31.12.13

2013

Este foi um ano de plantar. Ciclâmen, amores, liberdade. Sabe aquela época em que você percebe que a vida perdeu o cheiro e enche as mãos de calos na expectativa de tornar a abrir a janela e encontrar flores? No primeiro saquinho de sementes tinha o apertamento. Só meu, para fazer faxina de calcinha, e dos bigodes, para encherem o micro-ondas de pelos. Quatro milhões de vezes eu pensei em desistir da reforma. E quase voltei para a mansão compartilhada quando os quadrúpedes odiaram a casa nova ― depois de me retalharem o braço.

Em um dia dos últimos três meses, porém, sem perceber exatamente qual, Pipoca parou de gritar de madrugada, Mercv cansou de se jogar contra a porta do corredor, as brigas felinas gratuitas se limitaram a deslizes semanais. E eu comecei a dormir até as 9h, sonhando roteiros que não incluíam motores de caminhões e buzininhas de motoqueiros. Os 60 m2 continuam os mesmos, a Anchieta poluída e o calorão também. O que mudou foram os pores de sol.

No segundo saquinho de sementes, havia uma outra forma de ajudar os animais que São Francisco manda para cá sem embrulho. Kiwi, que ganhou sua família de comercial de margarina em janeiro, protagonizou o último resgate convencional, porque no apertamento não cabe mais nem pulga. E, sem planejamento, eu acabei castrando dois pretolinos da comunidade, incentivei meia dúzia de leitores a praticar C. E. D., distribuí caminhas em pontos de abandono de São Bernardo, consegui um cantinho temporário para o Sparky, o gato mais fofo do mundo, e grana para operar sua pata fraturada.

Com esse saquinho de sementes veio o terceiro, grátis. E ele me obrigou a reduzir os frilas remunerados para tirar do papel um projeto que fará o coração (de pudim) tornar a bater. Escrever sobre compaixão animal, maus-tratos, massagem, fisioterapia, brinquedos reciclados, insuficiência renal, benefícios da adoção, dieta vegetariana e cuidados para evitar doenças não é mais suficiente. E vocês me cutucam sempre que escolhem o Gatoca para doar almofadões, arranhadores, broches e chaveiros, R$ 11 em dezembro ― o estímulo dos parceiros (Merial, Redes 2000, Chalesco e American Pets) nem preciso comentar.

No cantinho da paisagem de 2013, sejamos justos, já existia um pé de girassóis, que só carece de rega constante. E eles se abriram em novas comemorações de aniversários (da Pandora, da Chocolate, da Clara e da Guda, das Gudinhas, do Simba, do Mercvrivs e do Gatoca ― com amigos e leitores queridos), textos divertidos, arrecadação de "agasalhos" para a campanha do AUG e participação no bazar de Natal. Ah! A erva daninha da Clara foi eliminada. Falta o Mike ganhar uma casa na árvore exclusiva.

Para 2014, eu desejo uma panorâmica bem colorida. E perfumada!

Retrospectivas dos anos anteriores: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

27.12.13

Sofá felino

Antes de ganhar os antipulgas, as telas, os banheiros fechados e os arranhadores, os bigodes já tinham onde sentar para jogar conversa fora, assistir a um filme ou ignorar-se mutuamente ― privilégio que ainda não bateu a minha porta, vejam só. É que a Tati Pagamisse doou os almofadões do seu sofá para Gatoca, eu fui até a Rangel Pestana comprar um tecido impermeável, que não juntasse pelo e à prova de garras (Acquablock/Acqua Summer), e a mãe dela costurou as capas no maior capricho, com zíper embutido para poder lavar na máquina.

Sucesso absoluto! E quase duas décadas de amor.

25.12.13

Presente sem embrulho

Como se não bastasse o Natal (época de se endividar de sacolas desnecessárias, para poder brigar com a família enquanto se empanturra de cadáveres), dezembro é também o mês do meu inferno astral. Isso quer dizer que tudo que pode dar errado dá: trabalho perdido, bate boca com funcionário da CET, multa por causa do rodízio, resgate de gato fraturado, sangue pela casa.

Este ano, porém, dezembro piscou para mim. Depois dos testes de sobrevivência costumeiros, me mostrou que, para cada puto que maltrata um animal de rua, existem dezenas de pessoas dispostas a economizar no festerê ou parcelar os impostos de janeiro para ajudar a salvá-lo. E, se na última década eu chovi de saudade da minha mãe, hoje as trovoadas são de felicidade.

Enquanto o Gatoca tiver leitores incríveis, Sparkys não precisarão endurecer. E eu continuarei amolecendo.


21.12.13

Dois milagres, sim!

Na terça-feira, eu escrevi contando que buscaria o Sparky para operar em Utinga, lembram? Só que o Dr. E. não faz esse tipo de cirurgia e a gente precisou caber na agenda do ortopedista indicado por ele, que mora na praia, e do anestesista indicado pelo ortopedista, que trabalha em Osasco. À noite, então, Amanda quebrou o galhão de pegar o pequeno na Barra Funda, para me entregar em Santo Amaro na hora do almoço do dia seguinte (seu aniversário!), já que Gleisson não estaria em casa.


E nós cozinhamos em jejum no carro por uma eternidade até a clínica veterinária de Santo Andre. Sparky perdeu a cabeça e o colo do fêmur, porque não dava mais para colocar pino, mas voltou bagunçando para a zona oeste. Nem o congestionamento monstruoso no fim da avenida do Estado, que provavelmente me rendeu uma multa por transitar no rodízio, abalou seus seis meses e quatro quilos de amor pela vida.




