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29.4.10

Quatro vidas desesperadas sob o temporal

Vocês se lembram da Cintia, que adotou o Hórus? Pois em março ela resgatou uma família de bigodes e, diferente do resto da humanidade (que costuma empurrar o problema para a gente), abrigou os peludos no banheiro, castrou a mamãe, vacinou todo mundo e só pediu ajuda com a divulgação. Eis a história das meninas:

Ísis

Três anos, super sociável e carinhosa. Viveu um tempão nas áreas comuns do prédio do Alto de Pinheiros, pedindo comida para as pessoas que passavam. No começo, era maltratada, mas logo ficou esperta e parou de cair na lábia dos outros. Quer dizer, dos humanos, porque em dezembro a tigrinha apareceu grávida.

Não foi fácil criar os recém-nascidos na rua. E quando Cintia se deparou com a família ilhada na chuva (após o sumiço de um dos bebês), decidiu tomar uma atitude. A mãe estava tão assustada que entrou na caixa de transporte sem pestanejar e ainda guiou as gatinhas.



Nefertiti

Dois meses, só quer saber de brincar. É a mais ousada da ninhada, sempre encabeça as aventuras exploratórias pela casa e adora uma partida de futebol felino. Fugiu da caixinha no dia do resgate, obrigando a coitada da Cintia a esperá-la desentocar de um bueiro por duas horas. Embaixo d´água!


Linda

Dois meses também, nasceu para seguir carreira de bibelô. É um amor de gata, totalmente carinhosa e educada. Só tem como ponto fraco a comida. Apelidada de Gordita, parece sempre disposta a fazer uma boquinha! Não surpreende a branquela crescer tão mais rápido que as irmãs.


Vocês devem estar se perguntando sobre a terceira filhota, certo? Acontece que Blanca já encontrou sua família de comercial de margarina! Ela conquistou... o Hórus! Claro que no início o tigrinho entrou em pânico com a bagunça da pequena, mas agora ele só fica bravo mesmo quando ela tenta roubar sua ração.


Preciso pedir uma força na propaganda das delícias? Quando cada um faz a sua parte, bípedes e quadrúpedes saem ganhando! :)

27.4.10

Flor de bigode

Você pede para o guarda receber a correspondência na sua ausência e ele aparece com uma gatinha magrela, de pescoço pelado (possível alergia à coleira).


A quinta temporária de Gatoca foi batizada de Lily, porque eu descobri que existem lírios tigrados. E devia estar sentindo tanta fome na rua que cantou uma ópera inteirinha enquanto devorava a ração.


Uma semana após o resgate, a criatura conseguiu se trancar no banheiro e me obrigou a esmagar duas costelas entrando pelo vitrô. Na manhã seguinte, fugiu pela mesma janela... completamente grogue da anestesia da castração! Nem com nomes fofos os peludos aqui de casa tomam jeito.


Lily tem cerca de 1 ano, é coleira, carinhosa, brincalhona e não merece passar dia e noite trancada em um espaço minúsculo. Nesses 20 dias de claustro, aliás, o pescoço já até sarou. Por favor, ajudem a divulgá-la.



Epopeia da Lily na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Correspondência entregue
:: Arqui-inimiga felina
:: Cartinha

26.4.10

O 1º mutirão de castração a gente nunca esquece

Quem não participou do mutirão de castração da Baixada Santista, no último domingo, perdeu a oportunidade de fazer a diferença para 29 vidas. Duas gatinhas, inclusive, já carregavam microbigodes na barriga, que provavelmente acabariam abandonados no cemitério, como a Flea e tantos outros – e olha que uma delas tomava anticoncepcional!


O dia começou cedo. Às 5h, o despertador me tirou da cama para cuidar de Gatoca, enfiar dez caixas de transporte no carro, comprar lanchinhos para o pessoal e passar no posto de gasolina. Às 7h30, Rosa, Casé, Elisa, Mari e eu descíamos a serra para encontrar mais 14 voluntários na clínica da Drª P.


Os peludos chegavam em grupos, transportados por duplas motorizadas.


E com prontuário colado nas caixas, para facilitar o cadastro.


