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31.3.08

Não fiquei cega!

Mas ainda estou me adaptando à variedade de cores da vida sem lentes. O olho direito parece recém-saído da concessionária. O esquerdo, porém, anda rateando. De perto, aliás, ambos embaçam feio. Tudo normal, se amanhã não começasse o frilão de 23 dias na Editora Globo. :\

Ah! Quem falou que a impressão do pós-operatório é de areia nos olhos mentiu. Eu sentia cacos de vidro envoltos em arame farpado! E só consegui desgrudar as pálpebras depois de sete horas de lamentos. Vontade de encaixar o colírio "para o caso de irritação" num funil.

29.3.08

Adeus miopia!

Assim que desligar o computador, rumarei para a cirurgia que me fará enxergar um mundo completamente diferente, depois de 28 anos! Volto a postar quando os olhos pararem de lacrimejar de emoção. Tia Roseli nunca mais me dará bronca por esconder os óculos na mochila para brincar no parquinho. Ai, que medo...

26.3.08

Imagens fortes

Eis o primeiro dos ratinhos de catnip que Patrícia trouxe para os bigodes a ter um final trágico. Tudo em três dias!


Lembrei do tempo em que Mercvrivs reinava sozinho em Gatoca e não desgrudava de seu amigo verde. Após meses servindo fielmente os caprichos bélicos do mimado, a bola de sujeira e feltro recebeu as devidas honrarias e foi sepultada na lixeira do banheiro. Inconformado com o sumiço do parceiro de guerras, o bigode adentrou o meu quarto, deu três cheiradinhas breves e saiu correndo para resgatá-lo em meio a uma infinidade de papéis higiênicos e absorventes usados. A nós, família vil e cruel, coube a lição de aprender a respeitar o diferente.

25.3.08

O aniversário do Rei Leão

Sábado, recebi o convite para minha primeira festinha de aniversário felina! Léo –o gatão abandonado em Santos que precisou fazer biópsia e ficou três dias aqui em casa no mês de novembro– continua mau humorado, mas um mau humorado feliz. Passa horas sendo afofado pela avó, enquanto Isabel se mata de trabalhar para comprar a melhor ração. Se alguém mexe com Xany, sua irmã de bigode preferida, leva mordidas ferozes. Parece que até com a cachorrada e os canários ele se dá bem. Almejando comemorar o desfecho raro de conto de fadas, Patrícia e eu enchemos a sacola de latinhas, sachês, bolinhas barulhentas e rumamos para a zona norte. O bolo era torta mousse de limão, acompanhado por dois potes gigantes de sorvete. Eita família bonita de se ver!

24.3.08

Pirata da perna-de-pau

Passada a fase "Gatorade de limão", nunca vi o Mercvrivs tão quieto aqui em casa. Parece mais uma camiseta velha de pijama, mancando três passos e tornando a esparramar-se no chão. Não sei se foi briga, se caiu do armário, se dormiu de mau jeito. Dr. E. disse que não quebrou nada, mas deve estar doendo pacas. Tomou a clássica injeção de antiinflamatório e precisará encarar outros cinco dias de remédio. Chego à conclusão de que o inferno astral virou azar de longo prazo.

23.3.08

Presente de Santos vem com mar junto!

Se eu contasse que Chocolate babou tanto nos ratinhos de catnip da Patrícia que ficou parecendo recém-saída da piscina, vocês acreditariam?

22.3.08

Tortura chinesa

Como o gênio da Clara não bate com quase nenhum dos bigodes, costumo deixá-la na metade da casa em que ficam os quartos e fechar a porta. Ontem, na hora de dormir, Simba chorou e passou também. Mercv fez biquinho e conquistou acesso VIP à cama. 5h30 começou o tormento! Primeiro, o mimado acordou e, querendo atenção, pôs-se a caminhar sobre o meu rosto. Ignorado, decidiu arranhar a porta do banheiro. Cinco minutos depois, derrubou um molho de chaves inteirinho no chão e voltou para a sala. Aí, veio a encrenqueira, pendurou-se na janela, comeu metade do rolo de papel higiênico, arremessou meus óculos longe e ganhou idêntico destino. Solitário, o leãozinho desembestou a tagarelar no canto do corredor que dava mais eco. Levantei.

20.3.08

Tenha gatos!

Por trás de qualquer traquinagem que aconteça aqui em casa, há sempre um par de orelhas. Só mudam as cores. Meu medo de fantasmas até desapareceu!

