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7.3.17

Este é um post que eu devia ter feito há dez anos

Tem coisas que a gente deixa passar e não sabe bem por quê. Esta foi uma delas. Cá estou eu, então, uma década depois, me sentindo na obrigação de corrigir: além de girar baquetas nos solos rápidos bateria, escrever códigos de programação incompreensíveis e fazer brilhar tudo que as mãos arianas tocam, Jubão (Jon Levischi para as fãs) também batizou este blog.

Do nada, sem discussão conceitual ou brainstorming anterior, o little brother soltou "Gatoca". E acabou com qualquer possibilidade de discussão conceitual ou brainstorming posterior. Uma toca de gatos virtual soava perfeito. Gatoca continua soando perfeito, mesmo com uma das dez prateleiras vazia (snif!).

3.3.17

O desafio da alimentação natural para gatos

Eu convenci a veterinária nutróloga a fazer um pacotão para as nove criaturas, duas vezes por semana. Li atentamente a dieta prescrita e todo o material enviado por e-mail. No feriado de carnaval, tarde da noite, Leo e eu enfrentamos o supermercado e o abominável açougue.

Passamos quatro horas cozinhando carne, ovos, dois tipos de carboidrato (o arroz era integral!) e três de legumes, rascunhando cálculos desafiadores para uma jornalista, pesando as porções ― comprei uma balancinha só para isso.


Ainda cobrimos cada pote com caldinho de acém, pobre em fósforo, por causa da insuficiência renal quase coletiva.


A maioria dos bigodes sequer lambeu. E quem arriscou (Mercv e Guda) vomitou na sequência. Eu olhava para eles, para a pia cheia de louça e para os morrinhos de passaroca intocada segurando o riso histérico. Agora, tenho uma geladeira cheia de comida que não como. :\


Dicas de adaptação, preparo dos alimentos e legumes mais palatáveis são bem-vindas. Compartilhamento de experiências e incentivo moral também. rs

1.3.17

Mais política pública, menos politicagem

O prefeito João Doria prometeu, em seu perfil no Facebook, desenhar projetos voltados aos animais abandonados na cidade de São Paulo. Mas só ouviu empresários do setor pet. Bora cobrar ações que realmente resolvam o problema? Eu já deixei meu comentário. Curtam, compartilhem, escrevam também ― é só clicar aqui.

Às vezes, um mundo melhor está a alguns bytes de distância.


Para ampliar, cliquem na imagem

24.2.17

O primeiro carnaval do Gatoca

Depois de uma coleção de posts de gato com língua de fora (1, 2 e 3), cá estou eu limpando o cuspe de confete e serpentina da testa. É que amanhã, às 5h45, a Águia de Ouro desfilará no sambódromo do Anhembi sem aquele monte de pluma cafona e outras torturas bichísticas (lembram da chacina de pombos do Salgueiro?).

O fato, inédito na nossa história carnavalesca, chamou a atenção da Peta, a ONG de defesa animal mais conhecida do mundo, virou notícia na Times Square e pode influenciar outras escolas a seguirem o exemplo se a gente fizer bastante barulho.

Bora assistir, compartilhar e sambar na cara da sociedade?


Prim, a cisne tricolor da Vanessa Araújo

22.2.17

Quando passado e futuro se encontram

Brother foi resgatado há quase uma década ― o caso mais antigo do Gatoca. Dona Lourdes dividia com ele e mais algumas dezenas de esqueletinhos o arroz salpicado de sardinha de seu prato e não deixava a gente matar as baratas que tomavam as paredes da sala à noite. Neste post, tem um resumo dos 11 meses de sangue-suor-e-lágrimas enfrentados em parceria com o AUG.


No sábado, eu pude apertar o frajola sem medo, sem fome, sem sujeira. Mas os quatro anos de vida no cortiço resolveram cobrar seu preço. Além de FIV, a aids felina, os exames do Bro acusaram suspeita de linfoma ou doença inflamatória intestinal (os vets ainda estão investigando). E Denise, que acabou virando amiga querida, decidiu fazer terrários para ajudar a pagar as contas e apagar as dores.


Quem quiser dar uma força e aproveitar para melhorar a energia do ambiente (explicação aqui) é só mandar mensagem para o Jardim do Bro. O meu tem um poço, que os céticos chamam de "cestinha", inspiração para a futura casa no interior. ♥


17.2.17

Casa livre de pelos: um sonho (quase) possível!

Morada de tutor de animal de estimação costuma ter tufos de pelo rolando pelo chão feito feno no Velho Oeste. E empesteando roupas, especialmente as de festa. E o sofá, que deixará toda e qualquer visita com a bunda peluda. Mas não precisa ser assim. Nem ir à falência com os rolinhos adesivos.

Para evitar os tufos rolantes, vale caprichar na escovação do bicho, principalmente durante o verão, quando eles perdem os subpelos (finos e macios, localizados próximos à pele), na tentativa de se estatelar mais refrescados. Só tomem cuidado para não exagerar e machucar a epiderme.

