30.12.14

Mais Gatoca no Facebook

Curtir uma página na rede social do Mark Zuckerberg não significa que os posts dela vão aparecer no seu feed, sabiam? É que o algoritmo do Facebook exibe o conteúdo das fanpages para menos de 10% de seus fãs. Esses dias, Leo comentou sobre um tutorial do Hypeness para mudar isso e eu resolvi adaptá-lo aqui, assim vocês não perdem nenhuma dica supimpa, peripécia dos bigodes ou estímulo para mudar o mundo. :)

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29.12.14

Apertem seus bebês!

As Gudinhas nasceram aqui em casa e nunca botaram o nariz para fora. Simba veio da rua com 3 anos, não castrado e as orelhas mastigadas de briga. Adivinhem quem "erra" a caixa de areia na hora do xixi, foge das visitas em pânico e demorou uma eternidade para aceitar (e mais 24 meses para curtir) um cafuné! Não, não foi o loiro.

Quando as meninas eram minúsculas (e eu, inexperiente), me disseram que nosso cheiro podia fazer a mãe rejeitá-las e as pequenas acabaram crescendo isoladas na panelinha. Eis que, no check-up coletivo da semana passada, o hemograma das cinco indicou problema renal. Bichinhas do mato, elas devem ter bebido menos água e usado o banheiro menos vezes do que o necessário.

Como, apesar de ser época de retrospectiva, não dá para voltar no tempo de verdade, deixo um alerta a vocês: beijem, abracem e acariciem muito seus filhotes, principalmente os recém-nascidos. A socialização, nessa fase do desenvolvimento, é essencial. E motivo não falta. ♥

28.12.14

Tempo para respirar

Na segunda, eu esqueci a janela aberta pré-temporal e cheguei da rua com a sala em ondas. Perdi um tempão puxando a água, deixei o vidro escancarado para secar e precisei fazer tudo de novo 20 minutos depois, porque não percebi que voltara a chover. Antes, já havia comprado o presente de aniversário da Amanda e ignorado o dia de dar "parabéns". E combinado a programação de dois fins de semana invertida, para ter de cancelar tudo.

A gota d'água foi colocar ração no potinho da Pipoca, que come separada do grupo por causa do problema renal, e guardar no armário. A madrugada inteira! Achei melhor desacelerar, antes que desacelerassem comigo. Por isso o blog ficou sem atualização na quinta e na sexta ― me comprometi a escrever nos feriados, para quem sobrou em casa não se sentir sozinho. Amanhã, nós retomamos a programação normal.

E no dia 31 tem o post-retrospectiva! \o/

24.12.14

O Natal que escolhi

No fim de 2003, a cidade piscava suas luzes natalinas, enquanto dona Vera se apagava no hospital. E eu, que já sofria com o inferno astral, acabei brigando definitivamente com Noel. Essa talvez seja a primeira vez que não sinto vontade de emendar novembro com janeiro. Nos 11 anos que se costuraram fechando buracos, fui ganhando famílias ― não as de comercial de margarina, mas que também fazem a gente sorrir de graça.

Primeiro, os irmãos, que viraram mais do que irmãos. Depois os bigodes, amores quadrúpedes instantâneos. E os tios, que passaram a incluir pratos vegetarianos na ceia. E os amigos, que ainda emprestam seus colos, partilham ideais, ajudam a xingar. E vocês, leitores, que transformam carinho em comentários, doações, abraços reais. E o Leo, para trocar, cuidar e ser cuidada.

Este ano, não deu para comprar presentes caros. Mas fiz questão de providenciar dois especiais: batalhoada para a Tati, amiga-irmã de duas décadas, que decidiu parar de comer carne justo nas festas em que os parentes têm mais dificuldade para aceitar. E retirada de pontos de castração a domicílio para a Morgana, gatinha da Vera que agora viverá dobrado.

O Gatoca deseja que cada um de vocês possa comemorar um Natal que faça sentido. :)

Caixa de transporte amiga

Só tem uma coisa que os gatos detestam mais do que caixa de transporte: ir ao veterinário de carro, chacoalhando na caixa de transporte. Quando eu tive de capturar os dez bigodes para mudar para o apertamento, ganhei uma cicatriz-pulseira da Jujuba e pensar em passar por isso de novo me gelava os ovários policísticos.

