, mas os feromônios sintéticos têm eficácia científica, porque mimetizam os naturais, que os bichanos soltam quando estão à vontade, aumentando a sensação de bem-estar.

O pessoal do Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad) alerta, ainda, que deixar os peludos em correntes, caixas, canis ou baias os torna presas fáceis para a água em rápida elevação ― se não puder levá-los junto, o melhor protocolo é soltá-los para que usem seus instintos naturais de sobrevivência.

E não esqueça de desligar aparelhos eletrônicos e eletrodomésticos, até para conseguir recuperá-los depois, em caso de alagamento ― os cursos de Engenharia Elétrica e de Controle e Automação, da Universidade do Vale do Taquari (Univates), fizeram uma cartilha com o passo a passo.


DEPOIS

Juliana Damasceno, doutora em Psicobiologia, ensina como lidar com gatos traumatizados:

Isole o bichano em um cômodo
O ideal é que o local esteja com baixa iluminação e sem rotas de fuga.

Bloqueie refúgios vulneráveis
A dica de impedir o peludo de ficar inacessível também vale aqui.

Crie refúgios seguros
Qualquer caixa de papelão já cumpre a função.

Não force o contato
Gato assustado pode agir de forma agressiva ou congelar e ambas as situações agravam o estresse, prejudicando ainda mais seu estado de saúde.

Ofereça alimentos palatáveis
Aqueles que você colocou no kit de emergência, lembra? Coloque perto do esconderijo e saia do cômodo.

Evite fazer barulho
Entre no ambiente de maneira cautelosa e o mais silenciosa possível, mantendo-se agachado, e falando baixo, em tons agudos.

Separe os recursos
Posicione a caixa de areia do lado oposto à comida e à água.

Tenha paciência
Pode levar um tempo para seu amigo se sentir confortável de novo.

7.5.24

Chuvas no RS: infos concentradas para ajudar animais

Atualizado em 16 de maio de 2024

Eu demorei para escrever este post porque confesso que ando fugindo do noticiário. Já vivo entre alarmes de patê na seringa, água e remédio, por causa da reação alérgica da Pimenta à suposta picada de aranha, que agravou um quadro renal delicado (17 anos!), e da gastrite da Keka, que além desses cuidados também não me deixa dormir.

E estou exausta de Brasil ― do negacionismo climático criminoso, da influência dos ruralistas mais abjetos no Congresso, dos mesmos políticos com seus projetos de poder eleitos de novo e de novo. Há 23 projetos de lei que impulsionam a degradação ambiental tramitando atualmente e só três deputadas, logicamente de esquerda, destinaram recursos de emendas individuais para a prevenção de desastres no Rio Grande do Sul este ano!

(Fora os aumentos abusivos nos itens de necessidade básica da região, os assaltos às casas alagadas, os saques por comida, a troca de tiros com a polícia, o roubo de combustível das embarcações de resgate, os estupros nos abrigos.)

Mas os animais não têm culpa da minha rotina, não votam com o rabo e precisam de ajuda. Reuni, então, informações de fontes confiáveis para quem puder doar dinheiro, produtos ou abrigar temporariamente um peludo resgatado pelas ONGs. Incluí também perfis do Instagram para encontrar bichos perdidos, dicas para acalmar aqueles que estão fora de seu território e como estender a solidariedade às famílias ― afinal, a gente não faz diferença por aqui.

Vale mencionar, ainda, o apoio da Pet Delícia, parceira de longa data do Gatoca, que enviou mais de meia tonelada de latinhas, e O Fazedor, que desenvolveu um parquinho felino especial para o Grupo de Resposta a Animais em Desastres (Grad).


Foto de Leandro Osório


PARA AJUDAR BICHO

:: Grupos de resgate e lar temporário

É a galera que está na linha de frente, se desdobrando para salvar cães, gatos, aves, coelhos, cavalos.