O que ninguém imaginava é que ele enlouqueceria com o colar elisabetano. Morrer de amores nenhum bicho morre, eu sei. Acontece que o frajolinha pulava feito boi bravo e se jogava no chão bem do lado operado, tingindo o escritório do Gleisson de vermelho e nossas caras de branco. Irredutível, o ortopedista mandou insistir no abajur perto da meia-noite, quando a superestimulação da anestesia (com morfina e quetamina) passasse. E quem teve coragem?

Durante cinco horas, Gleisson e eu tentamos de tudo para manter o peludo afastado dos pontos: carinho, comida, brinquedos variados, remédio amargo na pele. Até a Dani Flosi apareceu para ajudar! E, mesmo ciente de que as chances de sucesso eram pequenas, eu saí à caça de uma roupinha cirúrgica ― vestida por partes, em intervalos de cinco minutos. Eis que o pequeno foi finalmente vencido pelo cansaço.


Ou pela dor. A receita do pós-operatório prescrevia analgésico em dose cavalar, antibiótico, anti-inflamatório, antisséptico e repouso. Na madrugada de quarta para quinta, Sparky deu uma canseira na Dani incomodado com roupinha, que lhe roubava o equilíbrio e acabou substituída pelo monitoramento de presídio anterior. O santo do Gleisson ainda comentou feliz que eles haviam tirado férias na hora certa. A cada três empurradas de remédio goela abaixo, uma fracassava. E o frajolinha chorou o dia inteiro por não encontrar uma posição para descansar.


Ontem, as coisas começaram a melhorar ― exceto a batalha dos comprimidos. A dor parece estar indo embora devagar e o peludo já ensaia apoiar a pata fraturada. Se essa história ainda não tem um happy ending, o post ao menos acaba com uma boa notícia: graças a vocês (muita gente anonimamente, que eu sequer pude agradecer), à rifa organizada pela Paula Guima e aos broches e chaveiros doados pela Lina Gatolina, todas as despesas abaixo foram cobertas (e ainda sobrou uma grana para a fisioterapia!):

Castração, vacinas e internação: R$ 150
Antipulgas: R$ 27
Consulta de emergência no hospital: R$ 95
Raio-x: R$ 120
Aplicação associada: R$ 60
Dorless (analgésico): R$ 42
Prelone (anti-inflamatório): R$ 15
Cirurgia com ortopedista: R$ 500
Anestesista: R$ 200
Colar elisabetano: R$ 12
Antisséptico: R$ 5
Duotril (antibiótico): R$ 15
Roupa cirúrgica: R$ 45
Gasolina: R$ 5 milhões (rs)

Eu disse que em dezembro ninguém ajuda ninguém? Me desculpem. <3

19.12.13

Mistério

Depois de 11 horas de agito patrocinadas pelo Sparky ontem (uma e meia de veterinário, quatro e meia de congestionamento e cinco tentando acalmar a criatura operada), eu acordo e dou de cara com o apertamento redecorado de vinho ― sala, corredor, escritório, barba e cabelo! E continuo sem saber se foi tentativa de queima de arquivo ou de suicídio, porque o único gato que tinha a pata suja era a Pimenta e ninguém parece machucado.

Existe Sherlock Homes veterinário?

17.12.13

Dezembro sempre me surpreende!

Já passa das 3h. Eu acordei cedo, cuidei da casa e dos gatos, fiz o almoço, fui ao pet shop, ao correio lotado, ao posto de gasolina, ao veterinário e, quando estava a dois minutos do prédio, depois de pegar a Anchieta completamente parada, a CET bloqueou a ponte para descer um helicóptero e me obrigou a dirigir por mais uma hora pelo centro de São Bernardo. Meus joelhos subiram os dois lances de escada latejando e, antes que eu sonhasse em esticar o corpo na cama, recebi a notícia de que o Sparky havia parado de andar.

Para que vocês entendam o que aconteceu, terei de voltar um tico no tempo. Na segunda-feira passada, o pequeno sumiu e reapareceu só na terça, mancando. Eu dividi um sachê de salmão com metade dos bichos semidomiciliados do bairro tentando colocá-lo na caixa de transporte e acabei deixando-o internado na clínica veterinária para tomar a medicação para a pata e já adiantar a castração ― é impossível fazer o jejum e o pós-operatório na rua.

No sábado, castrado e vacinado, o frajola saiu da gaiolinha do veterinário direto para a casa da Daniela Flosi, na zona leste, que havia conseguido um cantinho temporário no apartamento telado do namorado, na zona oeste.


Só que a manquitolice voltou ― o analgésico da cirurgia deve ter perdido o efeito e a dor tornou a incomodar. Dr. E. receitou um anti-inflamatório por telefone, mas agora à noite o bichinho parou de andar de vez (aqui a história segue), fez xixi nele mesmo e Gleisson achou melhor correr para o hospital. O raio-x indicou fratura na cabeça do fêmur, provavelmente causada por um chute, e a cirurgia lá ficará R$ 1,6 mil.

Daqui a pouco, eu largo minha vida mais uma vez para buscar o pequeno na Barra Funda e levá-lo a Utinga, na esperança de que o Dr. E. faça um milagre. Dezembro e janeiro são fracos de trabalho e mesmo um jornalista de carteira assinada teria dificuldade de arcar com essa despesa sozinho ― eu já contava com o dinheiro dos broches e chaveiros da Denise para pagar pelo menos parte da castração, da vacina e da internação.

