Intrú queria comida e eu precisava de um modelo para alternar as fotos do blog com a Jujuba, porque nosso casting desfalcou de repente. Ele ganhou croquetes e consegui cinco cliques: quatro de cara feia e o último sem gato ― que saiu correndo para providenciar o próprio almoço, provocando uma debandada de passarinhos.
Impossível não lembrar do Grinch, a criatura verde que odeia Natal, interpretada no cinema pelo Jim Carrey. Ou do Scrooge, personagem de Um Conto de Natal, escrito por Charles Dickens, que considera a data um desperdício de tempo e dinheiro, e acaba recebendo os espíritos do Natal passado, presente e futuro para esfregarem seus erros na cara.
Eu mesma não morro de amores pela chacina animal, o apelo consumista e a ideia de juntar pessoas tão diferentes em volta da mesma mesa. Mas não podia agradecer vocês pela travessia em companhia deste 2024 tão difícil de mau humor, né? Percebi, então, que chapeuzinhos de Papai Noel deixam qualquer coisa fofa.
E é nesse clima que festejo a chegada ao nosso grupo de apoiadores da Sara Gonçalves, da Soraia Mancilha e da Celina Matsuda! Elas se juntam aos maravilhosos Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Marcelo Verdegay, Fernanda Leite Barreto...
... Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe, Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Karine Eslabão, Michely Nishimura...
...Danilo, Klay Kopavnick, Glaucia Almeida, Ana Cris Rosa, Ana Hilda Costa, Lia Paim, Elisângela Dias, Ivoneide Rodrigues, Melissa Menegolo, Vanessa Almeida, Vivian Vano, Maria Beatriz Ribeiro, Elaigne Rodrigues, Simone Castro, Beatriz Terenzi, Viviane Silva, Regina Hansen, Arina Alba, July Grafe, Sandra Malacrida, Vera e Gabriela Fromme, Lucia Trindade, Aline Silva e Caroline Rocha! 🤗
Será que em 2025 nosso rabugento ganha uma família para brigar no Natal?
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivo — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de Gatoca. ❤)
Epopeia do Intruso
:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
:: Quando as Cataratas do Niágara visitaram Intrú
18.12.24
Gatificação: planejamento urbano antitreta | EG #34
Ninguém espera que vocês encham os cômodos com semáforos, faixas de pedestres e placas de trânsito, mas planejar o fluxo de tráfego da sua casa garante que humanos e animais se movam livremente, sem conflitos ― estruturar o mundo em dois eixos, horizontal e vertical, ainda ajuda quem tem cachorro e criança, porque o incompreendido do bichano pode encontrar seu lugar de confiança no alto.
Para colocar o planejamento urbano em prática, Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, sugere três passos.
Passo 1
Avalie a paisagem atual da sua residência, analisando a disposição dos móveis e recursos (comedouros, bebedouros, arranhadores, banheiros). O trânsito parece eficiente ou existem áreas problemáticas, como as descritas abaixo?
- Pontos de conflito: locais onde costumam acontecer brigas, agressões, xixis fora da caixa. Marque cada um deles com fita adesiva. Quanto mais marcações, pior é o espaço, demandando alternativas para não se tornar um ponto morto.
- Zonas de emboscada e pontos mortos: muitas vezes criados por aspectos da própria casa, como posicionamento da mobília, elementos arquitetônicos e até mesmo bagunça, deixam apenas uma opção de acesso aos recursos, possibilitando que um peludo impeça o outro de passar.
- Cavernas: já explicamos o significado e importância de bloqueá-las aqui.
Passo 2
Adicione "rotatórias" aos pontos de conflito para desviar o fluxo. Vale usar prateleiras ou qualquer estrutura de escalar que ofereça um nível alternativo de passagem, permitindo que o bichano suba para se afastar da área problemática. É preciso viabilizar também rotas de fuga, certificando-se que todas as prateleiras e locais de apoio tenham vários pontos de saída ― no caso do banheiro, basta tirar a tampa.
Passo 3
Otimize todo o espaço potencial dos cômodos com as dicas dos próximos capítulos.
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivo — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de Gatoca. ❤)
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 32: Gatificação: um lugar para onde voltar
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem destruir a casa
CAPÍTULO 35: Gatificação: mundo vertical (estreia no dia 15 de janeiro de 2025!)
Para colocar o planejamento urbano em prática, Jackson Galaxy, autor de O Encantador de Gatos, livro que inspira esta série, sugere três passos.
