30.12.22

Arranhador de papelão para gatos vale a pena?

Confesso que relutei. Esse arranhador custa tão caro que parcelam em três vezes. E é feito de recurso abundante no lixo reciclável! Mas Guiga Müller jurou no Cluboca que os gatos amam, o preço estava reduzido a um quarto durante a Black Friday e eu precisava mesmo de um presente de Natal para os bigodes — por isso o post está saindo só agora.


Abro um parêntese para explicar que Cluboca é o grupo de apoiadores do Gatoca, onde gateiros do Brasil inteiro compartilham dicas preciosas como essa — e colo e risadas. Tem depoimentos do pessoal aqui e, se quiserem despiorar o mundo com a gente (2023 promete!), basta assinar o Catarse. Fecha parêntese.

A primeira reação da gangue foi um acinte: Guda encarou o presente por alguns segundos, desviou e meteu as garras no sofá.


Com o tempo, porém, todo mundo acabou se entregando. E os arranhadores também servem de cama, função preferida até agora, e ringue de luta, o uso favorito da Chocolate.




A base de borracha prende bem no chão, além de ter cores elegantes, coisa rara em produtos para pets. O papelão é resistente, dá para virar o lado e, quando detonar de vez, comprar apenas o refil, igualmente uma fortuna — não, não ganhei um centavo pela propaganda, rs. E, como vocês vão perguntar o nome da loja nos comentários, é a carioca Zee Dog.


P.S.: A clássica retrospectiva sobe no começo de 2023, para aproveitar energias melhores. :)

23.12.22

Circuito das águas felino

Arrisco dizer que nem os pet shops (ao menos os do interiorrr) têm tanta variedade de pote de água quanto Gatoca. Tudo começou com a dica de que gatos preferiam tamanhos grandes para não encostar os bigodes (e suas células sensoriais) na borda. Mas foi comprar o trambolho GG de cachorro para constatar que Clara continuava gostando da versão pequena, elegante.

E em algum momento tentei substituir também o plástico, que acumula bactérias, por materiais mais adequados, como inox e vidro, o que deixou metade dos peludos descontente. Na fase experiente, vieram ainda os bebedouros elétricos (1, 2 e 3) — quando o preto quebrou, aproveitei o vaso como uma opção mais alta, xodó de Pipoca. E, para garantir água geladinha, investi recentemente no de barro, consenso do verão.

Resumo do parque aquático: com a morte da Clara e do Mercv, o número de recipientes superou o de gatos — oito contra sete. E cada um tem seu favorito. Durante a última crise, aliás, Guda testou quase todos. Às vezes, ficava mais de hora observando, como se fossem cascatas e espelhos d’água. Não poupou nem o balde com o conteúdo velho, que reaproveitamos para regar as plantas. Isso em um mesmo dia!








No caso dela, paciente renal, o que ajudou mesmo foi a fluidoterapia. Mas aconselho aos novatos oferecerem sempre alternativas. Bichanos não cultivam o costume da hidratação porque seus ancestrais extraíam das presas a quantidade de água que o organismo precisava para funcionar direitinho. E, comendo exclusivamente ração seca, acabam desenvolvendo problemas renais — doença que mais mata nossos amigos (cerca de 60%).


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16.12.22

A paixão inexplicável de uma gata por pão francês

Pensem em uma criatura carnívora que vomita carne — tentei preparar de várias formas na experiência frustrada com a alimentação natural. Essa mesma criatura ama pão francês! É só a gente chegar com o saco da padaria que ela mia, sobe na mesa e faz cara de desolação quando se vê de volta ao chão.


Isso porque nunca experimentou um farelinho, ao menos que eu saiba — farinha de trigo não mata gatos, mas deixa a desejar na questão nutricional e sobra em calorias, podendo causar obesidade, além de desregular o intestino.

Seria Guda descendente do pretolino do Le Chat Noir?


P.S.: Nossa (ex-)barriguda não está bem. Parou de comer há seis dias e nem a oportunidade de experimentar o tão sonhado pãozinho a animou. Do ultrassom em que perdemos Mercv até agora, se passaram sete meses. E ela também completou (estimados) 16 anos e meio — longevidade limite de Gatoca? Este post é uma segunda tentativa de sorriso, embora a primeira, em abril, não tenha sido bem-sucedida.

14.12.22

Escavações em Gatoca: inacreditável!

Atualizado em 31 de janeiro de 2023

Pufosa e Pimenta foram testemunhas desta descoberta extraordinária!


Parece um artefato recém-extraído da tumba de Tutancâmon, mas é meu computador, um bravo guerreiro tecnológico que há mais de 11 anos resiste a pelos de gato com poeira intermunicipal — de São Bernardo a Araçoiaba da Serra, passando por Sorocaba.


E ele estava acompanhado por HDs facilmente confundíveis com tábuas de hieróglifos.




Como toda raridade, o moço da assistência técnica disse que nunca vira nada igual. Agora, enfrento um dilema estético: passo a andar de óculos com bigode pela cidade ou apelo à cirurgia plástica e já conserto o nariz quebrado na infância por uma bola de basquete?