Cá estou escrevendo, em vez de dormir, portanto, para pedir ajuda em um mês que ninguém ajuda ninguém:

Itaú (Textrina)
Agência: 0185
Conta corrente: 08360-7

Banco do Brasil
Agência: 1561-x
Conta corrente: 6830905-8

Dois milagres?


Epopeia do Sparky na busca por um lar:

:: Como tudo começou

14.12.13

Obrigada!

Sabem quem doou este arranhador e outro roxo para os bigodes barbarizarem? Vocês! Eles foram comprados com o dinheiro arrecadado no aniversário de seis anos do blog. E custaram bem mais barato do que os modelos frufruzentos de pet shop, que os bichanos costumam trocar pelo sofá porque não dá para se esticar na hora de afiar as garras. Como a Neise abortou a produção, aliás, eu posso ensinar o segredo: basta cobrir um cone de sinalização com sisal (caprichem na cola!) e pendurar os peixinhos de carpete. :)

7.12.13

É impossível salvar todos...

Depois de 12 horas de faxina, começada na quinta-feira, eu abro a porta interna do prédio e dou de cara com um filhotão frajola. O mesmo que, na segunda, Leo quase atropelou porque descansava no meio da rua, sem intenção de sair. Meu bairro novo tem uma coleção de bichos errantes, mas eles parecem mais safos. Sparky é bobo de tudo: saltita com cabeçadinhas na perna da gente, se joga de barriga no chão para ganhar carinho, ronrona só de olhar.

Na dita segunda, eu desci do carro, ajeitei-o na calçada, ouvi dos passantes que sua dona não cuidava nem dos filhos e, como eles, também passei. Mas São Francisco não deixou barato. E ontem à noite eu entrei na favela com o gato a tiracolo para conversar com a irresponsável. Acontece que ela não existia. Sparky foi abandonado há duas semanas e os moradores evitam dar comida para que ele não se acostume.


Eu tentei convencer os fieis da Sara Nossa Terra, da Assembleia de Deus e do centro espírita (rua ecumênica) a lhe arrumarem um cantinho, mas seres espiritualizados têm mais com que se preocupar. Lembrei então do apertamento (sem divisória na lavanderia), dos dez bigodes inconformados fazendo xixi na louça lavada, dos cinco remédios (incluindo dois corticoides) que uso diariamente para a alergia e, sabendo que passaria a noite em claro, soltei o pequeno.


É impossível salvar todos... sozinha. Alguém pode ficar com essa coisa apertável provisoriamente? Eu castro, vacino (comprem os chaveiros e broches doados pela Denise, por favor), levo onde for preciso, pago a ração, os sachês, os brinquedinhos, divulgo exaustivamente até conseguir uma família de comercial de margarina.


Do lado de fora, ele não terá a menor chance.




Epopeia do Sparky na busca por um lar:

:: Chute de presente de Natal e ajuda para a cirurgia
:: Retirada da cabeça do fêmur e doações
:: Agradecimento e esperança na humanidade
:: Unidos por uma pata quebrada

4.12.13

Lojinha natalina

2013 foi um ano mau e só de pensar em pisar no shopping para comprar os presentes de Natal a barriga dói? Se vocês tiverem amigos e parentes gateiros, o sofrimento acabou! É que a Denise Pinheiro, da Lina Gatolina, fez estes broches e chaveiros lindos e baratinhos para o Gatoca ajudar a roubar sorrisos de quem suportou nossas crises durante os últimos 12 meses.

Quase todos são modelos exclusivos (quatro já foram vendidos, inclusive). E ainda vão com pelos originais dos bigodes que ilustram este blog! Cliquem na imagem para ver a galeria completa de fotos e os preços de cada peça, mandem sinal de fumaça (bialevischi@yahoo.com.br) com o nome da(s) eleita(s) e o endereço de entrega, e eu passo os dados para depósito já com o valor do frete incluso. ;)

Cat Christmas!

29.11.13

Natal com espírito

Um tico antes de São Francisco me arrastar pelos cabelos para a proteção animal, eu descobri o trabalho incrível das meninas do Adote um Gatinho. Faz seis anos. Seis anos que os esqueletinhos da Dona Lourdes ganharam uma segunda chance. Seis anos que, em retribuição, eu doo o que sei fazer de melhor para a ONG: escrever. Seis anos de correria e suadeira vendendo canecas, cadernos e camisetas para arrecadar fundos nos bazares de Natal.

E dezembro chegou de novo! Prestigiem nosso esforço, ajudem a salvar outras vidas, presenteiem os amigos e a família com produtos lindos e exclusivos ― nesta edição, a agenda traz curiosidades que nem eu sabia sobre os bichanos e o calendário conta histórias emocionantes de transformação dos resgatinhos. Cada palavra foi escolhida com o maior carinho por mim. :)

E "mim" também ficará feliz de trocar abraços natalinos. Ah! O bazar rola neste domingão, das 10h às 18h, no Clube Homs (Av. Paulista, 735). A entrada é gratuita, para ninguém sair de mãos vazias.

26.11.13

TV para gatos

Bigodes e máquina de lavar nunca haviam coabitado. E, na estreia da nova aquisição, eu me arrependi de ter levado as roupas sujas para a lavanderia, em vez da câmera fotográfica. Chocolate se aproximava do eletrodoméstico rastejando e dava pulos imensos para trás a cada chacoalhada de calcinhas.

Depois de me fazer rir umas dez vezes, sentou em frente à porta redonda de vidro e ficou assistindo, imóvel, à programação de lavagem. Quando o ciclo terminou, rumou para o porta quadrada do forno, como quem muda de canal. E logo Clara se apossou do controle remoto.

