Eu sabia que precisaria de outro fim de semana para descansar do fim de semana. No sábado, tinha que levar a Lilica para a casa nova, visitar a sogra e matar a saudade da turma que estudou comigo na escola. Domingo era dia de votar consciente, almoçar com a Amandica e receber o casal que queria conhecer o Batatinha e a Pedrita.
Antes das 8h, eu já estava de pé. Cuidei dos bigodes, ajeitei o apertamento, peguei a gata no lar temporário na zona sul, dirigi até a leste e o Leo me esperava na oeste, para curtir a tarde ensolarada em família. Só que a adotante mentiu que as janelas eram teladas e, para cobrir o bolo com cereja de chuchu, não me deixava ir embora.
As pessoas podem discordar dos nossos critérios. Ainda que a gente explique com a maior paciência do mundo que o questionário evita a adoção por impulso, que bicho com acesso à rua corre inúmeros riscos e que cada peludo resgatado toma tempo, dinheiro e leva com ele um pedaço do nosso coração. Basta arregaçar as próprias mangas ― o olhar de gratidão de uma vida salva não tem preço.
Mas mentir é muita sacanagem! Principalmente com o animal, que ficou quase duas horas chacoalhando no carro quente e mais oito em pânico na lavanderia da minha sogra, porque a Michele estava do outro lado de São Paulo e só voltaria para a Vila Mariana à noite. No último sábado, eu perdi o encontro da escola e um tico de esperança na humanidade.
As pessoas não pensam direito quando fazem as coisa sem amadurecer a ideia..é na base do entusiasmo...
ResponderExcluir(Mandarino)
Bia. As pessoas já tem filhos sem poder dar sustento a eles. Animais então.
ResponderExcluirA pessoa teve bastante tempo para pensar, Marco. Foi mau-caratismo, mesmo.
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