25.9.20

Por que zoológico é um passeio cruel — e brega!

Mais de três décadas depois, ainda me lembro da visita frustrante ao Zoológico de São Paulo, em que a gente não conseguia ver nenhum dos bichos emocionantes e a grande atração ficou por conta do hipopótamo, que peidou no lago, fazendo a água borbulhar — e todo mundo tampar o nariz. Já adulta, mas ainda longe de me sensibilizar com a causa animal, pude conhecer o zoo de Luján, na Argentina, e só não rolou porque sairia muito do roteiro do grupo.

Foi Chicão me salvando de ter esse mico no histórico de ativista! Os bichos de Luján chegavam pertinho e dava para tirar foto com leão, tigre, urso, elefante. Dopados — prática que os responsáveis pelo espaço nunca admitiram, mas as fotos falam por si. Usei os verbos no passado porque, no dia 9 deste mês, com o empurrãozinho da pandemia e o abandono criminoso, ele foi finalmente fechado.

Não, não existe zoológico bacana. Mesmo sem sedativo, os animais não estão em seu habitat natural, exibem comportamentos repetitivos que demonstram profundo sofrimento e não cola chamar de projeto educativo ensinar à criançada que é ético aprisionar outras vidas para nossa diversão, né? — lembrem que já fizemos isso com pessoas!

Acho que criança nenhuma, aliás, se divertiria se entendesse que o programa causa dor aos amigos de pelos, penas e escamas. Foi o que comentei no fim da live com o Raul Marcelo, porque cansei de desconversar sempre que me sugerem o Quinzinho de Barros como melhor passeio turístico de Sorocaba. Entretenimento com bicho sempre envolve crueldade.

E, se você pensou nos aquários gigantes, imagine passar o resto da vida em uma banheira — dormindo, comendo, trabalhando, assistindo Netflix. É assim que as baleias, que nadariam o oceano inteiro, se sentem. Por falar em Netflix, usando a tecnologia atual, dá para criar ecoparques interativos sensacionais, com educação ambiental de verdade!

E que os animais que não podem mais voltar à natureza, porque já tiveram suas almas quebradas, sejam transferidos para santuários como o Rancho dos Gnomos, longe da gritaria, dos maus-tratos e da nossa ganância.

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Leiam também:
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24.9.20

Eleições 2020: o futuro dos animais em Sorocaba

Sabe aquele momento em que você está almoçando, uma amiga liga pedindo ajuda com um texto e você acaba numa live com o segundo candidato favorito a prefeito da cidade? Essa é minha vida! Raul Marcelo (Psol) organizou uma plenária online para ouvir os ativistas sobre a situação dos animais e desenhar um plano de governo efetivo e factível pós-pandemia, com a esperada queda na arrecadação de impostos.

Live: Futuro dos Animais em Sorocaba

Mônica Campiteli e eu falamos sobre educação nas escolas, campanhas de conscientização da população, treinamento de agentes de fiscalização e aplicação da lei contra maus-tratos, formação para ONGs e protetores independentes, campanhas de castração por saturação de cães e gatos, estratégias de doação, implementação do tão sonhado programa de alimentação consciente.

E 2,5 mil pessoas, de redes sociais variadas, me viram fazendo estas caras:

Live: Futuro dos Animais em Sorocaba

Live: Futuro dos Animais em Sorocaba
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No final, ainda tocaram no assunto dos zoológicos e perdi também a elegância no discurso, rs. Mas a audiência foi generosa nos comentários — pelo menos os destacados. A conversa ficou gravada e ativistas de outros cantos do país que precisem de inspiração para iniciar o debate podem assistir clicando em cima.

Já passou da hora de a gente aprender a usar o sistema a favor das nossas causas!

Live: Futuro dos Animais em Sorocaba

18.9.20

Em busca da casóca nova para os gatos!

Primeiro Leo foi demitido, na sequência veio a pandemia, aí o dono da nossa casa pediu o imóvel de volta. E eu concluí que chegou a hora de fazer acontecer nosso grupo no WhatsApp! Mentira. Chorei e tive semanas de dor de estômago antes disso. Mas voltando: a ideia é compartilhar esse processo com quem mais torce pelo Gatoca, tirar as dúvidas felinas e aprender com vocês também, criar um espaço seguro. 💕

E dar risada deste ano inacreditável, claro!


Para se tornar um apoiador do projeto, basta clicar aqui. Nos próximos dias, entrarei em contato pedindo os celulares para cadastrar no Cluboca — e tem outras recompensas, como nosso "netflix", com superproducinhas exclusivas! Quem ilustra o Gramado da Fama de agosto, aliás, é o querido Danilo Lisboa, mais ou menos acompanhado pela Pimenta, que se recusou a entrar no cercadinho. rs


Obrigada pelo porto-seguro de mais um mês, Adrina Barth, Alice Gap, Itacira Ociama, Regina Haagen, Renata Godoy, Leonardo Eichinger, Irene Icimoto, Tati Pagamisse, Roberta Herrera, Vanessa Araújo, Dani Cavalcanti, Samanta Ebling, Bárbara Santos, Marina Kater, Sonia Oliveira, Danilo Régis, Marcelo Verdegay, Patrícia Urbano, Fernanda Leite Barreto, Bárbara Toledo, Solimar Grande, Aline Silpe...

...Lucia Mesquita, Michele Strohschein, Ana Fukui, Marilene Eichinger, Guiga Müller, Sérgio Amorim, Gatinhos da Família F., Luca Rischbieter, Rosana Rios, Lilian Gladys de Carvalho, Regina Hein, Paula Melo, Paulo André Munhoz, Marianna Ulbrik, Cristina Rebouças, Lorena da Fonseca, Amanda Midori, Karine de Cabedelo, Natalia e Lívia Pantarotto, Michely Nishimura, Maira Fischer e Ana Paula de Vilas Boas!