P.S.: Autoexposed para justificar o sumiço na semana passada, que deveria ter tido um post sobre nossas aventuras em um universo mais moderno, o da inteligência artificial — vai sair!

P.S do P.S.: O post saiu em janeiro, tragicômico. rs

8.12.22

Como fazer gatos e árvore sobreviverem ao Natal

Acreditem: em 17 anos, os bigodes nunca compartilharam o recinto com uma árvore de Natal. Quando era pequena e a gente trazia o pinheiro pendurado para fora do porta-malas, meu pai contava que eu balançava as mãozinhas freneticamente, trepada no banco de trás, instruindo os outros carros a desviarem. Amava os enfeites dourados, as luzes piscantes, os sininhos que decoravam as árvores das edições anteriores no jardim.

Mas o Natal morreu em novembro de 2003, pouco depois da adesão ao pinheiro artificial. Mariana, João e eu até tentamos manter a tradição. Já havíamos superado a inexistência do Papai Noel! Só que a ausência da dona Vera foi demais — e logo levou seu Humberto com ela. Restou um ursinho temático, que faço questão de manter à vista o ano inteiro, pelo mesmo motivo que como panetone e a farofa de lentilha da minha sogra fora de época.


Neste 2022, porém, Vanessa Araújo pediu socorro no Cluboca, o grupo dos apoiadores maravilhosos do Gatoca, e parece que Jackson Galaxy ouviu lá nos Estados Unidos. Em vez de publicar mais um capítulo da série inspirada em seu livro O Encantador de Gatos, portanto, investi em uma releitura das dicas deste vídeo, para todo mundo atravessar as festas de fim de ano sem contratempos. :)

:: Decoração segura

Prenda a árvore de Natal na parede
Bichanos são arborícolas e há uma grande chance de tentarem escalar a coitada em busca de um ponto de vista diferente da sala.

Escolha enfeites não-quebráveis
Vidro, por exemplo, nem pensar! E amarre bem nos galhos, para o caso (bem provável) de virarem brinquedo.


Proteja a fiação das luzinhas
Pelo menos o pedaço que pode ir parar na boca, chiclete sabor choque. Eu fiz isso com os cabos do computador, nove anos atrás, e os spiradutos seguem firmes e fortes.

Evite pinha, festão e neve artificial
Pinha pelas pontas afiadas. Festão porque, se engolido, pode enganchar em vários pontos da garganta até o intestino, causando asfixia, bloqueios, infecções e até morte. E neve artificial, você deve imaginar, por causa da toxidade.

Tome cuidado com a rega
A água saborizada de pinheiro que fica no pratinho do vaso também é tóxica — claro que quem optar pela versão artificial não enfrentará esse problema. rs


Use raspas de frutas cítricas
Nunca testei, mas dizem que o cheiro da casca da laranja e do limão mantém os gatos mais atentados afastados — conte nos comentários se realmente funciona!

Improvise uma árvore para eles
Da modesta estante àqueles arranhadores fortunosos de múltiplos andares, vale qualquer recurso que permita aos peludos participarem das comemorações nas alturas — só não coloque colado à árvore oficial por motivos óbvios.

Esconda os presentes
Você não quer embrulhos personalizados para um Halloween que já passou, né? — sem contar que os laços de fita apresentam os mesmos riscos do festão.


:: Comidas perigosas

A lista escrola, mas estas costumam estar em todas as ceias…

- Chocolate: é tóxico.
- Temperos, como cebola e alho: são tóxicos também.
- Osso cozido: pode perfurar os órgãos internos.
- Leite e derivados: tendem a provocar vômitos e diarreia — a maioria dos gatos tem intolerância à lactose, ao contrário do que mostravam os desenhos animados.
- Álcool: não deveria ser consumido nem por humanos em festas de família. rs

:: Plantas tóxicas natalinas

- Azevinho
- Visco
- Amarílis
- Narcisos
- Lírio

E as principais não-natalinas aqui.

2.12.22

Colo vazio

Quando você chegou, 17 anos atrás, a casa só tinha o gramado — descuidado porque eu era razão. Logo viramos 13, entre bípedes e quadrúpedes, mais nove temporários felinos e dois caninos. Se fez urgente aprender a meditar. O gramado acabou ficando para trás na mudança para o apertamento — 1.407 dias de sol na janela (e briga com os vizinhos).

Recomeçamos, então, no interior, onde havia jardim, ainda que modesto, meditação com passarinhos, sol no colo. Mas Sorocaba encolheu na pandemia e a gente sonhou floresta, gatil, céu estrelado, beija-flor. Você amou Araçoiaba da Serra do mesmo jeito que amava a São Bernardo poluída, porque descobriu o segredo da vida.

Só que o colo da meditação esvaziou.


Despedida
:: Saudade
:: Cicatriz
:: Luto seco: um luto estranho
:: Ainda não acredito
:: Primeiro aniversário sem Mercv