Em casa de gateiro, além de revolucionar a paisagem, a estratégia também reduz os vômitos de cabeleira morta, que os bigodes acabam ingerindo quando se lambem ― e pode provocar obstrução intestinal. Neste post, eu relatei o teste com a escova gringa queridinha dos pet shops.

Para depilar calças, almofadas e carpetes, basta comprar uma luva de borracha ― na verdade, é preciso levar o par e exercitar a coordenação da mão menos usada quando a outra ficar gasta. Passem a luva na superfície esticada, fazendo uma pressãozinha, e borrifem água se necessário.

Porque pelos vestem melhor nossos amigos, né?


* Texto escrito para o Yahoo!

15.2.17

Aniversariante do mês - fevereiro de 2017

Dez anos de resmungos. Dez anos! Vocês têm noção do tamanho do amor deste coração melequento pelo coraçãozinho peludo aí da foto (não a do vaso, a outra)? Para comemorar o aniversário de adoção, Chocolate jogou no chão o alecrim que a Rosa nos trouxe de presente há três *lágrima no cantinho do olho* dias.


Se apossou da caixa da balancinha nova de cozinha, expulsando aos berros quem ousasse se aproximar.


E continuou arrecadando cafunés com essa carinha de bela-recatada-e-do-lar.

*Novelinha: Conheça a história da Chocolate

Outros aniversários: 2016 | 2015 | 2014 | 2013 | 2012 | 2011 | 2010 | 2009 | 2008

10.2.17

Dia de visita em Gatoca

Saindo das catacumbas quando todo mundo vai embora. rs

8.2.17

Um dia como outro qualquer em Gatoca

Vejo Chocolate estapeando os brinquedinhos em cima da mesa de zoar, saio correndo para pegar o celular e é só apertar o botão que ela desiste da farra, dá uns berros de cabrita e se põe a morder a Guda, enquanto Pimenta tenta desesperadamente cheirar sua bunda. Como vocês fazem aqueles vídeos fofos?

3.2.17

Recado da família da Pretinha


Nós levantamos R$ 1.240 para ajudar a pagar as despesas da UTI. Não traz a pretolina de volta, mas renova o fôlego para continuar despiorando o mundo juntos, né? :)


Foto tirada pela Fernanda Abreu, na época do lar temporário

1.2.17

A caneca mais maravilhosa de toda a galáxia

Marina Kater-Calabró me conheceu em um dia de fúria e insistiu na amizade, dá lar temporário para os meus enroscos desde 2007 e ainda desenha lindamente. Quando pediu uma foto do Simba, eu sabia que envolveria emoções conflituosas. Mas não imaginava que elas me acompanhariam no café da manhã, como o gordinho gostava de fazer.


A caneca mais maravilhosa de toda a galáxia saiu da embalagem caprichada com lágrimas, no meio do Tubaína Bar, comemoração destes 37 anos de gangorra de vida.


E é a primeira coisa segurável com o logo do Gatoca. :)))


Talvez, ela vire um projeto. Mas isso pouco importa. ♥

27.1.17

Perdeu um gatinho? Siga estas dicas!

Converse com os vizinhos
Não espere o bichano voltar sozinho ou alguém aparecer para ajudar. Eles podem se meter em enrascadas e, quanto mais tempo a gente demora, mais longe conseguem ir. Saia tocando as campainhas do entorno, explique o ocorrido e sensibilize o maior número possível de pessoas a ficarem alertas.

Espalhe cartazes em pontos comerciais
A frequência de padarias, farmácias e mercadinhos é alta e multiplica as chances de sucesso da empreitada. Escolha uma foto em que o rosto do peludo apareça bem, apele para o drama da criança doente no texto e coloque seu telefone para contato ― nem todo mundo tem acesso fácil à internet.

Faça buscas de madrugada
O bairro se torna mais silencioso e menos "assustador". Vale gritar o nome do fujão a plenos pulmões (melhor virar o Louco dos Gatos do que dormir com o travesseiro frio, né?) e trate de apurar os ouvidos para identificar possíveis respostas. Leve também um potinho de ração e alterne os gritos com as chacoalhadas sedutoras ― medo paralisa.

Conhece alguém que perdeu um gatinho? Não julgue. As criaturas são engenhosas, telas não estão imunes a roídas, visitas às vezes se descuidam com a porta. Eu mesma tirei um bichano da boca do cachorro porque a faxineira (na época em que a gente podia delegar a lavagem da privada, rs) bobeou com a janela. Exercite a empatia. :)

20.1.17

Quatro motivos para comemorar

Jacob esperou três anos e duas adoções fracassadas para ganhar sua família de comercial de margarina. Chuvisco me fez atravessar a Marginal Pinheiros na frente dos caminhões e driblar os seguranças da Editora Abril com uma caixa de papelão miante. Feijão e Luigi perderam suas tutoras depois de meia década.