21.11.13

Quando o toalete vai a Maomé

As caixas de areia dos bigodes nunca me incomodaram. Até a gente mudar para o apertamento e o escritório virar praia ― sem mar nem caipirinha. Nascia um novo sonho de consumo: banheiros fechados para gatos. Eu escrevi "sonho de consumo" porque não se junta R$ 600 fácil depois de ter passado 12 meses reformando. Mas era fato que o sofá havia caído para o segundo lugar da lista de prioridades.

Estava planejando as horas extras, quando a assessora de imprensa da Chalesco, que engloba a American Pets, pediu meu endereço para enviar alguns lançamentos da Pet South America. As duas marcas importavam banheiros. Grandes, coloridos, com portinhas! Sugeri então que, em vez dos produtos, eles doassem ao Gatoca quatro Cathy Filter. E eles toparam!

A portinhola de desenho animado não rolou porque os caipiras não entenderam que devem empurrá-la para entrar no banheiro. Mas a cobertura já dá outra cara (e cheiro) para o ambiente. Pufosa gostou tanto da novidade que passa o dia dormindo na areia. Se eu soubesse, não tinha feito irmão e namorado subirem dois lances de escada carregando minha cama de solteiro.

14.11.13

Aconchego provisório

Apesar do calor que transformou o Facecook em muro das lamentações, as noites continuam frias aqui na terra das batatas. E eu decidi dar um fim solidário às últimas caixas de papelão da mudança: recheei-as com as roupas puídas da reforma e a toca doada pela Fê, esperei escurecer e rodei a cidade em busca de cantinhos que tivessem bichos e fossem protegidos da chuva e da indiferença dos seres humanos ― para garantir, colei um lembrete jurídico, seguindo a sugestão da Isis. Espero que as casinhas durem enquanto durarem as madrugadas geladas.


Para ler o cartaz, cliquem na imagem

12.11.13

Aniversariante do mês – outubro de 2013

Eu não vou mentir. Passei o aniversário do Mercvrivs* com outro. Cleiton instalou os spots na sala da casa nova, o filtro d'água na cozinha, a porta sanfonada na despensa, consertou o vazamento do boxe do banheiro, reforçou as prateleiras dos livros no escritório. E depois veio a arrumação das últimas malas (que quase fixaram residência embaixo da cama). E a faxina de 13 horas. E o supermercado. E novembro.

Eu só me toquei que o gato que acha que é gente havia completado 8 anos ontem, ao me deparar com a cena que ilustra este post. Foi difícil reformar, foi difícil mudar e ainda está sendo difícil acostumar com a vida a 60 degraus do solo. Mas Mercv ganhou de presente mamão nos cafés da manhã, vento nos bigodes enquanto cochila na almofada e os pores de sol mais lindos de São Bernardo. Compensa o atraso na comemoração, né?


*Novelinha: Conheça a história do Mercv

Outros aniversários: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

6.11.13

Vira-lata com pedigree

Dia desses, eu almoçava de costas para a cozinha quando ouvi, orgulhosa, um barulhinho empolgado de língua no pote d'água ― quem tem gatos vive assombrado pelo fantasma da insuficiência renal. Me virei devagar, para não assustar o bigode exemplar, e dei de cara com a Guda equilibrada no fogão, tomando sopa de feijão como se não houvesse amanhã.

Com acesso ao cômodo dos prazeres da gula, ela está impossível! Toda santa refeição, planta as quatro patas ao lado da banqueta, ciente da minha falta de coordenação, e, se eu deixo cair uma migalha, pingo ou grão de comida, ataca feito um tubarão. Antes de eu pensar em abaixar, a Gata de Botas já está me encarando com aquele par de olhos enormes, à espera da próxima porcaria.

1.11.13

Blindagem de presente

Antes de pensar se valia a pena comprar o micro-ondas com grill, a geladeira frost free ou o aspirador de pó sem saco coletor, eu já havia tirado todas as medidas das janelas do apertamento para orçar a instalação das telas ― bicho feliz não tem acesso aos perigos da rua. E liguei direto para a Redes 2000, empresa que atende mais gateiros do que famílias com crianças pequenas.


Edmundo não só doou as telas para o projeto como mandou também três meninos fofos, o Aurélio, o Cleiton e o Milton, para fazer o serviço cuidadoso. E na basculante do banheiro e nos vitrôs da cozinha, pontos impossíveis de telar por fora, eles colocaram limitadores, que impedem a passagem do cabeção do animal.




Daqui, os bigodes só saem para a próxima casa ― com jardim, por favor, São Francisco.

28.10.13

Mudança com gatos (e sanidade)

No dia de trazer os bigodes para a casa nova, São Pedro colaborou com sol e céu azul. As Gudinhas fizeram manha, mas acabaram entrando resignadas na caixa de transporte. E eu achei graça da sinfonia de miados ao longo do trajeto, porque havia dormido todas as oito horas a que um ser humano tem direito e sobrou tempo até para a meditação. Chegando ao apertamento, as caras eram de curiosidade. Muita coisa diferente para narigar. E não demorou para que cada membro da gangue encontrasse seu cantinho entre o box e o tanque de lavar roupa ― extremos do imóvel de abundantes 60 metros quadrados.

Esse foi o relato que eu imaginei escrever para vocês durante o interminável quebra-quebra da reforma. E nem uma palavrinha sequer pôde ser reaproveitada (motivo da minha ausência por aqui). O dia 14 de outubro passou voando, da faxina ao supermercado. E, quando eu consegui buscar os bigodes, exausta, já estava escurecendo. Pimenta não ofereceu resistência. Mas Jujuba retalhou meu braço fugindo da caixa de transporte e o pânico se instalou no recinto, rendendo uma hora de caçada e viagens parceladas de carro. Se me contassem o que se sucederia, eu teria pego o retorno.

