28.3.14

Aniversariante do mês... passado

Chocolate* teve a comemoração de aniversário mais atrasada da história de Gatoca ― a pequena entrou para a trupe no dia 14 de fevereiro de 2007! Mas, com uma gata renal que quase morreu de colite e três pares de orelhas que insistem em cultivar ácaros/fungos/bactérias, dá para perdoar, né?

Esse foi o melhor presente que a encrenqueira podia ganhar, aliás: ser poupada de remédios, veterinários e exames forçados. Claro que eu contribuí com um colinho, que estranhamento ela anda curtindo.


*Novelinha: Conheça a história da Chocolate

Outros aniversários: 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

27.3.14

Festival de Doenças

Melhor do que levar três gatos ao veterinário é levar três gatos ao veterinário morando em um prédio sem elevador. Para compensar os joelhos doloridos, Simba e Clara entoaram esta canção comovente o percurso inteiro ― Mercv teve um ataque de pânico e ficou só na figuração.


A bruxa está solta em Gatoca. Não bastasse a colite da Pipoca, desde janeiro eu luto com três pares de ouvidos sujos, que só pioram. Apliquei Advocate para sarna, gastei dois tubos de Dermogen Oto tentando limpar as orelhas em dias alternados e a suspeita agora é de malassezia. Dr. Débora prescreveu Auritop, um antibiótico e antifúngico, e o resultado da cultura bacteriana e fúngica ainda poderá acrescentar outro medicamento ao desgaste da relação.






Vale o toque, aliás: gato saudável não tem cera de ouvido. Ela só aparece quando existe um problema. Com oito anos e meio de bigodes, acreditem, eu não sabia.

21.3.14

Bolão e batizado

Os bebês da Penélope estão crescendo muito rápido! Toda vez que eu vou visitá-los, tomo um susto. No primeiro fim de semana, os pequenos mal se mexiam. No terceiro, sem enxergar direito, já passeavam cambaleando pela barraca que a Michele desempoeirou para acomodar melhor a família. E, no quinto, o escritório inteiro havia virado Playcenter: para onde quer que a gente olhasse, tinha um gato brincando de lutinha, se espremendo em buracos ou escalando móveis.


Isso quer dizer que eles poderão ser doados logo, logo. E precisam de nomes! Não, eu ainda não sei o sexo. Mas essa é a graça! Olhem bem as carinhas abaixo, fotografadas com 15 dias de intervalo, chutem o sexo de cada filhote e sugiram um nome de desenho animado, para combinar com a Penélope Charmosa ― quem acertar a quina primeiro ganha uma surpresa!



Cartoon 1




Cartoon 2




Cartoon 3




Cartoon 4




Cartoon 5 (com 20 dias de vida, os caras pretas pareciam todos iguais e eu acabei não clicando este, que tem uma micromanchinha no nariz)


Epopeia da família Cartoon na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Nasceram!
:: Comédia romântica que virou drama
:: Drama que virou romance
:: Bebês de chocolate

20.3.14

Escreva que eu te leio!

No arquivo deste blog, misturadas aos 837 posts, moram dezenas de histórias de transformação ― a maioria de gatos, mais de cachorros do que o espaço físico permite, uma de pomba (os passarinhos não tiveram um final feliz) e outra de rato, porque é preciso uma dose de selvageria que não me veio de fábrica para descer a vassoura em um par de olhos acuados.

Mas eu também recebo um monte de mensagens de leitores sobre as sementinhas que o Gatoca planta offline. Rosana Russo, vocês sabem, largou o ativismo de sofá e fez lar temporário para a Penélope até os bebês nascerem, quando a kitnet ficou pequena demais para oito bigodes.



Rafael Cabral, de 17 anos, usou o dinheiro da mesada para socorrer e doar três tigrinhos que foram abandonados na portaria do seu prédio ― e nem questionou a importância da castração.


Kuka Fischer adotou a Cora, a Catarina, a Godiva e a Nana Flor, e depois criou o Stray Cats - CED, um projeto de captura, esterilização e devolução de animais, geralmente ariscos.