O que essa gataiada toda tem em comum? Eles recomeçaram na casa da Gláucia e do Ricardo ― com uma Valentina entre as adoções. Mas isso os leitores antigos já sabem, né? A novidade é que, 12 meses depois, Chuvisco e Feijão foram flagrados dormindo juntos! Quando o gorducho resolveu superar as diferenças e se aproximar do arqui-inimigo, o pretolino até resmungou, mas continuou colado. Gláucia disse que ainda rolam umas provocações, só que sem sangue envolvido.


Luigi recuperou os quilos perdidos de tristeza.


E Jacob trocou de vez os ataques (que renderam as duas devoluções) pelas mamadas.


O coração precisava desse intervalo, né?

16.1.17

Quatro horas para fazer a diferença!

O mundo se divide em dois tipos de pessoas. As que colocaram Lex Luthor para fora de casa aos 10 anos, porque apareceu com um tumor na boca que começou a crescer e cheirar mal. Ou que acorrentaram o vovozinho Porzingis ao relento, lhe rendendo uma infecção respiratória e o corpo magrelo coberto de feridas. Ou, ainda, que abandonaram 15 filhoticos para morrer de fome e frio na rua.

E as que batalham sem férias remuneradas nem 13º para dar a essa bicharada toda a chance de recomeçar. Lex Luthor passou por cirurgia para remoção do tumor, fez tartarectomia, foi castrado, vacinado e testado para FIV (positivo) e FeLV.


Porzingis ficou internado por quase um mês só para tratar a infecção, controlar a diarreia e ganhar peso — falta um longo caminho.


E os pequenos estão prontinhos para adoção (castrados, vacinados e testados).


Mas a Confraria dos Miados e Latidos precisa de ajuda para pagar a conta do veterinário, que vence hoje. Faltam apenas R$ 1 mil, dos mais de R$ 6 mil. E nessa dívida entram também os gatos da colecionadora do Campo Limpo (lembram?), que ainda não conseguiram suas famílias de comercial de margarina — vou escrever sobre eles nas próximas semanas, prometo.

Em que grupo vocês estão?

Associação Confraria dos Miados e Latidos
17.291.107/0001-39
Bradesco
Agência: 2626
Conta corrente: 2294-2
Banco do Brasil
Agência: 0384-0
Conta corrente: 30050-0

13.1.17

Quando a morte se engana de alvo

Pretinha partiu. Não existe outra forma de começar um post destes. Ela morreu nova, gorducha, de pelo macio e brilhante. Um engano, claramente. Para quem está chegando agora, a pequena foi castrada no mutirão do Gatoca, em 2015. Um mês depois, teve anemia severa, infecção, hepatose. E sobreviveu ― me recebia com ronrons na favela, mesmo depois das consultas veterinárias, dos exames e dos remédios.

Perdeu o primeiro lar temporário por suspeita de calicivirose, que, na verdade, era infecção na traqueia. Mais veterinário, exames, remédios. E sobreviveu. No segundo lar temporário, apareceu um gânglio inflamado no pescoço. Veterinário, exames, remédios. E sobreviveu. Em busca da família de comercial de margarina, fizemos campanhas de Halloween e Black Friday. Até que os pais da Fernanda Abreu a escolheram para dormir na cama, de cobertor.

Surgiu, então, o problema dentário estrutural e a estomatite. Arrancaram todos os molares. E a pretolina sobreviveu. Em dezembro, recebi esta foto de "feliz Natal":


Alguns dias depois, ela teve uma reação alérgica à creolina usada no ralo contra baratas, que virou edema pulmonar e pneumonia. Sobreviveu de novo. Mas voltou ao hospital na virada do ano por causa de uma diabetes misteriosa e da hepatose, onde tudo começou. A gente piscava o olho e uma nova doença tomava a conversa.

Verme transmitido por lagartixas, pancreatite, canal do fígado obstruído, cirurgia de risco. E ela sobreviveu a tudo. Só que a pressão caiu e não estabilizou nem com a transfusão de sangue. No fim de semana do meu aniversário, consegui autorização da UTI para fazer um intensivão de homeopatia, orientada pela Drª Maria Eugênica Carretero.


A guerreira chegou a melhorar ― Cristiane Conti e as meninas da Catland ajudaram com o reiki a distância. Deu uma volta no cubículo e até tentou fugir da gaiola.


Convenci a equipe do plantão a continuar o tratamento de madrugada, com direito a instruções por escrito.


Mas ela não sobreviveu. Um engano, claramente.

P.S.: Como não posso ressuscitar a gorducha, gostaria de devolver parte do dinheiro gasto na Vet Support: R$ 17.096,60. Help: doacoes@gatoca.com.br? Perder quem a gente ama e sobrar com uma dívida astronômica dessas deve ser desolador. :\