Mas São Francisco providenciou um frila extra de Natal e decidi investir no primeiro check-up coletivo da gangue (exame clínico caprichado no Dr. N. e hemograma no R&K, com função renal e hepática) ― Pimenta nasceu ontem e já está com os pelos do bumbum grisalhos! A primeira leva foi fácil: Mercv, Simba, Clara e Chocolate.

Para encarar a segunda e a terceira, das Gudinhas, enrolei quase uma semana e resolvi testar a dica de deixar as caixas na sala, à disposição das sonecas. Pufosa aprovou o interior quentinho, Keka o telhado arejado e Jujuba, acreditem, entrou sozinha no dia do veterinário! A estratégia deu tão certo que, mesmo virados do avesso, os peludos continuam curtindo as casinhas improvisadas.

23.12.14

Ranhetice faz bem à saúde

Chocolate é famosa por seus miados de cabrita, que mais parecem resmungos do que miados. Diversas vezes ao dia, atravessa o apertamento para ficar perto de outro bigode e poder reclamar que o coitado está perto dela. Chuta os amigos até dormindo! Na semana passada, saiu o resultado de seu hemograma: todas as taxas no meinho do intervalo, função hepática excelente, renal ainda melhor.

Esqueçam tudo que vocês aprenderam sobre otimismo.

20.12.14

Show

Figurinha repetida completa o álbum, sim! E ainda faz performance na festa de Natal da firma. Não, vocês não estão bêbados.

19.12.14

Vida com gatos (e 180 garras)

De que adianta comprar vestido caro para as festas de fim de ano, se a frajola te presenteia com um arranhão que vai chamar mais atenção do que o decote? Sorte que eu escolhi trocar os pneus do carro.

17.12.14

Dicas de adaptação entre cão e gato

Sempre que me perguntam como juntar bigodes e focinhos, sem o desfecho bélico dos desenhos animados, eu peço para algum amigo contar sua experiência ― os especialistas comportamentais costumam entender muito do segundo grupo e quase nada do primeiro. Mas hoje, quando o pai do Sparky me escreveu, lembrei que a Mari Dias trabalha na Cão Cidadão e é supergateira. Eis o passo a passo que ela sugeriu, em sete dias:

Dia 1
Isole o gato (novato, neste caso) em um cômodo ― serve banheiro, lavanderia, escritório. O importante é deixá-lo em paz, para se acostumar com a mudança de família e espaço. Coloque uma cobertinha perfumada de lavanda ou feromônio dentro da caixa de transporte, para servir de toca. E ajeite o pote de ração sobre um paninho com o cheiro do cachorro, para que ele associe o amigo a algo que já gosta ― vale fazer o mesmo com o veterano.

Dia 2
Permita que os peludos se vejam pela fresta da porta. O ideal é repetir o processo várias vezes, em períodos curtos ― essa instrução serve para os próximos dias também.

Dia 3
Apresente o gato dentro da caixa de transporte ao cão preso na guia, para evitar pavor. E reforce os cheiros dos paninhos sob os potes de ração.

Dia 4
Tire a guia do cão na hora do contato, mas mantenha o gato na caixa de transporte ― ele provavelmente saberá que está seguro lá.

Dia 5
Com o gato solto no cômodo de isolamento, leve o cão preso na guia para lhe fazer uma visita. E não esqueça de reforçar mais uma vez os cheiros dos paninhos sob os comedouros.

Dia 6
O cão deve continuar na guia, mas o contato com o gato solto pode rolar fora do cômodo de isolamento, sempre frustrando aproximações exageradas, para mostrar que há limites.

Dia 7
Com ambos livres, leves e soltos, reforce os comportamentos gentis distribuindo petiscos e desestimule os hotis borrifando água no focinho ― para funcionar como bronca, não como refresco, o jato deve ser reto; o animal precisa acreditar que o castigo vem de uma força maior, não do tutor; e não adianta repetir a punição 200 vezes, que eles acostumam.


Bela focinhando Jade, foto emprestada pela Gloria Pontes

Seu novato é o cachorro? Pode encurtar passos! Eles aceitam as mudanças mais fácil do que os bichanos. Dependendo do focinho, nem precisa ficar isolado. Os primeiros contatos, porém, devem ocorrer sempre com supervisão.