18.3.08

Chuck Norris e Pudim

Hoje de manhã, Chocolate tomou duas vacinas no veterinário, a quádrupla e a anti-rábica, e não soltou um miadinho sequer. Pipoca, por sua vez, chorou histericamente do momento em que a coloquei na caixinha de transporte, às 9h45, até voltar para casa, às 11h15. Detalhe: Dr. E. apenas apalpou o antigo caroço das costas (que não sumiu como eu pensara, mas também não aumentou de tamanho) e disse que não valia a pena submetê-la ao sofrimento de uma cirurgia com anestesia geral. Adivinhem qual delas puxou a mim? rs

17.3.08

Ex-queletinhos: mais uma alta!

No último sábado, Pinta quase cruzou a divisa de Osasco com Carapicuíba, rumo ao seu novo lar. Susan, a motorista, garante que a viagem valeu a pena, porque doar gato preto e branco, adulto, para apartamento telado é coisa rara! David e a mãe já tinham uma filhotona Siamesa de oito meses, mas acharam que ela sentia falta de companhia. O ex-queletinho* chegou assustado e continua escondido pelos cantos. Rezemos para haja paciência extra nesses corações!


*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

15.3.08

Inconveniência em bigode

Quando Pimenta abriu a porta do escritório pela primeira vez, achamos que fosse sorte. Até Mariana surpreendê-la pendurada no trinco, com as patinhas traseiras balançando. Agora, ela também aprendeu a empurrar a porta camarão do banheiro. Só falta levar um jornal e sentar ao lado de quem está usando a privada.

13.3.08

Esqueletinhos: mais uma baixa

Ontem, quando Meg deixou a ração semanal para os quatro esqueletinhos* que sobraram no cortiço, dona Lourdes contou que a Cinza havia ficado doente e morreu. Assim a seco, sem mais explicações. Não consigo parar de pensar a que ponto chega o egoísmo do ser humano. Sei que a gente se apega aos bichinhos, mas recusar-se a doar sem ter dinheiro para alimentá-los com algo diferente de arroz, muito menos para levar ao veterinário em casos extremos me soa deveras cruel. Espero que o imóvel seja vendido antes dos outros virarem estrelinha também. Essa gatinha (pasmem!) era de raça (Azul da Rússia) e encontraria fácil uma família de comercial de margarina para encher-lhe de mimos. Inclusive os desnecessários! Ai, ai... Estou melancólica demais hoje. :\


*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

12.3.08

Adeus selva!

Quando deixei o matagal tomar conta do jardim aqui de casa, inspirada na história de "João e o Pé de Feijão", não imaginava a quantidade de seres que passariam a viver entre suas folhas. Na manhã do último sábado, bichos de todas as cores, formatos e tamanhos saltitavam em protesto contra o esforço do Eduardo de destruir suas moradas. O trabalho de limpeza durou quase três horas e rendeu oito sacos gigantes de lixo. Apesar de não terem gostado muito do resultado, boa parte dos bigodes quis participar da farra. E as Gudinhas logo encontraram uma função para os buracos que sobravam na terra: privadas ecologicamente corretas. Espero que nenhuma freira concepcionista esteja enterrada no nosso quintal.


11.3.08

O amor na sarjeta

Foi-se o tempo em que a história de "Romeu e Julieta" tinha o poder de fazer voar borboletas no estômago das pessoas. Hoje, quem passa pelo casal de poodles abandonados na Vila Rosa, zona norte de São Paulo, acelera a caminhada, ignorando os olhares de súplica por carinho.

Isabel, o anjo que adotou o Léo, até conseguiu um contato com o Late Show (que prometeu levá-los para tomar banho, tosar, castrar, vacinar), mas eles precisam de um lar temporário enquanto não aparecerem os interessados – coisa que não deve demorar, devido à repercussão do programa.

Algum leitor de bom coração deste blog pode hospedá-los? Ou, pelo menos, ajudar na divulgação? Se cada um fizer um pouquinho, daremos a esse romance um final bem mais feliz que o de Shakespeare! :)

8.3.08

Alegria para uns, suicídio para outros

Mercvrivs aprendeu a subir no armário do quarto do fundo, onde fica escondido o puff que vivia transformando em lago quando era pequeno. Aparentemente, o fetiche passou. Quem perdeu o sossego foi a Clara, que não tem mais canto alto o suficiente na casa para fugir dos ataques de ciúme do mimado.


Obs.: Ainda não respondi os comentários porque, graças ao pré-operatório da miopia, continuo cegueta. Vocês ficariam orgulhosos de ver como sou uma pessoa calma e controlada. Até desmaiei na sala de exame. Quem mandou a moça explicar que pingaria um colírio anestésico para medir a espessura da córnea e aproximar um objeto pontiagudo dos meus olhos, com cara de maluca?!

7.3.08

Cachorroca

Não sei porque eu insisto em buscar pão na padaria da esquina de casa a pé! Desta vez, cruzei com uma cachorrinha malhada mancando, os ossos da bacia à mostra. Ela possuía feridas de corda no pescoço e abocanhou as salsichas compradas no tio do dog com papel e tudo. Marlene, que trabalha aqui no bairro e também se condoeu com a situação da pobrezinha, levou-a até meu carro (não é só de pombas que eu sinto medo - rs) e nós rumamos para a clínica utinguense.