Os ingratos odiaram o apertamento. Puseram-se a brigar uns com os outros e a destruir e sujar com as patas de barro do antigo jardim tudo que o Leo e eu levamos 12 meses para construir. Só o Mercv não participou da arruaça, porque precisou ser tirado à força da caixa de transporte na manhã seguinte ― para se enfiar embaixo do fogão, de onde não conseguia sair sozinho. Eu fiquei tão nervosa que espalmei as mãos na parede e amarguei a semana sem força para apertar nada. De madrugada, Pipoca gritava. Loucamente. Sem parar. E a habilidade de raciocinar foi me abandonando.


Eu pensei em desistir, me matar, matar os dez gatos. Mas acabei enviando aos amigos um pedido de ajuda com o título: "Estou vivendo no inferno". E comprei tampões de ouvido. O mundo se tornou cor-de-rosa! Descansada, sem a cabeça doendo e o coração trovejando no peito, eu pude dar aos pequenos o tempo que eles precisavam para descobrir as vantagens do apertamento e se acostumar com a nova rotina ― além do espaço menor, a ração não fica mais à vontade por causa da Pipoca, que tem insuficiência renal, e a própria Pipoca, quase um ano e meio de apartheid depois, virou uma intrusa para o grupo.


Minha principal ocupação passou a ser caçar dissidentes e tentar integrá-los na panelinha mais receptiva. Sim, os bigodes se dividiram em guetos: a galera da cama (um em cada ponta!), da almofada 1 e da almofada 2 ― a estante, pintada especialmente para eles, foi sumariamente rejeitada e no colo do Mercvrivs só cabe o Mercvrivs. Pipoquinha continua bufante, principalmente com as irmãs. E eu ainda gasto um tempão borrifando fuços para ver se os infelizes entendem que não podem subir na pia da cozinha. Mas não sinto mais vontade de chorar até parar de respirar (o que não é difícil para uma asmática). E fiz esta listinha para poupar vocês do sufoco que a gente enfrentou:

– Mudem durante o dia ― à noite tudo fica mais difícil, inclusive os humores.
– Levem paninhos e objetos com o cheiro dos peludos.
– Tenham paciência.
– Providenciem caixas de papelão e outros esconderijos.
– Ofereçam guloseimas ou espalhem brinquedinhos pela casa.
– Tenham paciência.
– Deem uma ajuda na adaptação com florais, homeopatia ou feromônio.
– Exercitem o desapego ― das coisas materiais, não dos gatos.
– Tenham paciência.
– Usem tampões de ouvido na hora de dormir.
– Cultivem amigos para dizer que tudo vai ficar bem.

23.10.13

Menos "umbeagle", mais coração

Desde que o homem aprendeu a criar as ferramentas que o colocaram no topo da cadeia alimentar, os animais são sacaneados. O caso dos beagles do Instituto Royal só despertou comoção porque eles têm carinhas fofas ― qualquer adulto (simpatizante ou não da causa) há de concordar comigo. Acontece que bichos "não fofos" também sentem dor, medo, tristeza. Assinar petição de internet não muda nada na vida de ninguém. Mas cada um de nós pode rever meia dúzia de hábitos e abrir mão de prazeres que estão longe do imprescindível. Por compaixão.

1) Compre produtos de empresas que não testam em animais
Cãezinhos apertáveis como os de São Roque só entram na última etapa dos experimentos de toxidade. Ratos e coelhos sofrem muito mais em nome da ciência. Vários testes são desnecessários e para a maioria há métodos alternativos. Sem contar que a "sutil" diferença entre nossos organismos tira do mercado anualmente 30% dos medicamentos, que não causaram problema nos bichos. Leia a entrevista com Ray Greek, assista à conversa com George Guimarães e consulte no site da PEA as empresas amigas dos animais.

2) Seja vegetariano
Você provavelmente abriria mão do bifinho se tivesse de caçar seu próprio almoço, certo? Pois os animais criados em cativeiro enfrentam uma vida infinitamente mais miserável do que os selvagens. E uma morte ainda pior. Paul McCartney garante que, se os abatedouros possuíssem paredes de vidro, todo mundo se tornaria vegetariano. Inúmeras matérias comprovam isso ― compartilho aqui as da Super e da Trip, mais leves, para não chocar ninguém. Comece experimentando bons restaurantes vegs e participe da Segunda sem Carne. Ou assista aos vídeos do Instituto Nina Rosa.

3) Não use lã, couro, seda, pele, pena
Bois, aves, ovelhas, raposas, chinchilas e bichos-da-seda precisam muito mais deles do que nós. O casaco fofinho da Gisele passou a vida confinado em uma jaula. Sua blusa de lã foi tosquiada com pedaços de pele junto, porque os tosadores recebem por volume, trabalhando com pressa. Para retirar a seda, mergulha-se os casulos em água quente, matando as larvas. Cada bolsa e sapato da vitrine omite um assassinato com requintes de crueldade. Não faltam opções sintéticas (inclusive fashion!). E elas geralmente custam mais barato.

4) Adote seu próximo bicho de estimação
Amigo não se compra. E há milhares de animais na rua precisando de um lar ― o olhar de agradecimento deles vale mais do que qualquer pedigree, acredite. Quem paga por uma vida financia a exploração de matrizes ao esgotamento e tende a descartá-la quando perde a graça, dá trabalho, adoece ou envelhece. Por isso até você, que sonha com aquele peludo de raça, pode encontrá-lo em um abrigo, sem colocar a mão no bolso. Visite a ONG mais perto de sua casa.

