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18.7.09

Probem de bigodes e focinhos

Algumas manifestações ainda valem a pena! Acho que todo mundo já viu a campanha sobre posse responsável da prefeitura de São Paulo na mídia, né? Dois meses após a pressão da sociedade pelo fim das barbaridades no Centro de Controle de Zoonoses, as Secretarias Municipais da Saúde e do Verde e do Meio Ambiente finalmente decidiram se unir para criar o Programa de Proteção e Bem-Estar de Cães e Gatos.

Com um investimento de cerca de R$ 8 milhões, o atendimento a bigodes e focinhos abandonados será desvinculado do CCZ, cuja preocupação, como o nome já diz, deve se limitar às doenças transmitidas ao homem. Entre as ações, está prevista a construção de um prédio específico para hospedagem e doação, a ampliação do quadro de funcionários e o credenciamento de novas clínicas veterinárias para as castrações.

Mas por que, raios, o Gatoca resolveu dar uma notícia velha? É que 65 vidas já esperam por um lar no site do Probem. Olhem só que coisa mais gostosa! O sistema permite a busca por idade, sexo, porte e pelagem. O usuário também pode acessar informações sobre o RGA, as feiras de adoção e outras curiosidades. Uma iniciativa como essa merece toda a ajuda na divulgação. :)

15.7.09

Intimação 2009!

Eu achei que seria impossível encontrar em São Paulo um lugar barato (sem consumação mínima e com comanda individual), que desse para sentar e conversar decentemente, e não ficasse no fim do mundo. Mas a Carol Costa lembrou do Barão da Itararé e nós decidimos comemorar o segundo aniversário do Gatoca lá. Anotem na agenda: sabadão, dia 8 de agosto, a partir das 16h, para agradar madrugadores e boêmios.

O Barão está localizado na rua Peixote Gomide, 155, pertinho da Paulista. Eles juram ter garçons bonitos, simpáticos e talentosos, comidinhas de dar água na boca e uma carta de bebidas que atende ao mais exigente e requintado botequeiro. "A decoração retrô remete aos bares das décadas de 50 e 60, quando ainda existiam cavalheiros, quitandas e partidos de esquerda".

Quem não quiser correr o risco de sobrar sem cadeira, mande sinal de fumaça: bialevischi@yahoo.com.br. Até porque dona Carolina prometeu fazer um bolo de chocolate com morango de babar para festejar os 374 posts, 182 mil pageviews, 3,5 mil comentários de leitores e mais de 60 bigodes/focinhos/bicos socorridos. :)

12.7.09

Gatas do mato

Lembram que eu comentei sobre a baixa sociabilidade das Gudinhas? Para vocês entenderem melhor, e evitar injustiças, eis o ranking da antropofobia:

Pimenta é 2. Foge apenas de estranhos.

Keka é 4. Foge da gente, mas deixa fazer carinhos relâmpagos quando está de bom humor.

Pufosa é 7. Foge também dos carinhos relâmpagos, embora a perspectiva seja positiva.

Jujuba é 9. Foge até da própria sombra.

E Pipoca é 10. Foge da própria sombra, mesmo que ela carregue uma caixa cheia de guloseimas e 20 ratinhos de catnip.

8.7.09

Reviravolta

No mundo animal também existem criaturas nascidas com o rabo virado para a lua. Algumas horas depois de a Camila me escrever pedindo ajuda para doar a Kiara, recebo o e-mail de uma das voluntárias do AUG procurando exatamente uma siamesa filhote, já que a gatinha da ONG pela qual a adotante havia se interessado não era muito sociável.


Telefonei para a Ana Paul, roteirista de cinema, no mesmo dia e prometi que entregaria a bigode castrada no fim da semana. Famílias de comercial de margarina que moram em apartamento telado, compram ração super premium e colecionam felinos idosos não devem ser desperdiçadas.