Diferente dos bigodes, a pequena deitou sobre o paninho, no banco de trás, e não arriscou um latido sequer. Só me olhava soltando puns fedorentos de nervoso e pedindo carinho ― mas quando a mão chegava perto da cabeça, punha-se a piscar freneticamente, sem conseguir esconder o receio.

Adentrou a sala do Dr. E. com ataque de tremedeira e o clássico rabinho entre as pernas. Para minha surpresa, não tinha cinomose nem problema na coluna. Só fraqueza e desnutrição. Lucia, protetora de Santo André, concordou em acolhê-la se eu pagasse a castração e as vacinas. Como Marlene havia cogitado uma vaquinha na empresa, eu aceitei.

― Você já pensou em um nome?
― Não...
― Então será o seu.

Constatei mentalmente que a população de cadelinhas Beatriz estava aumentando (na virada do ano, ajudei um casal de amigos a encontrar um lar para uma poodle abandonada de coleira em Santo Amaro) e precisei disfarçar o riso.

Minha xará ganhou uma gaiolinha exclusiva, mas não queria me deixar partir e, esticando o focinho estrategicamente, impediu que a porta se fechasse por um último cafuné. Se não fosse a Fabíola esmagá-la contra o peito, anunciando a amizade que se estabeleceria nos próximos dias, eu morreria de culpa.


P.S.: Pelo amor de Deus, não me façam piadas com Cavaloca, Papagaioca, Ramsteroca, Porcoca ou quaisquer variações! Cachorroca, Gatoca, Pomboca e Passarinhoca já bastam para 2008.

5.3.08

Como estragar um gato: curso intensivo

Só a Keka, aqui em casa, vomita a ração da lata. E eu morro de dó porque ela adora. Lambe o potinho empolgadíssima e, no segundo seguinte, bota tudo para fora. Sempre. Como forma de compensação, passamos oferecer-lhe outras guloseimas: leite, mamão, granola, pão integral. Acontece que agora basta alguém adentrar a cozinha para que a glutona monte plantão na porta, ansiosa pelo "prato do dia". Mariana já até reclamou que o café da manhã da pequena é mais completo que o seu.

4.3.08

Ex-queletinhos: adoções no atacado

Smoo passa o dia atrás de Mika, uma gatinha resgatada da rua, mas até agora só levou patada. Do Ricardo ele não quer nem saber. Deby contou que basta escutar uma voz masculina para sair correndo na direção contrária.


Chococat e Lourdes dormem juntos embaixo da máquina de lavar roupa e costumam levantar animados às 5h30 para tocar o terror na casa da Raquel: mexem em tudo, arranham o sofá, brincam de bolinha – coisa inimaginável no cortiço da dona Lourdes*!


Na mesma semana, Susan comunicou ao maridão que havia adotado Conie (a filhotinha de dois meses que levara um pontapé e foi parar na UTI), sua peluda número oito. Eis a cartinha que me fez admirá-la ainda mais:

Aos dois meses, Conie passou por uma cirurgia com 90% de chances de morrer. Devido ao estado crítico do diafragma rompido, a costura da operação ficou muito perto do pericárdio, deixando sua respiração mais curta que o normal. Ela acabou de sarar de uma bronquite, aliás. Se a tal costura colar no pericárdio durante o crescimento, a pequena correrá o risco de viver pouco. Deverá, portanto, fazer raio-x freqüentemente. Além de ser preta, apresenta duas falhas enormes de pêlo, culpa de uma reação durante o tratamento à base de antibióticos. E ainda parece a reencarnação da minha Courtney: mesma cor, mesmo jeito.

Agora, me explica como escolher um puuuuuta adotante para uma gata preta, com falhas de pêlo, que precisa de acompanhamento veterinário constante e pode morrer cedo? Como doar uma criatura que é a cara da minha filha falecida, que me acorda todo dia, que entra no banheiro comigo, que me segue pela casa inteira?

Ficou! rs

beijos!
Su



*História completa dos montinhos de ossos da dona Lourdes, constantemente atualizada.

3.3.08

Velho Oeste

Essa madrugada, como precisaria acordar para tomar remédio, deixei Mercvrivs e Simba dormirem comigo. Os coitados já estavam perseguindo meus chinelos pela casa há meia hora, com cara de choro, e até esqueceram as diferenças. Quando deitei na cama, porém, cada um se posicionou de um lado da perna e foi abaixando sincronicamente ao outro, para evitar a surpresa de um cascudo-relâmpago. Faroeste em digital sound!