Passo 1
Avalie a paisagem atual da sua residência, analisando a disposição dos móveis e recursos (comedouros, bebedouros, arranhadores, banheiros). O trânsito parece eficiente ou existem áreas problemáticas, como as descritas abaixo?
- Pontos de conflito: locais onde costumam acontecer brigas, agressões, xixis fora da caixa. Marque cada um deles com fita adesiva. Quanto mais marcações, pior é o espaço, demandando alternativas para não se tornar um ponto morto.
- Zonas de emboscada e pontos mortos: muitas vezes criados por aspectos da própria casa, como posicionamento da mobília, elementos arquitetônicos e até mesmo bagunça, deixam apenas uma opção de acesso aos recursos, possibilitando que um peludo impeça o outro de passar.
- Cavernas: já explicamos o significado e importância de bloqueá-las aqui.
Passo 2
Adicione "rotatórias" aos pontos de conflito para desviar o fluxo. Vale usar prateleiras ou qualquer estrutura de escalar que ofereça um nível alternativo de passagem, permitindo que o bichano suba para se afastar da área problemática. É preciso viabilizar também rotas de fuga, certificando-se que todas as prateleiras e locais de apoio tenham vários pontos de saída ― no caso do banheiro, basta tirar a tampa.
Passo 3
Otimize todo o espaço potencial dos cômodos com as dicas dos próximos capítulos.
(Tem um troco sobrando, gosta do nosso trabalho e quer participar do melhor grupo de WhatsApp ou de um clube do livro diferente? Dá uma fuçada no nosso financiamento coletivo — aqui fiz um resumo das principais ações, on e offline, destes 17 anos de Gatoca. ❤)
CAPÍTULO 1: Existe um canto do planeta sem gatos?
CAPÍTULO 2: A primeira gateira da história
CAPÍTULO 3: Como a humanidade se curvou aos bichanos
CAPÍTULO 4: Seu gato vem da América ou do Velho Mundo?
CAPÍTULO 5: 8 mudanças genéticas nos bichanos modernos
CAPÍTULO 6: 44 raças de gatos lindos, mas doentes
CAPÍTULO 7: O mistério do ronronar
CAPÍTULO 8: O que seu amigo quer dizer?
CAPÍTULO 9: 7 posições de rabo explicadas
CAPÍTULO 10: Decifre as expressões faciais do seu gato!
CAPÍTULO 11: Como é um abraço felino?
CAPÍTULO 12: Feromônios e os cheiros na comunicação
CAPÍTULO 13: Tem outro bichano vivendo dentro do seu!
CAPÍTULO 14: O segredo da gatitude!
CAPÍTULO 15: Conheça sua maquininha de matar: tato
CAPÍTULO 16: Conheça sua maquininha de matar: bigodes
CAPÍTULO 17: Conheça sua maquininha de matar: visão
CAPÍTULO 18: Conheça sua maquininha de matar: audição
CAPÍTULO 19: Como e o que os gatos caçam?
CAPÍTULO 20: E como eles comem?
CAPÍTULO 21: Felinos se limpam como a cena de um crime
CAPÍTULO 22: E dormem menos do que parece
CAPÍTULO 23: Qual é o arquétipo do seu bichano?
CAPÍTULO 24: Identifique os lugares de confiança dele
CAPÍTULO 25: Gato medroso: faça do esconderijo casulo!
CAPÍTULO 26: 13 curiosidades felinas
CAPÍTULO 27: Existe bichano dominante (ou alfa)?
CAPÍTULO 28: A importância dos três Rs para um gato
CAPÍTULO 29: Três Rs: o jeito infalível de brincar
CAPÍTULO 30: Três Rs: como alimentar a gatitude
CAPÍTULO 31: Três Rs: limpeza e sono felinos
CAPÍTULO 32: Gatificação: um lugar para onde voltar
CAPÍTULO 33: Gatificação: arranhar sem destruir a casa
CAPÍTULO 35: Gatificação: mundo vertical (estreia no dia 15 de janeiro de 2025!)
13.12.24
Quando as Cataratas do Niágara visitaram Intrú
Quem nasceu nos anos 70 e 80 cresceu com o Pica-Pau descendo as Cataratas do Niágara em um barril, enquanto pessoinhas de capa amarela gritavam de braços levantados. Imaginem, então, a emoção que vivi ao sentir os lendários respingos no rosto, quando viajei para o Canadá a trabalho, em 2006 ― de capa azul, porque amarela é a cor para os turistas do lado norte-americano.