17.9.20

Quarto aniversário sem aniversariante

Tem almas que são porto-seguro. Sabe aquela criatura que, pelo simples fato de existir, deixa nossa vida mais leve? A gente sente que pode ousar, errar, recomeçar. E ela estará lá, gigante, mesmo que não passe de um metro e meio — com colo que vira conselho, cafuné sem pressa, mãos na cintura a desancar quem nos fez chorar.

Simba* foi o porto-seguro de Gatoca. A liderança mais doce que conheci! E quando ele morreu, instaurou-se a anarquia. Clara até assumiu o papel dos cuidados, mas Pufosa se acha no direito de roubar a comida da mãe, Jujuba passou a carimbar o jardim e Chocolate espera todo mundo deitar para se pôr a gritar.

Nosso leãozinho dava o equilíbrio perfeito.

Neste 17 de setembro, comemoraríamos 14 anos da corrida atrás do carro que rendeu uma adoção inesperada — e uns 17 de idade, gatão adulto com a orelha mastigada que ninguém queria. Vai ficando mais fácil. Mas acho que nunca farei as pazes com a doença renal.


*Novelinha: Conheça a história do Simba

Outros aniversários: 2019 | 2018 | 2017 | 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008 | 2007

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10.9.20

Vida com gatos #5

Quando você precisa trocar um produto...


...e a empresa pede a nota fiscal.


Mais vida com gatos: #1 | #2 | #3 | #4

4.9.20

Ensinei uma rolinha a voar!

Elas encaravam fixamente os vasos do outro lado da porta de vidro — três gatas e um desejo. Nosso jardinzico, admito sem nenhuma modéstia, junta a maior quantidade de pássaros por metro quadrado da região — até porque é um bairro concretado. Mas ave que se preze não fica parada no mesmo lugar, né?


Foi Leo quem encontrou a rolinha encolhida.




E quem nos revelou se tratar de uma rolinha, na verdade, foi a Mônica Campitelli, amiga-bióloga. Seguindo as instruções dela, ajeitei comida e água perto da primavera, longe do sol. E fiquei observando enquanto decidia se valia a pena levá-la ao veterinário — animais silvestres se estressam muito fácil.


A combinação de arroz, mamão e couve-manteiga orgânica, que num passado remoto fez a alegria da pomboca, não agradou. E a bichinha andava para um lado para o outro desengonçada, despencando quando tentava voar. Imaginamos que pudesse ter se chocado contra o vidro.


Veio a tempestade — em um filme essa reviravolta soaria forçada, mas na vida real pode! Leo ajeitou a rolinha no banheiro, transformando em casa a caixa de transporte dos bigodes, de porta aberta mesmo, só para ela se sentir protegida.


E escrevi para o Eduardo Carneiro, vet homeopata que atende em São Paulo. Se fosse uma contusão, Arnica montana C6 ajudaria. Só que a gente não tinha. Pinguei, então, duas gotas de Pulsatilla C6 na água para trabalhar o emocional — servem glóbulos também.


E apelei à Gabriela Fromme, amiga-veterinária-não-praticante, que mora aqui em Sorocaba. Nessa hora, o roteirista abandonou de vez o bom-senso. Gabi entendia tudo de rolinhas porque teve um ninho na janela da cozinha — sim, rolinhas são pombas mais arrumadas, no quesito sociabilidade. E a cauda diminuta denunciava um filhote!

Por isso o voo atrapalhado.

No dia seguinte, levei a caixa de transporte para o jardim, já com papel picado dentro (tecido amassado também funciona), porque a pata das aves não se estrutura direito em pisos lisos. E, embora Gabi tenha garantido que não precisava me preocupar com os cocôs, pois "o ninho delas é uma meleca", não resisti.


(Limpei também a privada, a parede, o creme de cabelo e as gavetinhas de maquiagem, todos lugares que ela conseguiu carimbar. Não, não usei violência. Até porque já havia segurado a vontade de encher a pequena de cafuné — quanto menos a gente mexer nesses animais, melhor.)

Junto com o abrigo improvisado e a vista para a horta, a criatura ganhou um banquete mais adequado: alpiste, quirela (ou quirera) de milho e aveia — não fazia ideia de que a aveia da granola não existe pronta na natureza, gente!


E eu fiquei lá, assistindo e encorajando as tentativas destrambelhadas de voo. Gabi havia dito que rolinha sai do ninho em menos de duas semanas e essa já devia estar na fase final de aprendizagem. Outra opção seria achar o tal do ninho, mas bateu o receio de revolvê-la à família errada e criar uma crise.

A cada investida, ela subia um tantinho mais alto. Até que alcançou o muro. E se pôs a piar. Vocês não imaginam a emoção! Piou. Piou. Piou. Eu filmando de mãos trêmulas — será a superproducinha deste mês para os apoiadores! Quando parecia ter desistido, chegou a resposta.


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E a bichinha cruzou o céu em cima da minha cabeça, acompanhada por asas maiores.

:: Curiosidades

- Não deu para saber se nossa rolinha era "rolinho", porque a coloração só vem depois. As fêmeas puxam para o roxo.

- Outra característica de filhote, além da cauda curtinha, são as narinas "levantadas", como nestas calopsitas, porque o bico ainda está se formando.

- Aves têm parasitas parecidos com mosquinhas, mas não há motivo para histeria. Basta deixar o desinfetante agindo por um tempo no local (piso e caixa de transporte, no meu caso) e lavar normalmente — se não puder lavar, passe um pano úmido com o produto e espere secar sozinho, tirando o excesso com água limpa depois.