27.9.13

Clarastein

Com a cirurgia da última quarta-feira (que foi um sucessoobrigadasãofrancisco!), Clara migrou do universo dos quadrinhos para a literatura. E agora desfila por Gatoca exibindo sua barriga costurada de fazer inveja a Mary Shelley. Só não vale se voltar contra a criadora!

20.9.13

Kryptonita

Nestes sete anos e meio, Clara ganhou a fama de Super-Gata, sem precisar usar a calcinha por cima da legging. Nunca pegou um resfriado e, depois de castrada, só pisava no veterinário para tomar vacina ― tirando aquele Natal em que derrubaram a escada na coitada, arrancando-lhe o tampão de uma das almofadinhas. Esta semana, porém, parece que seus poderes enfraqueceram. E a pequena teve de ser operada às pressas para a retirada de um tumor.

Dr. E. disse que não valia a pena fazer biópsia porque removeu a bolota com folga, a chance de metástase é pequena e não receitaria quimioterapia. Mas eu fiquei arrasada mesmo assim. E morri de dó quando Pli voltou da anestesia sem entender nada, tropeçando nas próprias patas e errando pulos simples. Passei horas sentada no chão gelado da sala com ela no colo e a madrugada em claro tentando aconchegar sua inquietação.

Espero que essa HQ seja um fracasso de vendas e não tenha continuação.

13.9.13

Uruca virtual

Eu desejo, do fundo do meu coração de pudim, que esta sexta-feira 13 dê azar a todos os jornalistas que cegam, mutilam e matam gatos pretos indiretamente com seus textos preconceituosos.


Para ampliar, cliquem na imagem

Se vocês duvidam do bom agouro dos pretolinos, leiam a história do Chuvisco. :)

10.9.13

Reconhecimento em pipetas

Tem gente que gosta de receber livros pelo correio. Boa parte da mulherada curte desembrulhar cosméticos. Pois eu senti vontade de abraçar o carteiro quando ele entregou uma caixa de Frontlines, presente da Merial para despulgar os bigodes na casa nova. E melhor do que a economia de R$ 400, foi encontrar este cartão no fundo da embalagem:


Escritas a mão, as 27 palavras acima mostram que há corações de pudim nas grandes corporações brasileiras ― a Merial já fez outras doações ao projeto, lembram? E que os 78 animais socorridos, as centenas de horas de sono abreviadas e os incontáveis fins de semana passados no computador renderam ao Gatoca um prestígio que poucos blogs (dentro e fora da proteção) têm. Eba!

5.9.13

Terapia disfarçada de reforma

Nos últimos 12 meses, eu aprendi a quebrar parede, passar massa corrida, assentar tijolo, pintar teto, lixar porta. E consegui o milagre de mudar lembranças doídas com pouco tempo e grana ainda mais curta. Mas a maior surpresa da empreitada foi constatar o quanto eu mesma mudei.

Nos primeiros fins de semana, de moletom branco impecável, refazia cada coisa mil vezes e continuava achando ruim. Comprei pincéis em loja de artesanato para corrigir detalhes que só eu enxergava. Quando errava ― o que acontecia direto, já que trabalho com texto, não com trincha ―, chorava encolhida e me ameaçava desistir (quem precisa de inimigos?).


Conforme blusa e calça foram encardindo, passei a curtir a oportunidade de "reconstruir" os cantinhos da minha casa. Ela deveria ser um lugar feliz para bípedes e quadrúpedes, não meia dúzia de fotos em revista de papel brilhante. Cada defeito tem uma história, assim como minhas cicatrizes. E eu sou capaz de conviver com eles.

Agora, lavando as peças rotas pela última vez, sinto um orgulho danado do meu esforço extrajornalístico. E um amor que precisaria de mais dez corações para se espremer pelo Leo, que deu colo aos meus soluços e disse que tudo ficaria bem no dia em que a gente trocou a privada com a ajuda de um tutorial da internet.

Freud não explica, mas eu garanto que fazer a própria reforma vale cada gota de suor ― inclusive as que saem pelos olhos. A nova fase de crônicas deste blog promete. Providenciem a pipoca! :)

3.9.13

Sobre a arte de ganhar sem levar

Gente que precisa amargar a vida do outro para adoçar a sua não percebe que há mais potes melado no mundo do que vidas que se permitem amargar.


Aos 3,6 mil leitores do Gatoca, me desculpem por ter de ativar a moderação dos comentários depois de 6 anos defendendo a liberdade de expressão.