Não sabe como fazer a adaptação entre gatos? Clique aqui. ;)

15.12.14

Prioridades

Em Gatoca, burca é sinônimo de aconchego. Pipoca continua livre para dirigir, votar e chefiar empresas. Mas prefere dormir.

12.12.14

Karate Cat

Quem precisa de senhor Miyagi quando tem gatos? Eles nos ensinam a vencer a vontade de dormir mais cinco minutinhos (mesmo nos fins de semana!). A guardar papéis e roupas ― sob o risco de ficar sem papéis e roupas. A desapegar do passado. A não atacar a geladeira escondido. A caber em meia almofada de sofá, um terço de cama, um quarto de tapete de banheiro.

Obs.: John O'Hurley escreveu um livro fofo sobre as lições que aprendeu com seus melhores amigos (Tudo Bem Não Alcançar a Cama no Primeiro Salto) e foi assunto deste blog, lembram?

11.12.14

Catnip diferente

Gateiro profissional conhece catnip (ou gatária), a erva que deixa os bigodes em êxtase, se esfregando e rolando desengonçadamente pela casa ― antes que os novatos surtem, ela não causa efeitos colaterais (exceto o mico registrado em fotos para a posteridade).

Mas pouca gente sabe que, além da versão desidratada vendida nos pet shops, também existe catnip em vaso! Este foi presente da Yone Sassa, comprado na Sabor de Fazenda.

O cuidado não tem segredo: basta regar todo dia à tarde, deixar no sol por quatro horas e adubar uma vez ao mês. Para piruetas mais ridículas, rasgue as folhinhas antes de entregar aos peludos.


Para ampliar, cliquem na imagem


Obs.: Se seu gato fizer cara de paisagem, não se preocupe. Alguns bichanos, especialmente os filhotes, são imunes à erva.

10.12.14

Papéis de parede do Gatoca

Quando sobra tempo, falta sol. Quando tem sol, os bigodes estão de mau humor. Quando o humor coletivo melhora, surge um frila de domingo a domingo. E foi assim que os papéis de parede prometidos aos apoiadores do projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas quase viraram lenda. Para compensar os dez dias de atraso (sorry!), eu caprichei nas fotos ― a dos peludos juntos vale pela raridade (o pessoal sabia que a resolução deixava a desejar, mas quis mesmo assim). Pirem! :)


Nariz de coração


Gata Borralheira


Sesta


Loirice


Retrato de família

Obs.: Se você não recebeu a imagem em alta resolução por e-mail, mande sinal de fumaça para bialevischi@yahoo.com.br.

9.12.14

Literatura solidária

Primeiro, ela emprestou o patchwork da mãe. Depois, as bijuterias da Gatatuca. Agora, me vem com letras impressas e ilustrações da Virgínia Caldas! Kira é uma gatinha branca de olhos coloridos, que viaja para o mundo das abelhas, graças às habilidades químicas da abelha-tenente, e acaba descobrindo a importância desses insetos para o planeta.

Lucia Fontes descobriu o Gatoca há cinco anos, não viajou para lugar nenhum, mas decidiu reverter 20% do dinheiro arrecadado com as vendas de seu livro ao projeto, porque só a educação pode mudar o mundo. Me emocionou com a ideia, o site profissional e, especialmente, este texto.

Quem ainda não sabe o que dar de presente à criançada no Natal, dê um presente aos animais que não terão a sorte de passar o Natal quentinhos, seguros e apertados, como a Clara ― o frete é grátis! Quanto mais gente conscientizada sobre os benefícios do convívio entre bípedes e quadrúpedes, menos sofrimento. Nas ruas. Nos espetáculos. Nos pratos.

8.12.14

A arte de receber mais do que se doa

Por causa da dobradinha trabalho-que-paga-as-contas e trabalho-que-enche-o-coração, eu deitei às 3h30 algumas vezes nos últimos meses. Mas só ontem saí da cama esse horário. A Anchieta estava vazia, muda, espelhando a lua cheia. Os bigodes nem se mexeram nos almofadões. Era dia de ajudar bigodes que não têm almofadões ― 300 agora e mais centenas deles ao longo de 2015.