5) Castre o pequeno antes do primeiro cio
A cirurgia não serve apenas para impedir crias indesejadas. Cães e gatos esterilizados ficam mais caseiros e carinhosos, param de fazer xixi em tudo para marcar território, têm menos chance de desenvolver câncer de mama, útero e próstata, vivem mais tempo ao nosso lado. Em várias cidades, dá para operar de graça. Informe-se!

17.10.13

Aderi à escarificação!

Porque é muito mico contar que a Jujuba retalhou meu braço fugindo da caixa de transporte, no dia de ir para a casa nova.

9.10.13

Computador à prova de gatos

Eu já escrevi aqui no blog que os bigodes têm um paladar peculiar (o tema rendeu até concurso, lembram?). E acho difícil algum leitor questionar a agilidade ímpar dos bichanos para destruição. Essas habilidades combinadas já me custaram três carregadores de celular. Da última vez, a bobeada durou o tempo de um xixi. E Pipoca mastigou o fio com tanto gosto que dava para ouvir do banheiro.

Pois adivinhem em que cômodo da casa nova a infeliz passará a noite inteira sozinha, já que precisa comer ração especial para renais? No escritório. Pausa dramática. Olhando a fiação do PC, eu lembrei de todas as vezes em que xinguei Jobs e seu Mac de acentuação bizarra. E cheguei a sentir ternura por criador e criatura embrulhando os mil cabos com o estoque de spiratudos da loja.

Mas este post pretende compartilhar uma dica bacana, não aumentar as vendas de lenço de papel: criados para organizar fios, os tais spiradutos também servem para protegê-los, perdendo apenas para as facas Ginsu ― deletem essa ultima informação e continuem achando que eu tenho 23 anos, por favor. Antes de sair de casa, chequem a metragem e espessura necessárias. E não esqueçam os peludos no recinto!

4.10.13

Para São Francisco, com amor

Dona Hérlia é uma senhora negra, de sorriso largo. Trabalha como diarista de manhã para poder cuidar dos netos à tarde. E tem duas gatas que adoram tomar sol na calçada, obrigando os pedestres a desviar. Dona Helena mora em uma das muitas construções inacabadas do meu novo bairro ― extensão de uma favela. Fumante, compensa nos adereços os dentes que lhe faltam na boca. E tem um rottweiler chamado Osíris, que julga sem balança quem pode atravessar o portão.

Nossas histórias se cruzaram por causa de um pretolino ronronante, que interrompeu minha caminhada até o marceneiro na semana passada, se atirando sobre os sapatos de barriga apontada para o alto. Preocupada com tamanha doçura dando sopa na rua, eu bati palmas na casa em frente e dona Hérlia apareceu de lenço no cabelo. Lázaro fora abandonado com uma ninhada inteira, cujo paradeiro ela desconhecia. E, por falta de grana, ainda não era castrado.


Surpresa de não precisar gastar meu latim explicando os benefícios da cirurgia, eu me despedi decidida a remediar essa situação. E consegui duas vagas para entrar na faca, por falta de uma. No domingo, saí então tocando as campainhas do entorno até encontrar a dona Helena, mãe da Carol, que também tinha um pretinho básico para operar, o Ganglere.


Nenhuma delas podia me acompanhar na via-sacra até São Paulo, mas ambas fizeram questão de oferecer ajuda com a gasolina. Eu recusei. Não há dinheiro no mundo que pague o prazer de andar pelo bairro sem tropeçar em farrapos de vida. Neste Dia de São Francisco, eis o meu presente ― que ele provavelmente já sabia que ganharia. :)

2.10.13

Aniversariante do mês - setembro de 2013

Simba completou uma década de vida no dia 17, entre a mudança para a casa nova e a cirurgia da Clarinha. O feito merecia comemoração em buffet, com presente importado do Butão, eu sei. Mas nem um ratinho de feltro vagabundo ele ganhou, porque minha cabeça estava tomada por caixas de papelão e o coração insistia em se espremer no canto no peito.

Pensam que o loiro ficou chateado? Que nada! Nas últimas semanas, ele tem se dividido entre mimar a amiga e me receber com a festinha que não ganhou quando a porta da rua se abre para mais uma sessão de cuidados-relâmpagos. Não vejo a hora de fechar a última porta de armário, com 33 anos de existência organizadinhos dentro, para resgatar meus bigodes...


*Novelinha: Conheça a história do Simba

Outros aniversários: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

27.9.13

Clarastein

Com a cirurgia da última quarta-feira (que foi um sucessoobrigadasãofrancisco!), Clara migrou do universo dos quadrinhos para a literatura. E agora desfila por Gatoca exibindo sua barriga costurada de fazer inveja a Mary Shelley. Só não vale se voltar contra a criadora!

20.9.13

Kryptonita

Nestes sete anos e meio, Clara ganhou a fama de Super-Gata, sem precisar usar a calcinha por cima da legging. Nunca pegou um resfriado e, depois de castrada, só pisava no veterinário para tomar vacina ― tirando aquele Natal em que derrubaram a escada na coitada, arrancando-lhe o tampão de uma das almofadinhas. Esta semana, porém, parece que seus poderes enfraqueceram. E a pequena teve de ser operada às pressas para a retirada de um tumor.

Dr. E. disse que não valia a pena fazer biópsia porque removeu a bolota com folga, a chance de metástase é pequena e não receitaria quimioterapia. Mas eu fiquei arrasada mesmo assim. E morri de dó quando Pli voltou da anestesia sem entender nada, tropeçando nas próprias patas e errando pulos simples. Passei horas sentada no chão gelado da sala com ela no colo e a madrugada em claro tentando aconchegar sua inquietação.