Foi exatamente o oposto de ver um braço do toldo se desprender do contêiner bem em cima da casinha do Intrú, durante o último temporal, derrubando uma cachoeira inteira no telhado, que se deslocou e fez o coitado sair correndo sem barril nem capinha. Acho que nunca fiquei tão ensopada na vida, ao menos não de pijama, tentando consertar algo na força do desespero.
E precisei de muitos croquetes para convencer o gorducho a entrar no cafofo de novo, cujo cobertor 50% molhado tapeei com a bolsa térmica para resistir à madrugada. Estas fotos são do dia seguinte, quando saiu sol e pude lavar tudo, menos o gato ― que continuava tentando trocar de casa.
Epopeia do Intruso
:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
Foi exatamente o oposto de ver um braço do toldo se desprender do contêiner bem em cima da casinha do Intrú, durante o último temporal, derrubando uma cachoeira inteira no telhado, que se deslocou e fez o coitado sair correndo sem barril nem capinha. Acho que nunca fiquei tão ensopada na vida, ao menos não de pijama, tentando consertar algo na força do desespero.
E precisei de muitos croquetes para convencer o gorducho a entrar no cafofo de novo, cujo cobertor 50% molhado tapeei com a bolsa térmica para resistir à madrugada. Estas fotos são do dia seguinte, quando saiu sol e pude lavar tudo, menos o gato ― que continuava tentando trocar de casa.
Epopeia do Intruso
:: Como tudo começou
:: Serial killers sempre voltam à cena do crime!
:: Ronrom, ataques e caos
:: Amansando a fera
:: Intruso: 1 sucesso e 2 bombas
:: Um morto muito louco e perdão felino
:: Cartinha de um gato excêntrico ao Papai Noel
:: Nossos presentes de Natal, com penetra
:: O que acontece com gato que vai para a rua
:: Férias do Intrú
:: Procuram-se madrinhas
:: Intrú ganhou madrinhas e um chalé!
:: 59 dias sem acidentes!
:: O primeiro brinquedinho... que ele nem viu
:: Teste: o desaparecimento do frajola
:: Intrú ganhou um cobertor e me emocionou
:: O primeiro colo (sim!)
:: A primeira ioga
:: A primeira brincadeira de caçar (sem mortes!)
:: O desafio de aquecer um bicho que não entra em casa
:: 17º quase-aniversário do Gatoca e bastidores
:: A escova perfeita para aventureiros
:: Vigilantes do Peso Felino
:: Um ano do gato que eu não sabia que precisava
:: Dia de levar o pet ao trabalho
:: Ele não quer uma casa, quer uma família
11.12.24
Vou te Receitar um Gato: encontro do Cluboca do Livro
Domingão rolou a primeira edição da pata literária (e etílica) do Gatoca, com participantes de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Bahia, Canadá e do plantão do hospital (nutricionista, calma!). Movida a chocolate quente com rum, na caneca do Simba ilustrada pela Marina Kater, nem vi as três horas passarem.
A gente conversou sobre Vou te Receitar um Gato, best-seller japonês de Syou Ishida, indicado pela Cora Rónai na coluna d'O Globo, que divertiu parte dos leitores pela leveza e abandonou outros no caminho pela superficialidade e ritmo mais lento.
Eu mesma achei uma boa ideia mal-executada, como se toda a experiência que a autora demonstra com bichanos faltasse à escrita ― diálogos artificiais, inconsistências no enredo, soluções convenientes. O tom de "manual para acompanhar a adoção" ainda se alternava com animais de raça, romantização de fuga e lições de moral blé, como a de que ninguém é insubstituível.
Mas gostei da proposta do realismo mágico e confesso que fui pega de surpresa pelo plot twist, pós-chá de matatabi. Das cinco histórias, a que mais me tocou foi a da mãe cansada e sem tempo, que faz a filha devolver um filhote, porque já estive no lugar da criança e dezenas de vezes no lugar da mãe, como protetora que sobra com o gosto amargo de não poder ajudar quem repassa o problema para dormir tranquilo.
Lúcia Trindade notou que todos os personagens começam autocentrados e acabam mudando por causa dos gatos. "Quando um gato entra na sua vida, tudo muda", emendou Cristina Barreto. E Vanessa Araújo enfatizou o reestabelecimento de conexões perdidas também nas famílias desfuncionais.
Não passou despercebido para Viviane Silva que as mulheres têm mais visão de contexto, enquanto os homens parecem mais alienados. Já Lorena Fonseca sacou que a personalidade do médico e da enfermeira que trabalham na clínica que receita felinos era condizente com a deles. Aline Silpe recomenda para quem gosta de dorama, o que não é seu caso.