Como patrimônio histórico do Adote um Gatinho, fui promovida a coordenadora de vendas do Bazar de Natal: organizo mostruário, atendo o pessoal, passo cartão de débito/crédito, reponho estoque, conto dinheiro, resolvo pepinos, busco água, o que precisar. Não tenho pais para prestigiarem o evento, mas o namorado participa da montagem/desmontagem há dois anos e o irmão rala no stand há três. ♥

A cada rosto conhecido, a pressão sanguínea aumenta. Denise Canto, Maria Gracinda, Silvia Leonella Balloni, Ana Claudia S., Antoinette S. Mancilha, leitoras deste blog que driblaram a vergonha para me abraçar. Sara Criado, parceira no projeto Um Post Por Dia para Salvar Vidas e nos futuros. Julio Cesar Lopes, meu contador que não gostava de gatos. Vera Gherardini, mãe da Bebel, que atravessou o cordão de isolamento empolgadíssima para me beijar.

Michele Bastos Naneti entrou para o time das voluntárias queridas, dominado pela Rosa Yukari, Carol Toledo, Denise Granja e Yone Sassa. Vilma Gradvol brigou comigo porque os textos do calendário lhe roubaram lágrimas. Maira Bueno me deu os cupcakes de cenoura com brigadeiro mais fodásticos do planeta e um saco gigante de biscoitos crocantes. Vitor Medina confessou que leu o Gatoca de cabo a rabo para aprender a cuidar do filhote que adotou com a ONG.

As olheiras são de quem quase não dormiu. O sorriso deixa claro que eu faria tudo de novo.

5.12.14

Natal com espírito – a ressurreição

Todo ano tem post aqui no blog convocando vocês para participar do Bazar de Natal do Adote um Gatinho, eu sei. É que todo ano escrevo os textos da agenda e do calendário com o maior amor do mundo. Porque todo ano os bigodes que a ONG resgata insistem comer, precisam de vacina e castração, às vezes ficam doentes ou dão à luz mais bigodes que insistem em comer, precisam de vacina e castração, e às vezes ficam doentes.


Compareçam neste domingo ao Clube Homs (Av. Paulista, 735), entre as 10h e 18h, me abracem apertado (sem timidez!) e ajudem a salvar mais peludos que insistem em comer, precisam de vacina e castração, às vezes ficam doentes ou dão à luz mais peludos que insistem comer...

4.12.14

Calendários que marcam mais do que dias

Quando a Otávia me contou que buscou doçura nos posts do Gatoca para criar o calendário do Felinos Urbanos, o coração deu a volta no rosto puxando o sorriso. E ela fez questão de incluir o bigode que lhe presenteou com uma mordida, para mostrar que toda vida merece ser protegida. O meu chegou hoje, rendendo até foto da Keka encolhidinha. Quem mais topa ajudar a castrar e vacinar os ferais de São Luís, no Maranhão? ;)


Ah, vocês preferem focinhos? Não tem problema! O calendário do Celebridade Vira-Lata, que participará do nosso mutirão, em fevereiro, está cheio deles. Com o dinheiro arrecadado nas seis edições, Luli já esterilizou 7 mil animais de comunidades pobres, protetores independentes e organizações não governamentais pequeninas.


Vocês colocam a mão no bolso agora e lembram que fizeram uma coisa bacana o ano inteiro. ♥

3.12.14

Um frajola para chamar de meu

Há nove anos, Mercvrivs* cabia em uma mão. A viagem de Utinga a São Bernardo demorou 25 rosários. E eu mal respirava com medo de quebrá-lo. Oitenta e sete bigodes, bicos e focinhos depois, nós dois encouraçamos.

Mas o coração continua elástico. :)

*Novelinha: Conheça a história do Mercv

2.12.14

Papel gourmet

Você deixa em cima da mesa do escritório um folder de pão de queijo vegano, boletos do condomínio e do convênio médico, e um pedido veterinário de remédios. A gata despreza o pedido veterinário, experimenta a pontinha de um dos boletos e cai matando no folder do pão de queijo vegano.

1.12.14

A Volta dos que não Foram

Atualizado em 2 de dezembro de 2014

A história da Penélope continua fazendo inveja aos roteiristas de Hollywood (se você pegou o filme começado, clique aqui). Quatro meses depois da castração, ela voltou a entrar no cio! Sim, castrada. Gritava desafinadamente pela casa, se esfregava em tudo que via, batia nos filhotes. A gente esperou 60 dias para excluir a hipótese de problema comportamental e, no último sábado, o ultrassom encontrou um pedacinho remanescente de ovário perto dos rins.


