7.3.19

A arte do acolhimento

Na quinta-feira, enquanto eu editava o vídeo de Carnaval que ironizava a moleza dos bigodes, Clara apareceu com a cabeça escorrendo sangue ─ já contei sobre o carcinoma aqui. E eu não sabia se segurava a gata para parar de se coçar maniacamente, buscava algo para estancar a sangria, limpava as paredes ou chorava.


Acabei fazendo tudo meio que junto, enquanto cortava as garras das 12 patas e a criatura se debatia. Toda vez que o machucado ameaçava secar, ela metia o que havia sobrado das unhas de novo, para meu completo desespero. Até que apelei ao colar elisabetano.


Exausta e arrasada, escrevi para os irmãos, um a 134 quilômetros daqui, outra na margem oposta do Atlântico. Mariana respondeu primeiro, com a ilustração abaixo e o seguinte comentário: "Diga para ela que é a diva deste carnaval, então, precisa ter a melhor fantasia. Clara de Neve".


Eu comparava as imagens e ria, ainda com os olhos molhados.


Para acolher não precisa estar perto nem conhecer Heidegger. Basta sentir.

6 comentários:

  1. "Diga para ela que é a diva deste carnaval, então, precisa ter a melhor fantasia. Clara de Neve".

    As melhores pessoas dão as melhores respostas 💕

    Força Biinha.

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  2. Nossa! Quantos sentimentos ao mesmo tempo!! Desespero!
    Mariana, desculpe a intimidade, deve ser daquelas pessoas iluminadas que conseguem dar leveza a tudo.. bom ter por perto.
    Força aí. No coração e nos braços. Neste último vai precisar pra limpeza...

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  3. Anônimo9.3.19

    Posso imaginar o sufoco da situação.
    Ainda bem que irmã é tudo de bom!

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  4. Maria10.3.19

    São Francisco e Santa Clara protejam vc Clarinha!

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  5. Vânia15.3.19

    E de desespero em desespero vamos nos tornando mais fortes né amiga...força e saúde pra todos aí :)

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  6. Pobrezinha! O colar judia mas... depois passa.

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