Eu não precisava ter me sentido um monstro tirando a peluda do abraço apertado da filhinha da minha prima, enquanto as lágrimas de incompreensão lhe ensopavam o pijama. Mas coração de pudim costuma sobrar com o problema até quando não tropeça nele. Como recompensa pelo trauma, deixei então a coitada passar o pós-operatório no meu colo.


No sábado de manhã, a caminho de Pinheiros, ela devia estar se perguntando o que fizera para ser jogada como um saco de batatas de um lado para o outro. Alguns infernos parecem mesmo sem fim. Mal sabia a sortuda que na casa nova viraria Aimée, "amada" em francês ― e que a epopéia me renderia um par de meias de lã amarelas, tricotadas especialmente pela dona Regina. :)

4.7.09

País de brinquedo

Quando Mariana chegou em casa de máscara, dizendo que a vigilância sanitária nos visitaria para acompanhar de perto sua possível gripe suína, eu entrei em pânico. Não pela enfermidade (afinal, São Francisco de Assis jamais permitiria que sua melhor vassala morresse por culpa da exploração animal dos outros), mas pela superpopulação de bigodes.

Pensamos em diminuir os potes e caixas de areia para disfarçar, passamos a observar quantas Gudinhas se escondiam sempre que um estranho adentrava o recinto, fizemos enquete dos gatos confundíveis (principalmente os frajolas e as sialatas). Eis que a funcionária pública telefona no fim da tarde de ontem:

- Por favor, a Adriana Levendisk?

Com o que eu estava me preocupando mesmo? rs

2.7.09

Maratona (e sem tarado no cangote!)

Nos últimos quatro anos, eu cansei de ver cachorros atropelados nas ruas de São Paulo. Eis que sábado, pela primeira vez, não era tarde demais. O peludo suicida cambaleava no canteiro central da Anchieta, ameaçando atravessar as mil pistas a cada cinco passos. Encostei para avisar o CET, parado alguns metros à frente, que confessou estar justamente caçando o animal.

Acontece que o fato dele se chamar Messias não minimizava o pânico causado pelo cambão. Sugeri tentar sozinha, sem o aparato bélico, e corri dois quilômetros inteiros no acostamento da rodovia, em meio ao buzinaço de caminhoneiros e motoboys. Quarenta minutos e dois joelhos podres depois, não consegui nem chegar perto da criatura, mas pelo menos alcançamos uma brecha de acesso ao bairro.

Sem pensar, ziguezaguiei entre os carros de braços levantados, para ajudar o coitado a concretizar a travessia, e pedi a São Francisco que colocasse um pouco mais de juízo em sua cabeça. Quando estacionei em Pinheiros para almoçar com o Cassiano, que ainda nem me conhecia, estava descabelada, exausta e com a maquiagem borrada de suor. Sorte que ele também tem um coração de pudim.

29.6.09

Segundo quase-aniversário do Gatoca

Se você não faz idéia do que seja um quase-aniversário, leia o post explicativo do ano passado. Quem já sabe que a expressão não tem nada a ver com o Chapeleiro Maluco da Alice, pode começar a se preparar para a festa! Enquanto agosto não chega, aliás, divirtam-se com as comunidades fofas que Lelê e Jubão criaram no Orkut, sem combinar, praticamente ao mesmo tempo (rs):

1) http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=90352973
2) http://www.orkut.com.br/Main#Community.aspx?cmm=90484012

As peripécias dos bigodes (e do coração de pudim) agora também estão no Twitter, só que em formato "drops". Nos 140 caracteres miseráveis, eu pretendo contar os bastidores das crônicas publicadas aqui no blog e as bizarrices do cotidiano de uma jornalista freelancer que trabalha em troca de ração:

http://twitter.com/gatoca_blog

26.6.09

Hóstia

Dois anos depois, ainda não consegui entender como as guloseimas que a gente dá para a Guda desaparecem da boca sem qualquer sinal de mastigação. E olha que não existem vasos de plantas grandes aqui em casa...