Dá para ser mais sortuda? Dá! Graças a esse mesmo ultrassom, a veterinária também descobriu uma "nevasca" de sedimentos na bexiga da Pretolina, indicando possível infecção, confirmada pelo exame de urina, que poderá ser tratada no início. Pê entrou na faca de novo, com um corte bem maior do que o primeiro, e terá de comer ração especial durante três meses. Mas continua doce e ronronenta, a espera de uma árvore de Natal para chamar de sua.


Update: Pê e os bebês foram castrados com o maior carinho pela Drª. Ana Lúcia, do Pet Land, que fará também o mutirão do Gatoca. Após a gestação, pode ocorrer um aumento do tecido adiposo ao redor dos ovários, mascarando o quadro. A Drª. deixou de almoçar no sábado para reoperar a gatinha no único horário que eu conseguiria levá-la, sem me cobrar um centavo ― incluindo o exame de ultrassom. Eu só escrevi o post para orientar vocês que isso acontece e tem solução. :)


Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate
:: Bolão e batizado
:: Para matar de ternura
:: A primeira ida ao vet a gente nunca esquece
:: Castração da Sessão da Tarde
:: Família Cartoon em oferta: Lindinha
:: Família Cartoon em oferta: Lilica
:: Família Cartoon em oferta: Pedrita
:: Família Cartoon em oferta: Batatinha
:: Família Cartoon em oferta: Patti Maionese
:: Família Cartoon em oferta: Penélope Charmosa
:: Batatinha na telinha
:: Happy ending: Lindinha
:: Happy ending: Patti Maionese
:: Sad ending: Batatinha
:: Campanha "Cansei de Ser Gato sem Família"

28.11.14

Etiqueta ao bebedouro

Jujuba Pascolato ensina como tomar água com requinte e sofisticação.



P.S.: Os gatos bebem água com a pata para não encostar os bigodes no pote, sabiam? É que eles são cheios de terminações nervosas, que servem para identificar se o bichano consegue caber em determinado lugar ou como estão as condições do ar para caçar aquele insetinho barulhento. Melhor optar pela tigela tamanho GG, de cachorro.

27.11.14

Chove, dos dois lados da janela

Há 11 anos, a tristeza me pega na curva. Eu acho que vai ser um dia normal e ensopo o tapete de ioga. Ou a cabeça do Mercv. Ou o peito do Leo. Com ela (a dona do sorriso da foto, não a tristeza herdada), muita coisa teria sido mais fácil. E muita coisa não existiria ― como este blog. Mas saudade de mãe não brinca em gangorras de prós e contras. Não bate ponto com intervalo para almoço. Não se preocupa com o que os outros vão pensar.

E hoje eu senti. Sempre pressa. Sem peso.

26.11.14

Água sanitária e animais não combinam

Aposto que a maioria de vocês já ouviu uma história trágica envolvendo água sanitária (ou cândida, alvejante, lixívia, hipoclorito de sódio) e bicho de estimação ― eu vivi uma, sem ter culpa. Quando ingerida, ela pode causar insuficiência respiratória, lesões no esôfago e no estômago, parada cardiorrespiratória e até morte. O que quase ninguém sabe é que basta inalar o produto repetidamente para se intoxicar.

E olha que o focinho dos peludos dá um pau no nosso! Na sequência de fotos abaixo, Guda está "viajando" porque sentiu o cheiro das três gotas de água sanitária que eu misturei ao sabão em pó para lavar um pano de prato encardido. Esse comportamento, com esfregadas e roladinhas, equivale ao êxtase do catnip, só que nada inofensivo. Na dúvida, melhor usar outra coisa. E aproveitem para pendurar na geladeira nosso post sobre primeiros socorros. ;)

25.11.14

A arte imita a vida

Nas telas de Gatoca, também existe desigualdade. Bigodes que acumulam brinquedinhos, que roubam comida dos amigos, que não dividem cafuné (muito menos colo), que se recusam a usar o banheiro comunitário, que se esparramam no almofadão com vista para a fonte d'água, enquanto o resto da família mora espremida na periferia.