Espero que essa HQ seja um fracasso de vendas e não tenha continuação.

13.9.13

Uruca virtual

Eu desejo, do fundo do meu coração de pudim, que esta sexta-feira 13 dê azar a todos os jornalistas que cegam, mutilam e matam gatos pretos indiretamente com seus textos preconceituosos.


Para ampliar, cliquem na imagem

Se vocês duvidam do bom agouro dos pretolinos, leiam a história do Chuvisco. :)

10.9.13

Reconhecimento em pipetas

Tem gente que gosta de receber livros pelo correio. Boa parte da mulherada curte desembrulhar cosméticos. Pois eu senti vontade de abraçar o carteiro quando ele entregou uma caixa de Frontlines, presente da Merial para despulgar os bigodes na casa nova. E melhor do que a economia de R$ 400, foi encontrar este cartão no fundo da embalagem:


Escritas a mão, as 27 palavras acima mostram que há corações de pudim nas grandes corporações brasileiras ― a Merial já fez outras doações ao projeto, lembram? E que os 78 animais socorridos, as centenas de horas de sono abreviadas e os incontáveis fins de semana passados no computador renderam ao Gatoca um prestígio que poucos blogs (dentro e fora da proteção) têm. Eba!

5.9.13

Terapia disfarçada de reforma

Nos últimos 12 meses, eu aprendi a quebrar parede, passar massa corrida, assentar tijolo, pintar teto, lixar porta. E consegui o milagre de mudar lembranças doídas com pouco tempo e grana ainda mais curta. Mas a maior surpresa da empreitada foi constatar o quanto eu mesma mudei.

Nos primeiros fins de semana, de moletom branco impecável, refazia cada coisa mil vezes e continuava achando ruim. Comprei pincéis em loja de artesanato para corrigir detalhes que só eu enxergava. Quando errava ― o que acontecia direto, já que trabalho com texto, não com trincha ―, chorava encolhida e me ameaçava desistir (quem precisa de inimigos?).


Conforme blusa e calça foram encardindo, passei a curtir a oportunidade de "reconstruir" os cantinhos da minha casa. Ela deveria ser um lugar feliz para bípedes e quadrúpedes, não meia dúzia de fotos em revista de papel brilhante. Cada defeito tem uma história, assim como minhas cicatrizes. E eu sou capaz de conviver com eles.

Agora, lavando as peças rotas pela última vez, sinto um orgulho danado do meu esforço extrajornalístico. E um amor que precisaria de mais dez corações para se espremer pelo Leo, que deu colo aos meus soluços e disse que tudo ficaria bem no dia em que a gente trocou a privada com a ajuda de um tutorial da internet.

Freud não explica, mas eu garanto que fazer a própria reforma vale cada gota de suor ― inclusive as que saem pelos olhos. A nova fase de crônicas deste blog promete. Providenciem a pipoca! :)

3.9.13

Sobre a arte de ganhar sem levar

Gente que precisa amargar a vida do outro para adoçar a sua não percebe que há mais potes melado no mundo do que vidas que se permitem amargar.


Aos 3,6 mil leitores do Gatoca, me desculpem por ter de ativar a moderação dos comentários depois de 6 anos defendendo a liberdade de expressão.

29.8.13

Fisioterapia também cura animais

Saiba tudo sobre o tratamento que faz cães e gatos sentirem menos dor e até recuperarem a habilidade de andar, sem precisar de remédio!

Xavier foi resgatado pelas meninas do Adote um Gatinho, no início do ano passado, com a coluna quebrada e uma lesão de medula quase total. O atropelamento em Jandira lhe rendeu uma cirurgia, alguns pinos e o diagnóstico de que ele dificilmente voltaria a andar.


Na casa da voluntária Daniela Xavier, porém, o peludo tentava levantar, subia a escada com as patinhas da frente, escalava a cama e, quando sonhava, mexia as patas traseiras como se estivesse correndo. Esses sinais fizeram a veterinária da ONG recomendar um tratamento combinado de fisioterapia e acupuntura.

Hoje, o bichano já consegue ficar em pé e dar meia dúzia de passos cambaleantes com sua fraldinha. A família que o adotou mora em Jundiaí, mas vem para São Paulo toda semana para não interromper as sessões milagrosas. Stella Sakata, veterinária especializada em fisioterapia, esclarece as principais dúvidas sobre o tratamento que pode mudar a vida do seu amigo também.


Em que casos a fisioterapia é recomendada?
Ortopédicos, como artrite, artrose, displasia coxofemoral e do cotovelo, luxação de patela, ganho de musculatura, consolidação óssea, reabilitação pós-operatória de fraturas, reparo de tendões, ligamentos e amputações. Neurológicos, como hérnia de disco, dor na coluna, paralisia, síndrome vestibular e da cauda equina e doenças virais. E para situações gerais, como controle da dor, redução de edemas, cicatrização de feridas, obesidade e doenças respiratórias.

Com que bichos ela obtém melhores resultados?
Com cães, gatos, cavalos... Eu atendo alguns animais silvestres também, como coelhos e macacos. Só em aves que não dá para fazer.

Quais são os benefícios do tratamento?
A fisioterapia consegue prevenir e curar lesões causadas por atividades realizadas diariamente pelo bicho, de forma não invasiva. Isso significa que é possível desinflamar, cicatrizar e tratar a dor sem o uso de medicamentos, poupando os rins, o fígado e outros órgãos.