Sob a supervisão de uma veterinária também voluntária, todo mundo era pesado (no colo mesmo!), etiquetado...


...pré-anestesiado e encaminhado à tricotomia, onde eu pilotava a máquina de tosa, rezando para não amputar nenhum mamilo disfarçado sob o pêlo.


A anestesia capotante antevinha a cirurgia e logo a salinha do pós-operatório estava lotada de belas adormecidas.


Além das injeções de antibiótico e antiinflamatório dadas na clínica, as famílias ainda ganhavam os remédios (e receitas) para continuar tratando os bichinhos em casa.


A epopéia terminou às 16h, quando Pati e eu colocamos a última sacola de cobertores no porta-malas. Se você ficou com coceira de sentir o coração bater mais forte, o próximo mutirão ocorrerá no dia 6 de junho. :)

22.4.10

Micose exterminada!

Se a giárdia que empesteou Gatoca era de titânio, o fungo devia ter adamantium na estrutura molecular. Tudo começou com o problema de pele da Flea, identificado equivocadamente como sarna e seguido de um falso diagnóstico de cura. Aí, a pulga passou a micose para o Snow e para mim, que passei para o Mercvrivs, que passou para a Jujuba, que passou para a Guda. Não me perguntem quem contaminou o Jacob. rs

Depois de muito pesquisar, Dr. N., Patrícia e eu decidimos tratar os bigodes de formas diferentes, respeitando o perfil de cada um e os limites financeiros desta jornalista freelancer. Mercv tomou 21 dias de Itraconazol (manipulado em farmácia de gente mesmo), porque não oferece resistência a comprimidos. Juju, Guda e Jake ficaram com o spray de Cetoconazol (45 dias), pois só apresentavam uma clareira no corpo inteiro.

E com os bebês resolvemos arriscar a Biocan-M, para evitar que o branquelo virasse um monstro indoável após semanas de tortura. Eu comprei duas doses da vacina (R$ 67,90), já que o resultado da cultura demoraria 15 dias e nós não sabíamos se o fungo dos pequenos era o tal Microsporum canis. E, como a resposta foi positiva, a Planner topou doar as outras quatro.

Dois meses depois, os três tratamentos funcionaram! Para ajudar a erradicar a micose do recinto, aliás, durante toda a batalha Suze limpou a casa com vinagre de maçã e acrescentou na máquina de lavar roupa um copo da solução também. E eu testei a dica de turbinar a imunidade dos peludos, polvilhando levedo de cerveja nos potinhos de ração seca.

19.4.10

Façam a diferença!

Vocês sabem que vários temporários de Gatoca vieram importados de um cemitério da Baixada Santista, né? Pois em fevereiro a Patrícia percebeu que seria difícil impedir o crescimento da colônia de bigodes existente lá, se os moradores do bairro não parassem de abandonar novas ninhadas. E o Cats of Necropolis deu origem ao Mutirão de Castração!

Dia 28 de março, rolou a primeira edição da iniciativa, com direito à participação de oito voluntárias, 26 peludos atendidos e muitas fotos emocionantes. No próximo domingo (25), ocorre a segunda mobilização coletiva. Precisamos de gente para ajudar no pré-operatório, separar as medicações e, principalmente, transportar os gatinhos.

Quem topa começar a semana de coração cheio? Mande um e-mail para bialevischi@yahoo.com.br.

Fandangos, Boo e Ziggy

Edward

Flea

Snow

15.4.10

Transformação advanced

A maioria das pessoas adota para o ego e não pelo bicho. Elas querem filhotes dóceis, peludos, de cores claras e olhos azuis. Quanto mais longe o animal estiver dessa descrição, maior a chance de encalhar. O engraçado é que são justamente os bichos doentes, velhinhos, geniosos e apavorados que mais precisam de um lar.