24.11.14

O segredo do Gatoca

Em 2000, eu larguei o emprego concursado de bancária para realizar o sonho de ser jornalista ― com 9 anos, brincava de apresentar o Jornal Nacional no Polo Norte. Fui escolhida para trabalhar no Terra, época da bolha da internet, pelo texto, porque sequer sabia abrir dois navegadores ao mesmo tempo. "Aprendi" em uma semana a programar, tratar imagens, fazer upload no Cumbuco, o servidor de Porto Alegre. E chorava toda noite no Urubupungá.

Quando a Dani Bertocchi voltou de férias, marcou uma reunião para conversar sobre meu desempenho, segurando uma folha repleta de rabiscos. O coração foi encolhendo a cada comentário. Só me restava pedir demissão ― a empresa merecia alguém que soubesse fazer o serviço. Surpresa, ela me deu este mantra vitalício: "Estou te criticando porque você é boa e pode melhorar. Senão, não perdia meu tempo".

Os anos passaram. E eu segui aprendendo na marra a atuar com periferia em ONG, a entender as leitoras da classe C, a revisar revista de madrugada, a blogar sobre animais, a assentar tijolos, a dizer "não". Era boa e podia sempre melhorar. Quatorze calendários novos depois, Dani me convidou para uma nova parceria. A primeira vez que me pagam para postar no Facebook. :)

Eu levei quatro horas para escolher as dez matérias (trata-se do maior portal feminino do país!), escrever os textinhos e caçar as imagens nos bancos. Precisava fazer bonito. E fiz. Mas sei que ainda posso melhorar.

21.11.14

Unidos por um bisturi - capítulo 4

O que Nenê, Simba, Sansão, Tom e Maru têm em comum ― além dos bigodes e de morarem em bairros humildes? Eles deixaram de multiplicar o sofrimento nas ruas. Por causa do projeto Um Post por Dia para Salvar Vidas (e da Natali Souza :*), a Gatto de Botas doou cinco castrações ao Gatoca, feitas com anestesia inalatória.


O atendimento dos bichanos, aliás, foi inteiro VIP (ou seria VIC?). Quando a tigradinha começou a se debater na caixa de transporte, as meninas lhe arrumaram um quarto na internação com cafunés. E eu devolvi a moça de antibiótico comprado, para os R$ 37 não saírem das necessidades básicas ― nem o pós-operatório terminar em tragédia.


Tata adotou o primeiro gato do meu bairro, para caçar ratos. E se apaixonou. Os vizinhos gostaram da ideia e acabaram amolecendo também. As esquinas do mundo escondem histórias incríveis. E pessoas também.

*fim*

Capítulo anterior: Unidos por um bisturi – parte 3

20.11.14

Unidos por um bisturi - capítulo 3

Existe gente que troca presente mesmo tendo servido, que repassa para outra pessoa sem nem tirar da embalagem, que esquece o embrulho de fita colorida no bar. E existe gente que não se importa se o "presente" for uma vida. Dona Maria acabou sobrando com o Tom porque a neta não quis mais o brinquedo ― nem só para preparar bolos e contar histórias servem as avós.


E já tinha resgatado o Maru, abandonado no lixo (sempre dá para piorar, né?). Quem me colocou em contato com a humana e os bichanos, que moram em um bairro igualmente pobre de Santo André, foi a Carol, mãe do Ganglere. Enquanto a gente conversava, eu não fazia ideia de que os animais adotados é que haviam salvo sua tutora de um câncer de mama.

*continua*


Capítulo anterior: Unidos por um bisturi – parte 2

19.11.14

Unidos por um bisturi - capítulo 2

Simba não é amarelo. E de leão também não tem nada. Diferente da maioria dos gatos aqui do bairro, não quer saber de sair de casa. Passa a maior parte do tempo meditando na fruteira de três prateleiras, prática que destoa de sua forma esbelta. Foi presente do namorado da Renata, mãe da Nenê, para Tata, sua tia. As duas moram no mesmo terreno, com outra parente. Eu sempre confundo as campainhas.


