É como se eu continuasse anestesiada — ou iludida. Para que sofrer se, a qualquer momento, posso acordar e encontrar o Mercv* no sofá, me esperando para o café da manhã? Sei que já se passaram cinco meses. Tratei de preencher cada um deles com os outros gatos (ainda resisto à mudança de gênero da gangue, agora exclusivamente feminina), plantas, trabalhos.
Mas não faz sentido o frajola não ter chegado aos 18 anos. Foram 4 mil dias de colo à disposição em home office. Veterinário pago mensalmente. 24 mil seringadas de água! Sim, ele já morreu em sonho. E ficou doente, de rosto inchado e vermelho. E, nesta semana, apareceu disfarçado de estranho, com uma manchinha na perna.
Isso, porém, só reforça meu ponto: Simba e Pandora me receberam com festa no reencontro onírico. Entre a gente, reina o silêncio.
*Novelinha: Conheça a história do Mercv
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Despedida
:: Saudade
:: Cicatriz
:: Luto seco: um luto estranho
:: Ainda não acredito
É muito estranho o luto. Não importa quantas vezes passemos por ele, é sempre estranho, sentimo-no diferentemente para cada um que se vai.
ResponderExcluirJá perdi tantos, meus e emprestados, que me sinto meio anestesiafa. Parece que os vejo através de um vidro translúcido. Sei a história de cada um, mas parece que sou uma observadora de fora. Anda acontecendo isto também com humanos queridos.
ResponderExcluirRegina Haagen
Tome meu abraço, sei que não é a mesma coisa, mas um dia, um dia se encontrarão de novo.
ResponderExcluirQue seja um silêncio reconfortante! Para vocês dois!
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