- Grupo de Resposta a Animais em Desastres (chave pix: 54.465.282/0001-21 ou via cartão de crédito: doe.gradbrasil.org.br)
- Grupo de Resgate Animal de Belo Horizonte (chave pix: 48.793.976/0001-95)
- ONG Campo Bom para Cachorro (chave pix: 24.494.672/0001-69)
- ONG Princípio Animal (chave pix: 29.880.059/0001-01)
- ONG Voluntários da Fauna (chave pix: 35.815.847/0001-09)
- Instituto Por Mais Empatia (chave pix: 46.877.372/0001-00)
- Projeto Dê Uma Chance (chave pix: projetodeumachancepoa@gmail.com)
- Resgatinhos POA (chave pix: resgatinhospoa@gmail.com)
- Gato do Mato POA (chave pix: 22.774.735/0001-05)
- Gatoteca POA (chave pix: gatotecapoa@gmail.com)
- Pet Fauna (chave pix: 002071944009)
- Gattedo (chave pix: contato@gattedo.com.br)
- Only Cats Canoas (chave pix: onlycatscanoas@gmail.com)





Filhotes resgatados pelo Only Cats boiavam presos na caixinha de transporte

SÃO PAULO

- Confraria dos Miados e Latidos (chave pix: adriana@miadoselatidos.org.br)
- Celebridade Vira-Lata (chave pix: contato@celebridadeviralata.com.br)
- Animais Gauchos (chave pix: animaisgauchos@gmail.com)
- Adote um Gatinho (lançarão uma rifa em breve!)
- ONG Bendita Adoção (chave pix: benditaadocao@gmail.com)
- Instituto Caramelo (chave pix: doe@icaramelo.org)


:: Onde reencontrar ou adotar um amigo

Dezenas de páginas foram criadas no Instagram para reunir famílias gaúchas e seus pets ― e quem não for pego precisará de um novo lar, assim como a galera resgatada pelos projetos acima. Aos tutores de Canoas, o Grad disponibilizou um WhatsApp para envio de fotos dos peludos, que serão encaminhadas aos abrigos e, em caso de identificação, entrarão em contato: (51) 99554-7154.

RIO GRANDE DO SUL

- Encontre Seu Pet
- Ache seu Pet RS
- Adotar e Encontrar - Pets
- Tô Salvo Animais

PORTO ALEGRE

- Ache seu Pet POA
- Animais Resgatados na Enchente
- Porto Alegre: Animais Resgatados da Enchente
- Dogs Enchente
- Tô Salvo Pet
- Resgatados IPA
- Abrigo de Cachorros Vítimas da Enchente
- Vem Adotar (região das Ilhas do Guaíba)
- Pontal Animais (Eldorado do Sul e Ilhas)
- Resgatados das Ilhas (Ilhas, Guaiba e Orla)
- Animais Achados e Perdidos - Enchente 2024 (Guaíba e Eldorado do Sul)
- Cães Resgatados - Centro Humanístico Vida da Baltazar
- Animais Resgatados - Escola Alcides Cunha
- Animais Resgatos Sarandi Zona Norte ♥️
- Resgates Animais Sarandi
- Projeto Anjos de Patas
- Pipoca & Graveta

NOVO HAMBURGO

- Amparo Animal
- Animais da Enchente NH
- Farms Dog Hotel
- Universiadde Feevale
- Animais Resgatados Liberato
- Animação Cão
- Abrigo de Cães Lima e Silva
- Gatos da Corte
- Abrigo Temporário Panorâmico
- Dogs Sol Nascente
- Cães Resgatados (Santo Afonso)

CANOAS

- Meu Bicho Tá Salvo
- Pet Resgatado
- Ache seu Dog Ulbra
- Cães Resgatados Canoas
- Protetor Cris Moraes

SÃO LEOPOLDO

- Animais Perdidos SL
- Encontre seu Pet SL
- Cães Resgatados (Vila Brás e arredores da Scharlau)
- Dogs Sol Nascente