22.6.09

Edward e eu: 8 dias sem acidentes

Eis a prova de que meia xícara de amor e um balde de paciência dobram qualquer fera. :)

18.6.09

Moonwalk

Atualizado às 18h

Essa manhã, quando vi Chocolate andando de ré contra a luz da janela da cozinha e mexendo a cabeça feito pomba para vomitar, tive uma estranha sensação de déjà vu.

15.6.09

Erva daninha

Ao lado de qualquer bigode que esteja ganhando carinho em Gatoca sempre brota uma Pimenta.

12.6.09

Especial: Dia dos Namorados 2009

Quando você começa a suspeitar que o amor entrou em extinção no planeta, dá de cara com esses corações de bumbum em plena sala. :)

Veja também: Especial Dia dos Namorados 2008

10.6.09

Beliche de inverno

Quando o tempo esfria, dona de colo magricela precisa dividir os bigodes em andares:

6.6.09

Eclipse

Antes mesmo de entregar os bebês do cemitério de Santos, São Francisco de Assis já me presenteara com um novo desafio. Na estação Tucuruvi do metrô, às 11h daquela segunda-feira, uma adotante ruborizada esperava Patrícia para devolver outro bigode resgatado entre os mausoléus. Parece que na kitnet de Franco da Rocha o ronronador virou uma fera e não havia porta sanfonada do banheiro que poupasse o veterano dos cascudos.

Retornaria o inconseqüente à necrópole da baixada em pleno inverno e sendo o mais sociável dos integrantes da colônia (sinal de abandono recente)? Enquanto eu encarava seu pêlo atipicamente macio e branquinho, percebi que o coração de pudim jamais teria coragem de efetivar a desova. E, em duas horas, o gatão estava instalado no quarto com o cheiro ainda fresco dos filhotes.


Batizei-o de Edward, após a terceira mordida, em homenagem ao vampiro sedutor dos livros de Stephenie Meyer. Hoje, se a gente se aproxima da janela, logo consegue ouvir os fogos de artifício. Ed lembra um soldadinho marchando ao amassar pãozinho de um lado para o outro. Mas a angústia do claustro não passa. Nem a intolerância com os demais quadrúpedes da casa.

Essa manhã, soltei a criatura no corredor para tomar um sol e morri de pena de vê-lo tentando escalar o muro com a ajuda de um arbusto, que insistia em envergar. Cogitei até a hipótese de devolver-lhe a liberdade do cemitério. Só que o tigrinho rolou para mim e São Francisco tratou de soprar ao vento que ele ainda podia ser filho único. Basta a gente colocar a rede para funcionar. Quem topa?



Epopéia do Edward na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: 8 dias sem acidentes
:: Dueto felino
:: Transformação em três estações
:: Cartinha de Natal
:: Presente de aniversário
:: Adoção definitiva

2.6.09

Impossível deixar um para trás

Foi assim que Regislaine justificou a decisão de adotar os três bebês do cemitério de Santos, contrariando meia dúzia de agourentos que insistiam em dizer que eu jamais conseguiria doá-los juntos.

No sobrado do Tucuruvi, ontem de manhã, Ziggy virou Whistler, Fandangos, Banff, e Boo, Hope, em homenagem à viagem que ela e Samir fizeram ao Canadá durante o mês de maio.

O casal trouxe uma mala cheia de brinquedos importados para os bigodes, aliás, incluindo aquelas portinholas de vai-e-vem que a gente só vê nos filmes.

Zig mostrou-se mais resistente à mudança, mas logo, logo estará aprontando com Tom e Luck, os focinhos da casa.

Aos 29 anos, eu acho que finalmente entendi o brilho dos olhos das mães que precisam lembrar seus filhos de quantas fraldas trocaram para que eles chegassem até ali.

O vazio é o mesmo de sempre. Na casa, na calça de pijama e no coração de pudim. Mas mamãe pata se consola em saber que seus patinhos seguirão amigos. Para sempre.



Epopéia dos bebês na busca por um lar:

:: Como tudo começou
:: Entre algodões e mamadeiras
:: Dicas para cuidar de filhotes