Como sua vaga de bicho temporário já estava preenchida, rumou para a Suze, onde teria o luxo do quintal, em um escambo com o Snow, que, pelo tamanho diminuto, ficaria melhor no nosso banheiro. Voltou após atacar o filho dela para escapar da quarentena.
Para a segunda doação, escolhi uma psicóloga. Mas devia ter ido no lugar do gato, rs. Avisada do comportamento agressivo misteriosamente adquirido, ela se mostrou disposta a respeitar o tempo do tigrinho. Só que esqueceu de combinar com a Diana, que batia no coitado, que descontava na Sofia, que não podia se estressar por causa da doença renal.
Tentaram de floral a feromônio e Jacob voltou mais uma vez, com cartinha incentivando outros interessados. Mas eu não pretendia arriscar de novo. Por quase três anos, ele dividiu o quarto com minha rinite alérgica — recebeu visita exclusiva, adotou um parceiro de bagunça, engordou 8 quilos. Até Gláucia me escrever por causa do Chuvisco e se apaixonar pela jaguatirica.
Aqui, preciso abrir um parêntese para relembrar o resgate homérico do pretolino, que me fez parar cinco pistas da Marginal Pinheiros, pular o canteiro central de meia-calça com sapato de lacinho e invadir o jardim do Santander, para a diversão de funcionários e seguranças — ainda entrar com o filhote escondido na Abril, onde uma jornada dupla de trabalho me esperava. Fecha parêntese.
Pega de surpresa, tratei de falar do gênio encardido do gorducho, das mordidas doídas, das duas devoluções, do preço salgado da ração light. Mas Gláucia não se intimidou. E prometeu que, se os peludos não se curtissem, daria um jeito porque o apartamento era grande.
Jacob trocou, então, o poleiro na janela do meu banheiro por 15 metros de varanda na Mooca.
Aceitou a dominância da Josefine, já velhinha, e acolheu todos os gatos que vieram na sequência, incluindo nosso Luigi (e Feijão!).
Ganhou também uma irmãzinha humana, com quem adorava compartilhar o colo.
Pôde comer tudo que quis.
E deitar em todas as camas. E brincar de boneca nova.
Retribuiu ajudando Valentina com as tarefas da escola durante a pandemia.
Depois de uma década da melhor vida que um gato poderia ter, morreu na varanda, onde tudo (re)começou.
Epopeia do Jacob na busca por um lar
:: Como tudo começou
:: Prisão em Auschwitz
:: Escalador de pijamas
:: Insuportavelmente ronronante
:: Dueto felino
:: Beijoqueiro
:: Banho de sol
:: Presente de Natal
:: Escolha errada
:: Passatempos adoráveis
:: Segunda chance
:: Teste failed
:: 1 ano depois...
:: Mamãe Noel
:: Dodói
:: Amigos
:: Regime advanced
:: Graminha compartilhada
:: Sozinho de novo
:: TOC
:: Vestido para matar
:: Doação de conto de fadas
:: Família crescendo
:: Quatro motivos para comemorar
Vitorioso! É triste quando partem, mas consola saber que lhes demos a melhor vida possível. E a Valentina, como está crescida! Linda, como sempre ❤
ResponderExcluirRegona Haagen (móveis e utensílios do blog, rs)
A melhor vida que um gatinho poderia querer! É injusto que esses seres tão maravilhosos vivam tão pouco, mas feliz que ele encontrou sua família de comercial de margarina. Vá em paz, Jacob.
ResponderExcluirMeu coração sofre a cada história publicada. Tenho 15 gatos. A mais nova tem 6 anos e meio e os outros entre 8 e 10 anos. O que conforta é pensar nos momentos bons que passam conosco.
ResponderExcluirQue bom que pôde ter uma vida boa! Parabéns pra vocês! Força!
ResponderExcluirQue vida linda ele teve! Depois dos perrengues iniciais, é claro
ResponderExcluirEu me lembro de quando você publicou o resgate dele! Own, que bom que depois de tudo ele amou e foi amado!! Você muda vidas Bia. <3
ResponderExcluir🥹🥹
ResponderExcluirO amor transforma!!! Linda história.
ResponderExcluirEu me lembro dessa história, ele foi muito amado ! ❤😢
ResponderExcluirJacob merecia um filme. Mas a gente vê esse filme ao ler sua história. Que final feliz ele teve, quanto amor❤️ Beijos de Cris e saudações da gataria daqui.
ResponderExcluirQue história linda !! Parabéns pelo trabalho
ResponderExcluirTriste o final, mas teve uma vida feliz.
ResponderExcluir❤️
ResponderExcluirSempre me divirto com seu aposto, Regina! rs