Nesses anos de proteção animal, eu conheci três corações especiais que sabiam disso. A Miharu, que aceitou o Marley com toda a sua maluquice, a Cynthia, que deu uma chance à falta de sociabilidade da Milela, e a Hilda, que acolheu os caninos afiados do Edward sem medo de retaliações (a bípedes e quadrúpedes). Pois vejam o que aconteceu com o vampirinho:



Essa mágica é bem mais difícil de fazer do que a transformação de sapos em príncipes, que eu sempre comento aqui no blog. A gente apanha, se sente impotente, pede socorro às amigas, chora escondido. Mas, uma hora, a coisa acontece! E gatinhos assustados como o Snow resolvem trocar os buracos do banheiro...


...por carinhos...


...colo e uma amiga inseparável.


Por esse mundão afora, aposto que muitas outras criaturas complicadas sucumbem a encantadores de bigodes diariamente. Pena que não é fácil encontrar adotantes dispostos a enxergar potencialidade onde os medíocres vêem limitações...

14.4.10

Nick bizarro vencedor!

Atualizado às 19h01

Quem ganhou o livro Diga Trinta e Três, do Dr. Nick Trout, foi a Gloria, inventora do apelido de focinho escalafobético Babíssima Borelhosa! Mas todas as finalistas da brincadeira merecem uma estrelinha no caderno, porque Muzibuzi (Guiga), Lumpiumpidumpifumpimumpi (Rose), Budicreidi (Natali), Gortraquinhas (Lyra) e Pelonossauro (Venuss) gastaram a criatividade de cinco gerações da família. rs

P.S.: Gloria, manda um e-mail com o seu endereço e uma foto da dona do nick excêntrico, para a gente matar a curiosidade: bialevischi@yahoo.com.br. :)

P.S. do P.S.: Em maio rola outro desafio aqui no Gatoca. Fiquem de olho!

10.4.10

Aniversariante do mês – abril de 2010

Hoje faz quatro anos que Clara Luz* me adotou no pet shop do Sonda! Para comemorar, eu respirei fundo e deixei a fadinha encher os armários da cozinha com marcas de patas, afiar as garras na caixa de papelão da sala, espalhando pedacinhos por todos os lados, e dar uma volta imaginária na moto do João – só porque ele está na Europa com o Seventh Seal. ;)


*Novelinha: conheça a história da Clara

Outros aniversários: 2009 | 2008

6.4.10

Nicks bizarros

Doze dias depois, dois apelidos pós-ácido de Gatoca continuaram indecifrados. Eis a resposta correta da brincadeira:

* Pli – Clara Luz
* Timbo – Simba
* Quituliça – Chocolate
* Bubósinha – Pufosa
* TuskaBuska - Bolota

Como ninguém acertou a listinha completa, o livro Diga Trinta e Três ficará com o inventor do nick de bicho mais bizarro. Dêem seu voto na enquete ao lado (abaixo do "quem somos"), já que eu fui incapaz de escolher sozinha. ;)

Ah! Mercv não tem nada de "pliguiçoso". Ele só funciona num ritmo próprio.


Obs.: Há comentários sobre o desafio perdidos no post 15 maneiras de armazenar e organizar seus gatos.
Obs. 2: Se alguém souber mudar a cor da fonte do total de votos da enquete, por favor, mande sinal de fumaça!

1.4.10

15 maneiras de armazenar e organizar seus gatos
















P.S.: A brincadeira dos apelidos pós-ácido termina no próximo post. Ninguém mais chama os peludos por nicks bizarros? rs

29.3.10

O mito da toxoplasmose

Enquanto o senso comum crucifica os gatos, a ciência garante que é mais arriscado manipular um bifão sangrando ou cuidar das plantas sem luvas

Amanda Herrera perdeu as contas de quantas pessoas perguntaram se ela pretendia "jogar fora" os peludos quando a barrigão começou a crescer. A desculpa sempre envolvia a toxoplasmose. "Para todo mundo eu respondia que meus gatos não iam para a rua, portanto, o bebê ficaria seguro", conta.

A radialista estava certa. Existem muitas formas de se contrair a doença. "É mais perigoso, por exemplo, comer carne mal passada ou mexer na terra do jardim sem proteção", explica a veterinária Luciana Dechamps.

Hoje, quem visita a pequena Alice se depara com Fidel e Zuca disputando espaço na janela do quarto lilás para curtir o solzinho. Você ainda tem dúvidas? Então leia a matéria abaixo.