E quem melhor resumiu a experiência, na minha opinião, foi a Paula Melo, que sentiu falta de aprofundamento nas 224 páginas: "Amei, duas estrelas!". rs
O Cluboca do Livro é uma das recompensas do nosso financiamento coletivo e a segunda edição está programada para o início de fevereiro ― divulgo o nome do livro e a data certinha assim que decidirmos. Se você também quiser viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco, clique aqui e escolha sua bebida! :)
A gente conversou sobre Vou te Receitar um Gato, best-seller japonês de Syou Ishida, indicado pela Cora Rónai na coluna d'O Globo, que divertiu parte dos leitores pela leveza e abandonou outros no caminho pela superficialidade e ritmo mais lento.
Eu mesma achei uma boa ideia mal-executada, como se toda a experiência que a autora demonstra com bichanos faltasse à escrita ― diálogos artificiais, inconsistências no enredo, soluções convenientes. O tom de "manual para acompanhar a adoção" ainda se alternava com animais de raça, romantização de fuga e lições de moral blé, como a de que ninguém é insubstituível.
Mas gostei da proposta do realismo mágico e confesso que fui pega de surpresa pelo plot twist, pós-chá de matatabi. Das cinco histórias, a que mais me tocou foi a da mãe cansada e sem tempo, que faz a filha devolver um filhote, porque já estive no lugar da criança e dezenas de vezes no lugar da mãe, como protetora que sobra com o gosto amargo de não poder ajudar quem repassa o problema para dormir tranquilo.
Lúcia Trindade notou que todos os personagens começam autocentrados e acabam mudando por causa dos gatos. "Quando um gato entra na sua vida, tudo muda", emendou Cristina Barreto. E Vanessa Araújo enfatizou o reestabelecimento de conexões perdidas também nas famílias desfuncionais.
Não passou despercebido para Viviane Silva que as mulheres têm mais visão de contexto, enquanto os homens parecem mais alienados. Já Lorena Fonseca sacou que a personalidade do médico e da enfermeira que trabalham na clínica que receita felinos era condizente com a deles. Aline Silpe recomenda para quem gosta de dorama, o que não é seu caso.
E quem melhor resumiu a experiência, na minha opinião, foi a Paula Melo, que sentiu falta de aprofundamento nas 224 páginas: "Amei, duas estrelas!". rs
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O Cluboca do Livro é uma das recompensas do nosso financiamento coletivo e a segunda edição está programada para o início de fevereiro ― divulgo o nome do livro e a data certinha assim que decidirmos. Se você também quiser viver outras histórias, cair na risada junto, se emocionar e culpar o clima seco, clique aqui e escolha sua bebida! :)
6.12.24
Quem cuida dos cuidadores?
Jujuba já tinha assumido o papel de enfermeira de Gatoca ao aconchegar a mãe e as irmãs enquanto morriam.
(Pipoca e Pufosa com dois dias de diferença, exigindo malabarismos de todos os envolvidos.)
Mas eu não imaginava que não desgrudaria também da Chocolate, que deixava clara sua preferência por não trocar calorzinho com ninguém ― a gente tirava a bichinha de perto e ela voltava, feito iôiô.
E, quando chegou a vez da Pimenta, comecei a me preocupar: quem cuidaria da malhada?
Claro que ela tem a mim, mas não é a mesma coisa ― poder desligar do mundo colada a um corpo quentinho e peludo, que só sairá de perto depois de você.
Exatamente como aconteceu com a Keka.
Pela primeira vez sozinha em 17 anos e meio, Jujuba se aproximou mais de mim. Na hora de dormir, porém, se encaixa entre as almofadas do sofá, onde antes existiam outros nove gatos, e meu coração engasga.
(Pipoca e Pufosa com dois dias de diferença, exigindo malabarismos de todos os envolvidos.)
Mas eu não imaginava que não desgrudaria também da Chocolate, que deixava clara sua preferência por não trocar calorzinho com ninguém ― a gente tirava a bichinha de perto e ela voltava, feito iôiô.
E, quando chegou a vez da Pimenta, comecei a me preocupar: quem cuidaria da malhada?
Claro que ela tem a mim, mas não é a mesma coisa ― poder desligar do mundo colada a um corpo quentinho e peludo, que só sairá de perto depois de você.
Exatamente como aconteceu com a Keka.
Pela primeira vez sozinha em 17 anos e meio, Jujuba se aproximou mais de mim. Na hora de dormir, porém, se encaixa entre as almofadas do sofá, onde antes existiam outros nove gatos, e meu coração engasga.