Sansão não puxou o irmão adotivo. Adora uma rua. E uma boa briga. Vira e mexe aparece com a cabeça machucada e unhas enfiadas pelo corpo. Certa vez, tomou uma paulada de gente que quase encerrou sua carreira. Tata não tinha dinheiro para levá-lo ao veterinário e tratou o estrago quase que xamanicamente. A história do peludo começou em Ribeirão Pires, quando sua mãe resolveu dar cria dentro do carro da família.

*continua*


Capítulo anterior: Unidos por um bisturi - parte 1

18.11.14

Unidos por um bisturi - capítulo 1

Antes de completar 4 meses, Julie virou Nenê. E engravidou (mas isso a gente ainda não sabe). Renata, apesar de já ter tido um gato assassinado pelos vizinhos, alega ser impossível prender a tigradinha em casa. E só não ficou sem ela também porque um casal que trocou a privacidade do cinema para namorar na rua de madrugada me avisou sobre a existência da tutora ― eu contei a primeira parte dessa história, lembram?

Nenê consegue superar o Sparky e o Lázaro em grudice. Saiu do terreno em obras aqui do bairro para fazer uma sucessão de poses engraçadas no meu colo, enquanto ronronava como se estivesse dentro de um megafone. E não custou a arrancar um sorriso do policial à paisana que tomava conta do trator ― sim, há pessoas que roubam tratores.

*continua*

17.11.14

Dexter, um milagre e duas rosquinhas para viagem

O cenário era de sacrifício animal: sangue esguichado ao lado do arranhador, portas respingadas, borrões vermelhos espalhados por toda a sala. Mas os bigodes me receberam animados e limparam os potes de café da manhã. Com o coração na boca, eu olhei cada pata, cada orelha, cada nariz, cada rabo, cada caixa de areia. Nenhum sinal de tragédia, exceto pela cabeça do Simba, que ostentava outra daquelas feridinhas que levaram dez caixas de remédio para desaparecer.

Em vez de continuar tratando a infecção de pele bacteriana, Dr. N. preferiu investir no corticoide, para levantar a imunidade. E receitou uma pomada humana antifúngica e anti-inflamatória, porque pegaria mal prescrever um Pai-Nosso e três Ave-Marias. Eu aproveitei e pedi um check-up do loiro, incluindo hemograma e função renal, pois 11 anos merecem ― e no R&K a gente ganha 30% de desconto.

Ele voltou para casa do avesso e Gatoca agora tem mais um mistério sanguinolento insolúvel.

14.11.14

Despedida sem abraço

Cinco pessoas sabem o número do meu telefone fixo. Quando ele toca, o coração vem à boca. Hoje, a profecia se confirmou: meu avô morreu. Seu Domenico sempre foi um cara duro, de poucos afagos ― nós nem temos fotos juntos. Brigava com meu pai de voz grave, obrigava minha avó a cozinhar banquetes com ingredientes em promoção, ceava antes de todo mundo no Natal, trocava os canais da TV até não sobrar ninguém na sala.

Na única visita que me fez, ainda na casa antiga, contou, rodeado pelos bigodes, que seu avô serviu o gato da família no almoço e depois apareceu com a cabeça, para o horror das crianças. Sensibilidade não era seu forte. Quando chegou minha vez de retribuir, na UTI, de barba por fazer, ossos à mostra e sem o sorriso de resina, não o reconheci. A fortaleza impenetrável havia virado fragilidade. Não se mexia, não falava, respirava por fios, mas chorou assim que toquei seu peito.

Uma lágrima comprida, sem começo nem fim. Pedido de desculpas e vale-afeto. Para uma próxima vez.


Registro querido do primo Rafael Levi

13.11.14

7 perguntas e respostas sobre prisão de ventre

Cães e gatos também ficam com o intestino preso ― e não só por ansiedade, estresse ou depressão. Saiba o que fazer para dar uma forcinha

1. O que causa prisão de ventre?
Há várias explicações para que o animal tenha dificuldade de evacuar. Bigodes e focinhos são capazes de engolir coisas que a gente nem imagina, como pedras, chupetas, bolinhas de borracha, prendedores de roupas e partes de brinquedos. Esses objetos podem obstruir o intestino, assim como as clássicas bolas de pelos e até alguns tipos de medicamentos. Existe ainda o risco de as fezes grudarem na região anal de um bicho mais peludo, formando um "tampão" que impedirá futuras idas ao banheiro. Mas a principal vilã da prisão de ventre é a alimentação inadequada.