:: Entenda por que o gato não é o vilão da história

O que significa toxoplasmose?
Trata-se de uma doença causada pelo protozoário Toxoplasma Gondii. Encontrado na natureza, ele pode infectar aves, mamíferos e seres humanos.

Por que só os bigodes levaram a fama?
Porque é neles que o parasita se reproduz, expelindo os ovinhos junto com as fezes do animal. Segundo os especialistas, porém, menos de 1% dos gatos do mundo tem o protozoário.

Como se pega?
Por meio do contato com cocôs, água e alimentos contaminados, principalmente verduras e carnes cruas. No caso das fezes, o agente só dá as caras se a meleca ficar juntando mosca na caixa de areia durante três dias. E você ainda precisar colocar a mão suja na boca (argh!).

Quais são os perigos?
Quem está com a saúde fragilizada pode desenvolver cegueira, problemas cardíacos e neurológicos. Se o contágio ocorrer durante a gestação, o feto corre risco de aborto (mamães previamente infectadas não prejudicam o bebê). Em 80% dos casos, a doença passa despercebida.

Como se diagnostica?
Animais e seres humanos costumam apresentar febre, transtornos visuais, gânglios e órgãos com tamanho aumentado. A confirmação do quadro é feita por meio de testes sanguíneos. O resultado sai em 24h.

Há tratamento?
Pessoas e bichinhos saudáveis tendem a se recuperar sem tratamento. Os demais devem recorrer à medicação. Uma vez exposta à toxoplasmose, a criatura torna-se imune.

:: Dicas de prevenção

* Só tome água filtrada.
* Lave frutas e verduras com cuidado.
* Cozinhe bem as carnes.
* Use luvas para cuidar do jardim.
* Limpe a caixa sanitária do seu gato diariamente – se você estiver grávida, use luvas também.
* Não dê comida crua para o peludo.
* Impeça que ele tenha acesso à rua.


* Texto escrito para a revista AnaMaria, da Editora Abril.

P.S.: A brincadeira dos apelidos pós-ácido continua valendo. E, até agora, ninguém acertou mais do que dois bigodes! Vou dar outra pista, então: na listinha há um temporário.

25.3.10

Apelidos pós-ácido

Vocês também costumam chamar os bigodes por nomes que não têm nada a ver com os originais e serviriam, da mesma forma, para esmaltes, brinquedos e sanduíches de metro?

Quem adivinha os donos dos nicks abaixo?

* Pli
* Timbo
* Quituliça
* Bubósinha
* TuskaBuska

Vale uma surpresa (sem pêlo, prometo)! Família e Suzeli não podem participar, ok? E se ninguém acertar, o prêmio vai para o autor do apelido de bicho mais bizarro. rs


Dica: a gata da foto não está na lista.

22.3.10

Bigodes circenses

Chocolate toca violão com o pé.


Guda imita ponte levadiça de castelo.


E Mercv, além de falar "mãe", abre portas.


Alguém pode me dizer por que eu continuo pobre?

18.3.10

Mágica

Eu sempre escrevo sobre o esforço do Gatoca para transformar sapos em príncipes, né? Mas faz tempo que o último registro de "antes e depois" deu as caras aqui no blog. Resolvi então contar a história do Faísca e do Fumaça, um verdadeiro mutirão de ajuda intermunicipal:

Patrícia resgatou os bebês no cemitério da baixada, dia 23 de janeiro. Faísca se esvaia em fezes e Fumaça parecia um esqueleto ambulante, com os dois olhos colados de secreção. Leila abrigou os pequenos na casa em reforma, enquanto Jisleyne não oferecia seu banheirinho temporário salvador.

E eu me encarreguei do transporte de Santos (sob um sol de 40ºC, sem direito a sorvete! rs) até o Ipiranga (debaixo da maior tempestade). Nesse dois meses, os meninos ficaram lindos, arteiros, brincalhões e super amorosos. Agora, só falta encontrarem o dono da varinha que encerrará o espetáculo.

Faísca


Fumaça