A mãe da vizinha da Melissa viu um casal colocando-o na caixa de transporte e elas até pensaram em pedir a gravação das câmeras de vigilância. Só que se lembraram de que a vida real é bem menos tecnológica e acabaram espalhando cartazes de papel em busca do bigode pela área comum mesmo. Foi quando o Ricardo e a Célia apareceram.
Encheram o WhatsApp da Melissa de fotos do recém-batizado Oliver na casa nova — tem coisa mais emocionante do que ver um animal resgatado da rua dormindo em cama de lençol florido? E reescreveram a história do gorducho nesta cartinha pré-natalina:
Nós nos mudamos para o condomínio há um ano. Nesse meio tempo, cruzamos com o Oliver algumas vezes. Lembro da primeira, em que ele mexia no lixo e ficamos impressionados com seu tamanho. Mas era muito difícil chegar perto, porque ele estava bastante assustado. Até imaginamos que tinha um dono que o deixava passear sozinho.
Três semanas depois, meu marido conseguiu fazer carinho e ele começou a miar bastante, só que não tocou na ração. Reforçamos a teoria de que tinha dono, por isso estava bem cuidado e sem fome. Aí, teve um dia em que choveu bastante e o vimos se escondendo embaixo de um carro. Tentamos chamá-lo, mas ele correu.
A moça que trabalha aqui no prédio disse que a família havia se mudado e o deixado para trás. Já estávamos com dois gatos em casa, sendo um deles filhote, com a castração marcada. Mas, em uma manhã pós-academia, ele seguiu meu marido, que me ligou pedindo para levar a caixa de transporte, e o encontrei sentado no chão, chorando com o gato no colo.
Tive certeza de que o Oliver entraria em nossas vidas para mudar. Levamos ao veterinário para assegurar que ele estava bem e saudável. E hoje temos três filhotes lindos e amados!
O Gatoca recebe muitos pedidos de socorro assim e responde todos eles com informações sobre como resgatar, envolver a comunidade, castrar mais barato, organizar vaquinha, divulgar o animal (cansei de oferecer textos), escolher a família ideal. Mas poucas pessoas topam colocar a mão na massa. Fica aqui meu agradecimento público à Melissa Menegolo por não se conformar. E, claro, ao Ricardo e à Célia por esticarem o coração. 💕
ONGs que atuam com resgate e doação são imprescindíveis. Mas o trabalho de educação, conscientização e mobilização acaba passando batido — nosso financiamento continuado no Catarse completou um ano ontem e ainda não temos apoiadores novos neste mês. Se vocês acreditam que o Gatoca faz diferença (e já são 12 anos!), contribuam com qualquer valor. :)
Assinaturas a partir de R$ 15 ainda dão acesso aos vídeos fechados, que estreiam na semana que vem! ─ não esqueçam de cadastrar o e-mail do Catarse (contato@catarse.me) e o meu (bialevischi@yahoo.com.br) no catálogo de endereços para as nossas mensagens não caírem na caixa de spam.
Juntos nós somos transformação!
Meu deus, que história linda linda linda! Dá um calorzinho no coração saber que ainda tem gente que se importa! *_*
ResponderExcluirAté chorei, muito bacana. Hoje mesmo pensei nos seus dois gatos e a cadela que apanhou. Como estarão os outros dois?
ResponderExcluirDeus abençoe Vcs. Lindos pais.
ResponderExcluirListrado foi para um lar temporário — vou contar a continuação da história dele nesta semana. A tutora da cadelinha está fugindo de mim. :\
ResponderExcluirLinda estória.
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