OUTROS

- Ache seu Pet Esteio (Esteio)
- ONG Gepar (Esteio)
- Resgatados Estância (Estância Velha)
- Dogs Sol Nascente (Estância Velha)


:: Consultoria comportamental

Território Felino
Além de compartilhar stories no Instagram diretamente de Porto Alegre, como a lista de voluntários que estão organizando lares temporários para tirar os gatinhos dos abrigos, a veterinária Amanda Daniella oferece um help para quem quiser arriscar o LT e não sabe como fazer a adaptação: (51) 98189-7056.

Isa Gateira
Em resposta a uma seguidora, explicou em vídeo como promover segurança emocional para manter os bichanos desalojados mais calmos, já que a família se torna o único referencial de território em situações assim:

Deixe que fiquem nas caixas de transporte, se quiserem. Providencie esconderijos com caixas de papelão e mantinhas. Ofereça petiscos ― qualquer coisa que conseguirem comer é lucro. Mantenha o banheiro perto. Um ambiente mais escuro também pode minimizar o estresse. Se eles aceitarem carinho, acolha.

É possível marcar horário para um SOS comportamental solidário com ela também.

Larissa Rüncos
Psiquiatra de felinos, produziu um e-book gratuito sobre como prestar os primeiros socorros psicológicos aos peludos resgatados, destinado tanto a voluntários quanto a veterinários. E disponibilizou um formulário para quem está enfrentando dificuldades nesse manejo receber orientações.

Ela explica, ainda, que o número inferior de gatos salvos das enchentes se deve justamente ao comportamento menos gregário deles, que, diferente dos cachorros, tendem a se afastar do grupo em situações de perigo, escondendo-se e permanecendo em silêncio, além de evitar a manipulação por estranhos.


PARA AJUDAR GENTE

Como e quais roupas doar
O perfil Não Tenho Roupa ensina! Não mandar as peças sujas ou em mau estado espero que os leitores deste blog já saibam ― acreditem, doaram ao Gatoca um banheiro de gato sem lavar! Mas tem dicas em que eu nunca havia pensado, como amarrar os pares de sapatos para que não se separem no transporte.

Envio grátis pelos Correios
Mais de 10 mil agências no Brasil inteiro estão recebendo e transportando gratuitamente água (prioridade), alimentos da cesta básica, material de higiene pessoal e limpeza a seco, roupas de cama e banho, e até ração.

Para não faltar comida
O projeto Marmitas do Bem entrega 3,5 mil refeições por dia ― chave pix para doação: 53.019.216/0001-65. A Cozinha Solidária do Movimento dos Trabalhadores sem Teto (MTST) triplicou a capacidade de produção graças ao financiamento coletivo, em parceria com o Apoia.se. E o Movimento dos Sem Terra (MST) lançou uma campanha pelas 500 famílias produtoras de arroz que perderam suas lavouras.

O desafio da água potável
85% da população chegou a ficar sem abastecimento e várias estações de tratamento foram destruídas, atrasando a normalização dos serviços ― Felipe Neto conseguiu arrecadar R$ 4,8 milhões para comprar 220 filtros que purificam in loco, emergencialmente, e a Força Aérea Brasileira já fez chegar às regiões atingidas.

Mutirões para reconstrução
A plataforma Meu Lar de Volta conecta pessoas que querem ajudar a quem precisa, oferecendo um mapa interativo que permite visualizar em tempo real as necessidades de cada localidade afetada ― limpeza, material de construção, kits de higiene pessoal, eletrodomésticos, cestas básicas.

Mora fora do Brasil?
Em parceria com a Frente Nacional Antirracista (FNA), a Central Única das Favelas (Cufa) recebe doações pelo PayPal e redireciona: doacoespaypal@cufa.org.br.


