Em 2000, eu larguei o emprego concursado de bancária para realizar o sonho de ser jornalista ― com 9 anos, brincava de apresentar o Jornal Nacional no Polo Norte. Fui escolhida para trabalhar no Terra, época da bolha da internet, pelo texto, porque sequer sabia abrir dois navegadores ao mesmo tempo. "Aprendi" em uma semana a programar, tratar imagens, fazer upload no Cumbuco, o servidor de Porto Alegre. E chorava toda noite no Urubupungá.
Quando a Dani Bertocchi voltou de férias, marcou uma reunião para conversar sobre meu desempenho, segurando uma folha repleta de rabiscos. O coração foi encolhendo a cada comentário. Só me restava pedir demissão ― a empresa merecia alguém que soubesse fazer o serviço. Surpresa, ela me deu este mantra vitalício: "Estou te criticando porque você é boa e pode melhorar. Senão, não perdia meu tempo".
Os anos passaram. E eu segui aprendendo na marra a atuar com periferia em ONG, a entender as leitoras da classe C, a revisar revista de madrugada, a blogar sobre animais, a assentar tijolos, a dizer "não". Era boa e podia sempre melhorar. Quatorze calendários novos depois, Dani me convidou para uma nova parceria. A primeira vez que me pagam para postar no Facebook. :)
Eu levei quatro horas para escolher as dez matérias (trata-se do maior portal feminino do país!), escrever os textinhos e caçar as imagens nos bancos. Precisava fazer bonito. E fiz. Mas sei que ainda posso melhorar.
ResponderExcluirParabéns Bia
Por muitas coisas.
Talvez, por essa coisa de mundo virtual, você não tenha noção de como seu trabalho é importante no mundo.
Muita coisa que você ensinou nas suas matérias e posts não param só nas nossas telas.
Elas são repassadas e se multiplicam (no mundo real).
Mesmo que de forma silenciosa. Mesmo que você nem chegue a saber.
Todos nós - leitores, bigodes e focinhos - agradecemos.
Males dos caprinos...
ResponderExcluirPor que vocês não assinam essas mensagens fofas? :)
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