2. Como identificar os sintomas?
Um animal com dor ou cólica intestinal certamente se comportará de forma diferente, deixando claro que tem algo errado. Se ele tentar fazer cocô sem sucesso, a suspeita de prisão de ventre estará confirmada.

3. Há risco de morte?
Nos casos mais graves, sim. Se um objeto perfura a parede do intestino, por exemplo, causará uma infecção generalizada na barriga, matando em pouco tempo.

4. Qual é o tratamento mais adequado?
Algumas vezes, um simples laxante dá conta do recado. Outras, necessita-se de remédio para dissipar os gases. Há situações que só a cirurgia resolve.

5. Existem soluções caseiras?
Mel, mamão, aveia, azeite, óleo mineral, chá e outros alimentos que soltam o intestino de crianças também podem ser usados com cães e gatos.

6. Como evitar?
Oferecendo uma dieta equilibrada de fibras, proteínas, gorduras e carboidratos. É por isso que muita gente opta pelas boas marcas de ração. Elas concentram tudo o que os peludos precisam e na quantidade certa, poupando a barriga dos donos de passar horas no fogão.

7. Quantas vezes por dia o animal deve evacuar?
Depende da qualidade do alimento ― alguns bichos fazem até quatro cocôs por dia! Quanto mais ruinzinha for a ração, mais eles terão de comer para se sentirem saciados. E maior será o volume de fezes.

FONTE: Nivaldo Albolea, veterinário


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

12.11.14

Bailado jornalístico

Trabalhar com gatos é aprender a valsar. Você desliza a cadeira para um lado, eles acompanham. Desliza para o outro, eles se reposicionam. E, na frente do monitor, sempre tem um rabo, corpo, cabeça. As criaturas ainda conseguem dormir assim, só para não abandonar o salão.

11.11.14

Um é pouco, dois é bom, dez vira Gatoca

― Qual é o coletivo de gato?
― Gangue.

Eu amo os bigodes ― mesmo com suas arisquices, as roupas empesteadas de pelo, os remédios para alergia na cabeceira da cama, as viagens escassas. Mas não canso de repetir aos adotantes corações de pudim: bichanos não gostam de viver em grandes grupos. Em algum momento, que a gente nunca consegue dizer exatamente qual, surgirão as brigas e os xixis fora da caixa.

Se eu soubesse disso há sete anos, teria dado à Guda e suas filhotas a oportunidade de ganhar uma atenção mais exclusiva. E, talvez, elas não se tornassem bichos do mato. Chocolate, aliás, adoraria se esticar em um sofá só dela, para reclamar da novela com uma turma de velhinhas aposentadas. E o apertamento ainda continuaria animado com Mercv, Clara e Simba.

Acontece que agora nós já viramos aquelas famílias de comédia romântica, com uma coleção de lágrimas, suspiros e gargalhadas no roteiro. E eu não imagino minha vida com tanto espaço vazio entre os pés.

10.11.14

Purê de batata especial

Ingredientes:
- 6 batatas médias
- 1 tico de leite de soja
- 1 colher caprichada de margarina vegetal
- Sal a gosto

Modo de preparo:
Cozinhe as batatas até ficarem macias. Descasque-as ainda quentes, sem queimar as mãos, e amasse bem. Observe seu gato sem noção pular na pia com o pé dentro do prato e sair correndo assustado. Certifique-se de que o tempero especial segue em segredo, coloque as batatas em uma panela e leve ao fogo (baixo), acrescentando o leite, a margarina, o sal.

7.11.14

Ressignificação de objetos

Se tem algo que os bigodes fazem melhor do que comer e dormir, é descobrir novos usos para objetos da casa ― priorizando o conforto e a comodidade, claro. Vocês já pararam para pensar, por exemplo, que...

Um pedaço de mesa e um cone de segurança embrulhado em sisal viram um excelente mirante?


O mouse tem a anatomia perfeita para aquele banho relaxante?


A acústica do banheiro convida a refletir sobre a vida?


O escorredor de louça pode embalar uma comprida noite de sono?


Obs.: Vejam também as 15 maneiras de armazenar e organizar bichanos, post de 2010 que continua atualíssimo.