Divulguem outras iniciativas (que vocês conheçam) nos comentários, porque vai continuar chovendo ― e a gente não está atuando na raiz do problema.

*

Leia também: Como se preparar para uma emergência tendo gatos

3.5.24

Gato de queixo inchado, reação alérgica a picada e doença renal

Na mesma noite em que ouvi Pimenta caprichando no miadinho de caça, enquanto brincava com alguma criatura no gatil que eu não conseguia enxergar da sala, ela rejeitou as seringadas de patê do jantar. Aqui, talvez valha um parêntese de contextualização, porque espero que este post ajude mais gente que, como eu, recorreu ao Google e não teve sua angústia aplacada.


Pips é uma senhora de 17 anos, que ainda abocanha seres animados e inanimados. A gente mora em um terrenão de Araçoiaba da Serra, por onde passa de grilo a sagui (ou jacu é maior?). Desde que Simba morreu, em 2016, eu reforço a hidratação dos bigodes com água e ração úmida batida na seringa.

Pois, na fatídica segunda-feira, imaginei que a frajola estivesse de estômago cheio, fui dormir e não dei a menor importância para a aranha de jardim que me fazia companhia no quarto, terça de manhã. Até encontrar Pimenta abatida na moita de catnip, com o nariz escorrendo e os olhos lacrimejando. Nesse momento, para ser honesta, ainda pensava em rinotraqueíte.


Mas notei o papo inchado, na hora do almoço o queixo estava gorducho também e à tarde a gengiva da mandíbula inferior parecia inflada como aquelas bexigas de festinha de criança ― havia ainda uma ferida sangrando de leve na parte interna do lábio. Toda a cara de reação alérgica a picada de bicho (inseto ou aracnídeo), com o raio da aranha como principal suspeita.


Escrevi para o veterinário que acompanha a gangue a distância, medicamos e decidimos observar ― apesar de terem nascido em casa, fruto do golpe da barriga da Guda, Pips e as irmãs são ariscas. Na quarta do feriado, porém, a pequena começou a babar e achei melhor arriscar o sacolejo até uma clínica 24h obscura dos nossos confins.


A hipótese de reação alérgica fazia sentido, segundo a veterinária. O que eu não sabia é que a toxina pode afetar o fígado e os rins, e Pimenta já tem doença renal crônica, além da idade avançada ― a babação se devia ao excesso de ureia (uremia) na corrente sanguínea, que o órgão combalido não consegue filtrar e acaba causando enjoo.

Tentamos confirmar o diagnóstico com hemograma e função renal, fracassando na coleta por 59 minutos: primeiro só a vet e a assistente, depois com o Leo segurando junto, então no meu colo, usando escalpe, agulha, numa pata, na outra, na jugular, enrolada na toalha feito um burrito, chamando o dono da clínica para ajudar ― no final, a coitada urrou, me mordeu e começou a hiperventilar.


Como o inchaço já estava melhor, minha xará receitou um medicamento para o enjoo e soro subcutâneo, enfatizando que nunca havia visto uma gata tão hidratada nessa idade — no dia anterior, eu consegui dar 122 ml de líquido na seringa, entre água e patê. Lembrando que o cálculo deve considerar 50 ml por quilo de animal e Pips pesa apenas 2,25 kg.

Mucosas estavam coradas, tudo em ordem na palpação. Digno de nota apenas o peito crepitando na auscultação, que podia indicar bronquite (irritação nos brônquios), causada pela reação alérgica, ou broncopneumonia, associada a uma gripe — lembram da suspeita inicial de rino? Raio-x e ultrassom ficariam para depois, por motivos de: Dia Internacional do Trabalhador.

E a tarde já havia sido estressante para sete vidas felinas.

Escrevi um texto leve, porque a ideia é realmente ajudar quem precisar enfrentar esse infeliz alinhamento de astros. Mas o quadro renal da Pimenta agravou bastante e ela não está nada bem.