Quem mais aí se inspirou no blog para fazer sua parte por um mundo melhor? Contem nos comentários, para incentivar mais gente a arregaçar as mangas ― e o horizonte? :)

13.3.14

No jokenpô da vida, amor derrete ódio

Foi uma batalha enfiar três comprimidos por dia goela abaixo da Pipoca durante quase uma semana. Madrugada sim, madrugada também, eu acordava com um bolo no estômago e vinha descalça ver se ela ainda respirava. Perdi dois quilos dos poucos que tenho porque a última coisa que sentia era vontade de mastigar. Vontade de chorar, por outro lado, dava para sair distribuindo pelo bairro. Solucei uma hora sem parar na sexta-feira. E comemorei, anteontem, ao ver o primeiro cocô na caixa de areia, depois de seis dias ― seis dias!

Imaginem, então, minha revolta ao dar de cara com os bigodes lambendo a poça de cândida que invadiu a sala na segunda à tarde! A colite que quase matou a Pipoca não era viral. Ela foi intoxicada pela faxineira do prédio, que lava a escadaria sem tomar o menor cuidado com as portas dos apartamentos ― enquanto a gente monta um verdadeiro esquema de guerra para manter os peludos longe dos produtos de limpeza a cada faxina interna.

O que me impediu de apertar o pescoço da criatura até os olhos saltarem da órbita foi o conteúdo deste vídeo. Pipoquinha finalmente reagiu ao tratamento.

11.3.14

Três vets para chamar de meus

Não, eu não tenho um clínico geral de confiança ― quando me animo com algum, a criatura desiste de atender convênio e toca pedir indicação de novo aos amigos. Mas coleciono veterinários incríveis: um para vacinas e castrações a preço de campanha, outro para os casos cabeludos e agora a Débora Toledo, da Maison 4 Patas, que me socorre por WhatsApp, atende os bigodes no feriado e ainda escreve perguntando se está tudo bem. Sorte décupla!


6.3.14

Colite carnavalesca

Quarta-feira de cinzas, para os católicos, é dia de refletir sobre a fragilidade da vida, que veio do pó e ao pó retornará. Eu não sou católica, mas me peguei pedindo a uma força maior que Pipoca continuasse pelo por mais uns anos. A via-sacra de carnaval começou no sábado, quando a pequena recusou o café da manhã. No domingo, ela só comeu um tico de sachê, tarde da noite. E, na segunda, havia sangue no cocô.

Dr. Débora, irmã de uma amiga de adolescência, leu meu relato angustiado por WhatsApp, já que nenhuma clínica estava aberta no feriado, e receitou Trissulfin, um antibiótico para infecções intestinais. Junto com o remédio, eu comprei a caixa inteira de sachês renais do pet shop, mais palatáveis do que a ração seca, porque eles andam em falta no mercado ― a bichinha tem insuficiência.

Na terça, quando voltei de São Paulo, encontrei cinco poças de sangue na areia e um vômito rosa no chão do escritório. Pipoquinha pedia socorro com esta imagem de dar nó na garganta.


Nós rumamos ao hospital, onde ela tomou soro para baixar a ureia e a creatinina, foi medicada para conter o vômito e saiu com um pedido de ultrassom para confirmar a suspeita de colite.


Ontem, Dr. N. lhe preparou um coquetel de soro: vitaminas para compensar a greve de fome, ranitidina e plasil porque os vômitos pioraram em vez de cessar, dexametasona para ajudar o intestino a desinflamar (apesar de o corticoide prejudicar os rins), e enrofloxacina para evitar bactérias oportunistas. Também enfiou-lhe gaviz goela abaixo, para proteger o estômago judiado. O vírus, se for uma colite viral, só se combate fortalecendo o organismo.


À noite, a peluda comeu um quarto da latinha de A/D de colherinha, me fazendo rir e chorar ao mesmo tempo. Hoje, teve coquetel de soro de novo, mas nada de vômito simbólico nem de banheiro de filme de terror ― na verdade, não teve cocô ainda. Pipoquinha continua querendo ficar. E eu sou uma magrela boa de briga.

5.3.14

Amar é...

...voltar cansada de São Paulo e sair correndo para o hospital. Gastar a loteria não ganha em veterinário, exames e remédios. Levar arranhão no peito. Desfilar de blusa furada. Comprar todos os sachês renais do pet shop. E A/D. E água de coco. E Gatorade. Dar comida de colherinha. Dormir de soquinho. Estocar cocôs na geladeira. Limpar chorando 13 vômitos e 9 poças de sangue na caixa de areia.

Pipoquinha está doente.