E a recuperação é mais rápida?
Sempre.

Quanto tempo costuma demorar?
As sessões duram de 30 a 40 minutos, dependendo da patologia. E a recuperação total leva entre dez e 20 sessões. Quando o animal é muito velhinho, porém, o tratamento acaba se tornando contínuo, com manutenção semanal.

Existe alguma contraindicação?
A princípio, não. Mas o veterinário deverá avaliar o bicho para saber que conduta tomar e quais exercícios e aparelhos recomendar.

Dá para fazer em casa?
Sim, vários exercícios e alongamentos podem ser feitos em casa. O básico é o de sentar e levantar. Mas, se o animal estiver com dor, não vai conseguir. E, se o dono não souber manipular direito, acabará agravando o quadro, em vez de ajudar. Por isso deve-se consultar um especialista. Ele ensinará a forma correta de dar sequência ao tratamento fora do consultório.

:: Socorro paliativo

Casos agudos
Seu amigo acabou de operar, caiu da escada ou machucou o joelho? Faça gelo no lugar da lesão por 15 minutos, quatro vezes ao dia, durante quatro dias. A forma mais barata de compressa é colocar o gelo picado dentro de um saquinho de supermercado. E não se esqueça de usar uma toalha para evitar queimaduras.

Casos crônicos
Dores na coluna, por exemplo, necessitam de bolsa de água quente durante 10 minutos, uma ou duas vezes por dia, até passar o incômodo (que costuma ocorrer nos dias frios). Basta aquecer um tecido no micro-ondas ou encher uma garrafa pet com água morna.

* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

27.8.13

Sexta festinha do Gatoca

Eu menti quando disse que havia chegado a hora de mobiliar a casa nova. Ainda faltava pintar cinco portas e nenhum ser humano, encarnado ou desencarnado, me convenceria de que essa tarefa aparentemente simples levaria duas semanas. Mas levou, porque a gente precisou desmontar os acabamentos todos, lixar a madeirada até encher os dedos de farpas e dar três demãos de fundo para esconder os restos de verniz, mais duas de tinta.

Por que eu estou falando de reforma no post sobre a comemoração dos seis anos de Gatoca? Porque se não fosse a comemoração dos seis anos de Gatoca, ninguém tirava meu corpo dolorido da cama. E valeu cada gemido de vértebra! Denise veio de avião para doar uma sacola de broches e chaveiros artesanais lindos de morrer (aguardem!). Natália, Arielly e Michele contaram peripécias fresquinhas dos bigodes que passaram por estas bandas. Alice arrancou sorrisos até dos garçons.

E eu abracei amigos que esticam meus horizontes, sem pagar a conta. Obrigada por mais um ano!


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Festinhas anteriores: 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

22.8.13

Serviço de personalização gratuito

Você precisa alterar o contrato social da sua empresa há um semestre, mas nunca sobra tempo. Quando finalmente consegue se acertar com o contador, coletar a assinatura dos sócios e agendar a ida ao cartório para o dia seguinte, entre as últimas demãos de tinta na porta de entrada da casa nova, dá de cara com esta obra de arte.

20.8.13

Humildade em forma de cão

Mike é um cachorro tão fofo que faz festa até para petisco integral.


O que você está esperando para levá-lo para casa?


Epopeia do Mike na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Combo canino: amor e diversão
:: Som mágico

14.8.13

Mimetismo

Gatoca tem flores com e sem pelos.

10.8.13

Sexto aniversário do Gatoca

Os 78 bichos socorridos (incluindo uma pomba!), as 786 postagens, os 7,7 mil comentários de vocês e as 1,1 mil curtidas na fan page do Facebook já seriam motivo suficiente para comemorar. E eu convidaria leitores paulistas e estrangeiros para comer, beber, falar de gatos e dar risada no Barão da Itararé, como nos anos anteriores. A festa vai mesmo rolar, no sábado do dia 24, a partir das 18h ― almejando agradar madrugadores e boêmios. Mas, desta vez, os brindes hão de se multiplicar!

É que duas grandes mudanças estão a caminho: a primeira para os bigodes de Gatoca, que ganharão uma casa só deles (ou melhor, só nossa), e a segunda para os animais abandonados, que eu ainda não posso contar. Essa reviravolta na vida me obrigou a diminuir o ritmo de trabalho (remunerado) e a atualização deste blog, como vocês devem ter percebido. E até bico de pedreira eu fiz para economizar ― foram quase 12 meses quebrando parede, pintando teto, lixando porta.


Agora, chegou a hora de "mobiliar" o cafofo felino. A gente vai precisar de prateleiras para turbinar a ambientação, já que o "apertamento" é cinco vezes menor do que os peludos estão acostumados; caminhas, porque a compra do sofá ficará para a próxima encarnação; telas nas janelas, por motivos óbvios; banheiros fechados, para evitar refeições aromatizadas; e do combo antipulgas + dedetização, estratégica que nunca funcionou no casarão com jardim.

Se vocês se divertiram com os textos do blog nestes seis anos, vibraram a cada final feliz, adotaram um amigo, aprenderam a cuidar melhor do que já existia ou se inspiraram a fazer sua parte por um mundo mais decente e querem nos dar um presente, depositem a grana do cinema no Banco do Brasil (agência: 1561-x, conta corrente: 6830905-8) ou no Itaú (agência: 0185, conta corrente: 08360-7). Mas, peloamordedeus, não tirem a ajuda de outros protetores e ONGs. Aqui, a gente aperta e dá um jeito. E, na festinha (dia 24, hein!), eu aperto todo mundo. :)


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