4.12.15

Luigi: cartinha de um gato devolvido

Dizem que gato preto dá azar, mas eu é que fui abandonado em um cemitério. Demorei um tempão para confiar nas pessoas. E, depois de quase cinco anos de cafuné, soneca embaixo da coberta e caçada a bolinhas, terminei aqui. Devolvido. Minhas tutoras se separaram e, preso no quartinho da casa nova, recusei-me a comer até ficar amarelo. Tudo deveria voltar a ser como antes. Só que não voltou.


Distribuí fuzzz para as tias, gritei madrugada adentro e tornei a me fechar. Não queria saber de comer, muito menos de brincar. Quando encostavam em mim, lembrava da mamãe e travava de tristeza. Ainda fico tenso ao ver outros gatos. Mas tia Susan me convenceu a dar mais uma chance aos humanos complicados.





No começo, me faço de difícil, confesso. Só que a bundinha acaba empinando e não consigo mais largar o carinho. Sim, eu posso ser amado de novo! Também tenho um irmãozinho, o Feijão, e adoraria que continuássemos juntos. Se não der, entendo. O importante, como ele fala, é, desta vez, ser para sempre.



***

Esse texto foi escrito para o AUG, que topou ajudar a divulgar os meninos porque nosso prazo é curto. O post anterior, que estava com quase 1 mil compartilhamentos no Facebook, saiu do ar, levando com ele todas as ofertas de lar temporário e os contatos de interessados em adotar os bigodes. Eu fiquei passada com a denúncia, confesso. E precisei de um tempo para digerir a falta de compaixão. Mas meia dúzia não pode estragar um projeto de tantos corações. E a maior vitrine de gatos para doação do Brasil ninguém censura. :)


2 comentários:

  1. Anônimo5.12.15

    Meu São Francisco, por favor, ajude!

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  2. Anônimo8.12.15

    Bia,

    Compartilhados os links dos posts no face novamente.
    Boa sorte,
    muita força e muita luz para vocês

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